Que levante a mão quem já amou

Disseram-nos:

                -Que levante a mão quem já amou.

                Fez-se então silêncio na sala. Olhei para os lados e, ao perceber que ninguém levantaria mão, assim fiz.

                Uma amiga minha, que estava próxima de mim, levantou a mão depois de um minuto. Neste momento, todos nos observavam.

                Aos poucos, as pessoas começaram a erguer as mãos. As meninas foram as primeiras, em seguida os meninos começaram também.

                Depois de quinze minutos, todos estavam com as mãos para o auto.

                -Muito bem. – disse a professora pela primeira vez. – Todos aqui já amaram. Os pais, ou amigos, ou até mesmo alguém especial. Nem todos aqui admitiram isso ao mesmo tempo. Houveram os mais rápidos – percebi rostos virando-se de leve para mim – e mais lentos mas, por fim, todos erguemos as mãos. A pergunta é, se alguém não tivesse levantado a mão primeiro, vocês teriam feito isso?

                A sala malmente respirava enquanto as frases saíam da boca da mulher que estava ali a frente.

                -Não tenham medo. Nunca se impeçam de fazer algo por medo. Pois todos sentimos, todos somos humanos. E não é errado dizer, às vezes, um “eu te amo”. Tomem cuidado com o tempo que levará, pois as oportunidades não duram para sempre. Algumas, para ser sincera, muito pouco. Podem durar o tempo de fecharem os olhos, e tonarem a abri-los.

                Babi