Sétimo Capítulo
A música voltou a tocar, mas Helena continuou no palco conversando com o DJ. Ele era um vampiro bastante bonito e parecia ter trinta anos. Daquela perspectiva, os dois podiam ser irmãos.
Camile pediu que eu ficasse no canto da sala junto a ela e Jason enquanto a garota não descia para a pista. Apesar de entender que Helena era parte do meu passado, os Moure não sabiam disso. Então, qual era a ajuda que a adolescente podia me dar?
-Por que ela é tão importante? – perguntei à Cami. Jason bebia mais um drink de sangue e percebi que seus olhos começavam a ficar azulados. Em pouco mais de duas horas, ele estaria com duas grandes íris vermelhas. E bêbado.
A ruiva remexeu na alça de seu vestido vinho e pareceu hesitar por um instante. – Helena Dennis é uma Ners. Ners é um tipo de ser sobrenatural que pode controlar qualquer outro e também humanos. Elas são o topo da cadeia alimentar, mas são muito raras.
-Por que tão raras? – perguntei, enquanto tentava imaginar o que alguém assim podia ter a ver comigo. Até mesmo sendo vampira, eu continuava uma garota que não tinha nada de especial. Ou, pelo menos, era o que acreditava.
-Elas são fruto de uma relação entre dois seres sobrenaturais de espécies diferentes que conhecem uma bruxa ou uma Ners de outra linhagem. E o pior é que a parte materna deve ser uma vampira que consegue engravidar. Nesse caso, Helena é filha de um lobisomem e uma vampira que foi transformada em humana por uma Ners.
-Vampiros podem virar humanos? – aquilo parecia impossível. Se tal opção realmente existisse, não haveriam tantos Seres das Trevas pelas cidades, certo?
-Podem, mas só pelas mãos das Ners. Elas podem transformar até bruxas em humanas completas, contanto que sejam próximas o suficiente. Por causa disso, normalmente, pessoas como Helena ou são mortas ou são mantidas a distância. Só que a Lena é uma estrela natural e ninguém consegue mantê-la longe da Casa da Noite.
A tal Ners desceu finalmente do palco, mas ao invés de vir em nossa direção, ela começou a se dirigir para fora da boate. Na verdade, Helena estava sendo arrastada do local. Alguém a estava levando obrigada.
Antes que pudessem me controlar, saltei sobre os outros vampiros e atravessei a pista em menos de um segundo. Alcancei a porta um instante após de Helena e quem-quer-que fosse seu acompanhante. –Aonde você pensa que vai, novata? – perguntou uma voz grossa ao meu lado.
Virei-me e percebi que se tratava de um dos seguranças da Casa da Noite. Grande, corpulento e com um rosto fatal, o homem segurava meu braço e parecia a um segundo de enfiar uma estaca em meu coração. Ou qualquer outra coisa letal e horrível.
-Eu... Eu precisava falar com uma amiga lá fora. Só isso – algo me dizia para não citar Helena àquele homem. Aquele sangue no pescoço da adolescente e sua condição de Ners só podiam significar uma coisa: ela estava em perigo.
-Eu te deixaria sair se você não tivesse infringido a principal regra da Casa da Noite – e apontando para um quadro em neon na parede, o segurança assustador completou – Não utilizar suas habilidades vampíricas dentro da boate.
O medo percorreu meu corpo. Tudo estava dando errado. Jason e Camile me impedindo de falar com o Misterioso. O pesadelo com Helena. Os Moure me arrastando para aquele lugar sinistro. A Ners aparecendo em um palco com seu pescoço vertendo sangue e depois sendo levada sem ninguém reparar. E, agora, isso.
Porém, ainda havia um pouco de sorte em minha vida e, em um golpe de mestre, Jason e Cami surgiram em minha frente. Só que ao invés de se meterem em uma briga ali mesmo e apenas adiarem minha morte, os vampiros jogaram o segurança contra uma parede. Se lançando contra a porta em um movimento rápido, os dois fugiram do local, não sem antes, é claro, me carregarem junto.
Enquanto uma multidão ensurdecedora gritava nossos nomes e parecia prestes a nos seguir, corríamos para cada vez mais longe. Meu corpo, nos braços de Jason, parecia leve e vulnerável. E era daquela forma que me sentia no momento.
Era graças a mim que estávamos fugindo. Era graças a mim que não poderíamos voltar ao cemitério. E era graças a mim mesma que meu passado teria que ser deixado para trás. Só esperava que não para sempre.
Escrito por StarGirlie.
AAH, adorei, estava aqui lendo desde o primeiro capitulo, muito divo *-* Alguns nomes da história, são de The Vampire Diaries né ? Tipo: Helena ? haha.' ou não ? Sou eu que sou viciada em Vampire mesmo ? hsausha.'
ResponderExcluirParabéns pelas histórias, estão lindas.
farryteen.blogspot.com
Owwwnnn! Amei ter mais alguém na lista de leitores de Lembranças Amadas! Não, não srrsrssr As escolhas dos nomes não tem a ver com The Vampire Diaries, mas não se preocupe, também sou viciada na série, então te entendo srsrsrrssr
ExcluirMuito obrigada mesmo e bem-vinda ao Feitiço das Palavras! Beijinhos, StarGirlie.
Uau!! Super emocionante
ResponderExcluirPrecisava de tudo isso? Ele mesmo disse... Ela é uma "novata" na boate né, ela não iria saber das regras no primeiro dia de visita rsrsrs'
Adorei o capitulo :)
Beijinhos
http://misteriodapaginas.blogspot.com.br/
Eu estava louca para escrever essa fuga dos Moure e da Bianca, que é um dos últimos acontecimentos da Primeira Fase de Lembranças Amadas. Porém, ainda teremos muitas emoções antes dela terminar, principalmente, no capítulo 8. Beijinhos, StarGirlie.
ExcluirA Bianca parece um imã para desastres, que nem a Bela de Crepúsculo e eu rsrsrsrs Todo capítulo acontece um “acidente” com ela. Completamente ansiosa para saber o que acontecerá com a Bianca e com a Helena também rsrsrs
ResponderExcluirBeijos, da nada ansiosa
Larinha Andrade
the-adolescent-dreamer.tumblr.com
Pior que você tem razão, Lara! Só nessa temporada ela já virou vampira, enfrentou os efeitos da transformação e quase teve que enfrentar esse segurança!
ExcluirAcredito que você vai ficar bem feliz com o oitavo capítulo. Pode-se dizer que vamos nos afastar de Bianca por algum tempinho... Beijinhos, StarGirlie.