Quadragésimo Oitavo Capítulo
Jason
Ter visto Bianca voltar para os braços de James sem nem
mesmo hesitar fora mais difícil do que eu imaginara. A primeira pessoa em que
ela pensara quando acordara foi o vampiro. O primeiro beijo que Bia dera em sua
vida vampírica foi com James. E o único que a teria durante toda a sua
eternidade obviamente era aquele infeliz.
Por que ela tinha que o escolher? Havíamos passado 500
anos juntos. Eu a ensinara a dançar e rira de seu romantismo exagerado, enquanto
corríamos pelo seu castelo, em 1500. Aprendera a entender o seu teimosia na
vida de 1800, escutando sua revolta com seus patrões e suas tentativas de fugir
da vila em que morava. Ajudara-lhe a superar a perda dos pais na década de 50,
quando ela se tornara mais frágil do que em todas as outras vidas.
Sei que ela nunca se apaixonara por mim, no fim das
contas. Apesar de não ter conhecido James em nenhuma das dezenas de vidas que
tivera no passado, Bianca nunca ocupou seu coração com nenhum outro alguém.
Sempre imaginei que aquela falta de amor derivava de seus vários problemas em
casa, o que pode ter sido verdade em várias vidas, mas não se aplicava, por
exemplo, em 1900, quando seus pais eram sempre bondosos e foram obrigados a
vê-la morrer com apenas vinte e poucos anos.
Toda a falta de interesse que Bianca nutriu por mim
durante esses 500 anos obviamente vinha do fato de que sua alma estava predestinada
a James. Ele era seu grande amor, o único que a faria sentir borboletas no
estômago. O único que o beijo a acordaria da morte (o que realmente aconteceu,
já que o veneno contido no beijo de despedida deles foi o responsável por torná-la
vampira ao invés de simplesmente morrer). O único que ela amaria até o fim de
seus dias.
É claro que a versão vampira e sem memória de Bianca
havia sentido uma paixão por mim. Ela sequer se lembrava da própria mãe! A
única coisa que Bia tinha em sua mente é que eu havia lhe tirado do caixão e a
impedido de passar uma eternidade sofrendo em sua lápide. Para seus olhos sem
nenhuma história vivida, eu era um príncipe encantado.
Porém, nem mesmo esquecendo seu passado como humana,
minha amada foi capaz de ignorar a presença de James. Desde a época em que
morávamos no cemitério, ela se sentia extremamente atraída por ele. Os dois
eram como ímãs. Ninguém conseguia afastá-los. Eles podiam estar em silêncio,
mas sempre estavam juntos.
Era horrível ter que admitir que, no fim das contas, os
dois formavam um belo casal. Eles podiam não ter a aparência mais parecida do
mundo, mas pareciam ter a mesma alma.
A forma como reagiam às situações, o modo como protegiam as pessoas que amavam:
tudo era exatamente igual. Até mesmo o jeito tímido de se comportar era muito parecido.
O que eu só não entendia era por que o Destino havia me metido naquela história de amor. Se
Bianca e James estiveram sempre destinados um ao outro, por que quiseram me
colocar como um garoto que a amava? Não podiam simplesmente ter me dado outra
menina para amar? Eu sei que estaria muito mais feliz se estivesse longe do “Casal
Perfeito”.
-Mas você pode
estar longe deles, Jason – disse uma voz em minha mente. Definitivamente,
eu não estava tendo uma experiência paranormal, o que só podia significar que
alguma vampira estava se metendo em meus pensamentos sem ser chamada.
-Saia de minha mente! – gritei em pensamento, fazendo com
que a atrevida risse e rapidamente surgisse em minha frente. Ela tinha longos
cabelos castanhos e parecia ter vinte anos fisicamente, porém, seu jeito de
agir mostrava que ela podia até ser mãe
de alguém.
-Sua mãe não lhe ensinou a ser cavalheiro com as
mulheres? – a vampira colocou as pontas de seus dedos em meu rosto e deu uma
gargalhada. Rapidamente, a joguei contra a parede, tentando me afastar o máximo
possível daquela mulher. Apesar de parecer mais velha externamente, logo
percebi que sua existência era muito mais curta que a minha.
-O que você está fazendo aqui? – Ao invés de me
responder, a jovem se levantou, arrumou sua roupa e me lançou um olhar
debochado. – Já que você não perguntou, meu nome é Jenna Sommers. E...
-E? – perguntei, enquanto tentava relacionar aquele nome
a algum inimigo que tive no passado. Não haviam sido poucos: salvar a vida de
Bianca sempre me rendava grandes problemas.
-E eu vim te salvar dessa existência infernal. Você só
precisava fazer uma pequena coisinha por mim – Jenna mexeu suas mãos como se
projetasse o tamanho minúsculo de seu pedido em troca.
-O quê? – não resisti a perguntar. Se a resposta fosse
horrível, eu simplesmente a mataria.
–Me
entregue meu filho. Me entregue Nate.
Escrito por StarGirlie.
Nossa, nossa, nossa! Muuito fofo o capítulo, e a música caiu perfeitamente! Chorei de novo lendo aqui... Muito perfect!
ResponderExcluirMuito obrigada, fofa :D E se prepare, o próximo capítulo também terá esse clima de "por que o amor não me acolhe?"... Espero que você continue se emocionando nessa reta final de LA! Beijinhos, StarGirlie.
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