Fofoqueira Fina 3

1º Capítulo da Terceira Temporada
                Anne, Anne. Minha inspiração. A primeira Fofoqueira Fina! Dá pra acreditar que já se passaram tantos anos desde a última mensagem com o final “FF”. Essa nova geração não sabe o que está perdendo. Mas não se preocupe, eu darei um jeito de mostrar isso a eles.
                Oh! Eu não devo ter me apresentado, certo? Queridos, eu sou a nova Fofoqueira Fina. Quem sou realmente? Bem, isso você terá que descobrir sozinho. Mas não se esqueça do que aconteceu com quase todos que descobriram que Anne era FF. Uma ameaça? Não, só um mini aviso.  Enfim, acho que é hora de começar a contar a história das minhas “vítimas”...
                Olívia estava sentada em seu lugar na sua sala de aula com o tédio estampado em sua face. Ela não queria estar ali. Desejava estar com Yuri na faculdade. A oitava série era literalmente insuportável.
                -O que aconteceu, Liv? – perguntou uma garota de cachos pretos, surgindo ao lado da mesa de Olivia. Seu nome era Alice e elas eram melhores amigas. Na maior parte do tempo.
                -Nada, Ali. Está tudo bem – mas não estava. Olivia era péssima em esconder seus sentimentos, quando na verdade não queria. Desde que saíra de casa naquele dia estava com um pressentimento horrível. Mal sabia o que estava prestes a acontecer.
                O celular de Olivia apitou com uma nova mensagem. Não se preocupe. Ainda não é nenhuma minha.
                “Posso te buscar hoje? – Yuri”
                “Claro. Meus pais sabem disso?” digitou Olivia por baixo da mesa, enquanto a professora liberava os alunos para o intervalo.
                “Sim. E também sabem da minha surpresa para você”
                “O quê? Que surpresa?”
                “Até a hora do almoço...”
                “Não, não”
                Mas não adiantou. O melhor amigo de Olivia não respondia mais. Até mesmo suas ligações ele ignorou. Restou então apenas passar seu recreio com Alice, enquanto procurava Caroline em meio a multidão. A filha de Luna tinha treze anos de idade, mas era extremamente madura e adorava passar seu tempo com sua “prima” mais velha.
                -Você poderia, pelo menos, fingir que gosta de passar seu tempo comigo – sussurrou Alice, enquanto sua melhor amiga a deixava para trás, correndo em direção a Selena, filha de Hevangeline. Ela definitivamente era o elo fraco daquela amizade.
                -Sel, onde está o Leo? Ou a Carol? – perguntou Olivia, desviando dos outros adolescentes ao seu redor. Felizmente, apesar de ter apenas dez anos, Selena era mais alta do que a média.
                -Desculpa, prima, mas não os vi em nenhum lugar. Agora tenho que ir – e assim, deixou a filha de Monica sozinha no pátio lotado. Alice a observava de longe, decidindo manter seu orgulho e não falar com sua melhor amiga.
                Olivia olhou em volta e rapidamente avisou Carol conversando com Leonardo. Os dois pareciam irritados e preocupados, apesar da pouca idade. Decidida a fazer algo de útil em seu intervalo, a garota de cabelos castanhos e olhos verdes, discou o número de Yuri novamente e se surpreendeu quando ele atendeu:
                -Oi, minha fofa.
                -Yuri? Sério mesmo que é você? – perguntou Olivia surpresa. Afastou-se dos outros alunos, correndo em direção ao banheiro, onde se observou no espelho. O uniforme permanecia arrumado, seu cabelo sedoso.
                -Claro que sim, Liv. Tudo bem com você?  - a voz de seu melhor amigo de 19 anos ecoava pelo banheiro, mesmo não estando no viva-voz.
                -Tudo ótimo e com você? – respondeu a garota, no exato momento em que algumas portas do banheiro bateram – Espera só um minuto.
                -O que houve... – começou Yuri, mas Olivia tapou o som do celular. Caminhando muito devagar, a filha de Daniel encontrou um corredor de reservados totalmente destruído.
                Algumas portas estavam caídas, folhas de papel cobriam todo o lugar. A luz no teto piscava quase queimando. Os azulejos estavam quebrados e pichados. Porém, o que mais chamava atenção era o bilhete escrito em batom vermelho.
                -O quê...? – o celular de Olívia caiu no chão. Os chamados de Yuri foram insuficientes. Seu mundo estava parado.
                “Cuidado, O! Seu romance com Y não é seu único segredo, não é mesmo? Mas não se esqueça: eu irei revelar todos – Fofoqueira Fina”
                É. O jogo estava enfim começando. Meu reinado estava apenas começando e eu o aproveitaria ao máximo.
Escrito por StarGirlie. 
2º Capítulo da Terceira Temporada

Hey, mais uma tarde na bela cidade brasileira. Lugar mais belo? Somente o céu.
            Para alguns, claro.
            A doce Carol, tão parecida com a mãe, mas ao mesmo tempo, tão diferente, estava pensante, como sempre. Naquela mesma manhã, sua “prima” lhe mostrara algo.
            Algo relacionado a mim, obviamente.
            Palavras. Palavras na parede. Palavras que marcaram meu recomeço.
            A Fofoqueira Fina.
           Carol e Georgia escutavam músicas na casa da primeira. Ambas eram melhores amigas desde... bem, não sei ao certo, mas tenho certeza de que faz muito tempo...
            -Por que está assim? – cantarolou Georgia. – É ele de novo?
            Carol revirou os olhos. Por incrível que pareça, não era ele.
            -Haha. Não, sua boba. – a menina tacou o travesseiro em que estava deitada no rosto de Georgia, que sorriu. – Mas ajudaria se você parasse de falar sobre isso.
            As meninas riram. Pareciam felizes – por enquanto.
            -Mas então o que é? – perguntou Georgia de uma forma mais séria, olhando para o rosto da amiga. – Nem tente me enganar. Eu te conheço.
            Carol suspirou e virou-se de barriga para baixo, de modo que ficasse com a cara enterrada no travesseiro. Sabia que não poderia mentir para a melhor amiga, mas não queria contar sobre o que lhe importunava.
            Passados alguns segundos, virou-se para o teto novamente.
            -Sei lá. É só... a vida.
            Georgia concordou, com cara de quem não havia acreditado.
            A porta fez um gemido e abriu.
            Carol sentou-se mecanicamente e olhou para a porta.
            -Pode entrar. – falou.
            A porta foi afastada e o rosto sorridente de Luna apareceu no quarto.
            -Filha... – disse, olhando para o estado do quarto. – Vou sair. Bem, arrumar algumas coisas...
           -De novo? – resmungou Carol. Sua mãe saíra muito nos últimos dias. Raramente estava em casa.
            Luna concordou.
            -Sim. Bem, seu irmão avisou que vem para casa. Vai trazer a Liv. – ela respirou e seu celular começou a tocar. – Vou indo. Arrumem este quarto, tudo bem?
            As garotas concordaram.
            -Tchau, queridas. Fiquem bem.
            -Tchau, mãe. Te amo.
            -Também.
            Ambas sorriram e a porta se fechou. Era hora de agir.
            Carol se deitou novamente.
            Amava o irmão. Amava mesmo. Mas odiava sua extrema amizade com Olívia. Os dois sempre estavam juntos e, quando isso acontecia, ele raramente lhe dava carinho.
            A garota lembrou da história de seus pais. Haviam sido irmãos, de criação, assim como ela e Yuri. Apesar de, claro, ambos possuírem o sangue Stevens nas veias.
            Logo se lembrou que não amava Yuri daquela forma. Era algo mais especial, intimo. Algo mais entre irmãos. Então esqueceu e olhou para Georgia.
            -E seu rolo com Leo?
            Georgia sorriu. Era algo meio delicado de se tratar, mas já virara rotina para as amigas.
            O único problema é que Georgia não sabia de um segredo longínquo sobre Leo e Carol. Georgia nunca a perdoaria se soubesse.
            E isso machucava a garota. Machucava muito.
            Maaasss... nem uma ferida é tão grande que não possa piorar.
            Com meus dedos hábeis, digitei e enviei-lhe uma mensagem:
            “É difícil não poder confiar nem na melhor amiga? Se não sabe, pergunte para G. – FF”
            By Babi
3º Capítulo da Terceira Temporada

                Olivia se sentou na cama de sua mãe, enquanto essa se arrumava para um evento em que iria naquela noite. Monica era sempre tão vaidosa e parecia nunca ter problemas. Mal sabia sua filha pelo que ela realmente havia passado.
                -Que brincos lindos – elogiou Olivia, enquanto sua mãe terminava de se aprontar, sentada na penteadeira.
                -Eram de Anne – opa, isso ficou interessante. Anne? A irmã que fora morta pelo ex-namorado de ambas? A mesma que era a Fofoqueira Fina?
                -Você nunca me fala muito dela – sussurrou a filha de Monica, obrigando sua mãe a se virar e encará-la.
                -Eu sei e desculpe-me por isso – respondeu Monica, no exato momento em que Daniel apareceu na porta, com certa decepção no rosto:
                -Então, minha princesinha não vai?
                -Tarefas. Desculpa, pai – disse Olivia. Seus olhos não encontraram os de Daniel, pois a garota sabia que ele perceberia que estava mentindo. 
                Minutos depois, enquanto o carro de seus pais saía da garagem, Olivia corria para seu closet em busca de uma roupa que gostasse. Encontrou um lindo vestido branco e rapidamente o puxou, sabendo que Yuri chegaria em pouco tempo. Ele a levaria para sua casa e ela teria que encarar Caroline. Sua relação com a “prima” não estava muito bem ultimamente.
                Porém, enquanto puxava o tecido branco do cabide, uma carta despencou da prateleira. E seu nome estava escrito do lado de fora.
                Oh, Olivia. Se vestindo para Yuri? E nem para me avisar! Pode ligar esse seu celular no exato segundo que ler esse bilhete – Alice.
            O coração de Olivia quase saltou de seu peito. Não conseguia acreditar que quase pensara que aquele bilhete pertencia a mim. Alice havia lhe dado um susto e iria levar uma bronca por isso. Mas... Ela não podia saber sobre Fofoqueira Fina, então, como explicaria o porquê do temor?
                O celular de Liv começou a tocar a música “Need You Now” e ela soube de quem era a ligação. Apenas Yuri tinha aquele toque. E por um motivo mais do que óbvio.

                -Pronta para irmos, quase aniversariante? – perguntou o filho de Erik.

                -Na verdade, não. Você não quer subir enquanto ainda me arrumo? – provocou Olivia. Ela sabia que como ainda tinha apenas 13 anos, sua relação com Yuri era quase ilegal, mas de forma alguma conseguia resistir a ele.
                -Posso usar a chave reserva?
                -Claro – e Olivia desligou, enquanto fechava a porta do closet, começando a se trocar. Ouviu os passos de Yuri em seu quarto, desejando secretamente, sair dali mesmo não estando completamente vestida. Safadinha, não é mesmo?

                Quando abotoou o último botão de seu vestido branco, a garota calçou suas sapatilhas lilás e saiu do closet. Yuri estava sentado em sua cama, esperando pacientemente que sua “prima” estivesse pronta.

                -Nem preciso dizer que você está linda, né? – disse Yuri, levantando-se e a envolvendo em um abraço. Seus dedos traçaram uma linha sob os ombros da garota.
                -Então, vamos para a minha casa? – questionou o loiro no ouvido de Olivia, o que provocou cócegas na garota. Aquela aproximação não daria boa coisa. Pelo menos, não para eles.
                -Um minuto. Eu preciso fazer uma coisa antes – a filha de Monica se afastou levemente de seu amado, o suficiente para que seus rostos estivessem frente a frente.
                -O que... – mas Yuri não conseguiu terminar a pergunta. Os lábios de Olivia já selavam os dele.
                Os dedos do filho de Erik puxaram-na para mais perto, o cabelo castanho se embaraçando em seus dedos. Suas respirações estavam ofegantes, seus corações batendo muito rapidamente. Um clique de uma câmera, uma voz masculina ressoando da porta:
                -MAS O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? – os dois se separaram. Parado, encarando-os, estava ninguém mais ninguém menos que Daniel, o pai de Olivia. Enquanto isso acontecia, em uma delegacia próxima, uma imagem surgia na tela acompanhada de uma mensagem anônima:
                “Eu achei que relacionamentos de maiores de idades com menores de 14 eram ilegais”
                Parece que eles estão encrencados, muito encrencados, mas sempre há um modo de piorar a situação. Então, segundos depois, uma mensagem piscou no celular de Alice anexada a uma imagem:
                “A, não sei se sua amiga O te contou, mas olhe como está a relação dela com Y. Um pouco avançada, não é mesmo? – Fofoqueira Fina”
                Escrito por StarGirlie.

                4º Capítulo da Terceira Temporada

Olivia mordia os lábios, envergonhada, enquanto escutava seu pai lhe passar o sermão. Novamente.

                Estavam todos na casa de Carol. A garota, Georgia, Luna, Erik, Monica, Daniel, Olivia e Yuri se encontravam no local.
                Depois do pequeno “incidente”, todos foram avisados. Luna e Erik estavam no quarto, falando com Yuri, enquanto Olívia, como disse anteriormente, estava escutando todos as conseqüências do que fez...
                Bem, ela mereceu.
                -Entende que o Yuri poderia ser preso? Entende que isso está errado? Você é muito nova. Muito! – disse Daniel. Pai super protetor? Talvez.
                Carol permanecia calada em um canto da sala. Georgia e Leo estavam em algum lugar na casa, mas ela estava pouco interessada nisso.
                Logo, Luna e Erik apareceram na sala, acompanhando Yuri. O garoto sentou-se no sofá, prestando atenção no que o pai de Olivia dizia.
                -E você, Yuri? – virou-se ele para o irmão de Carol. – Pretendia o quê? Ou você acha que eu não tive sua idade e...

                -Parem! – berrou Carol, fazendo todas as cabeças surpresas virarem-se para ela. – Eles não fizeram nada de errado! Todos sabemos que eles se amam e, desculpe tio Daniel, mas você está fazendo uma tempestade em copo d’água. Como se Olivia já não fosse grandinha para decidir. Ou você acha que vai adiantar escondê-la numa gavetinha? Foi apenas um beijo! Quer saber? Vou pro meu quarto.
                -Carol! – escutei Luna berrando por trás da garota. – Esses são modos de falar com seu tio!?
                Mas antes que ela pudesse completar, C já estava batendo a porta de seu quarto.
                Esperando encontrar calmaria, logo que Carol entrou, encontrou bem mais do que isso.
                Ali, em sua cama, Georgia e Leo estavam se beijando.
                Mas não um beijo qualquer.
                Era algo bem mais...
                -O que vocês estão fazendo? – falou ela, finalmente chamando a atenção do casal.
                Essa eu não pude deixar passar.
                “Parece que C achou sua melhor amiga, ou deveria dizer ex melhor amiga?, com seu até então melhor amigo. Isso vai abalá-la quanto em acho que vai? Bem, fiquem ligados. – FF”
                Georgia olhou para Carol, assustada. Mas depois deu um leve sorrisinho.
                Já Leo, apenas fez a cara assustada.
                -Eu não... – disse o garoto, levantando-se. - ...eu, eu...
                Carol continuava parada, tentando entender a situação. Passaram-se alguns segundos no silêncio desconfortável, até que Georgia decidiu falar:
                -Qual é, Carol? Você deveria estar feliz por mim!
                A menina respirou fundo, fechou os olhos, sorriu e olhou para Georgia.
                -Mas é claro que estou! – falou ela.
                As garotas se abraçaram. É, parece que desta vez não houve nenhum escândalo. Por enquanto.
                Georgia libertou-se do abraço e olhou para Leo, que estava mais pálido do que neve.
                Ela lançou seu corpo sobre o dele e lhe deu um selinho.
                -Preciso ir ao banheiro. – sorriu ela. – Volto já.
                A menina saiu do quarto. Carol finalmente fez a cara de preocupação já esperada e sentou-se na cama.            
                -Desculpe. – falou ela, olhando para o lado contrário de Leo. – Não queria interromper.
                -Carol, eu não quis...
                -Leo, tudo bem.
                A menina virou-se para ele, que estava mais próximo.
                -Passado é passado. – ela sorriu, esticando a mão. – Amigos?

                Leo finalmente sorriu.

                -Amigos. – concordou. – Mas eu não estou fazendo certo. Eu gosto da Georgia, mas acho que devíamos contar...
                -Contar o quê? – falou Georgia, entrando pela porta entreaberta e deixando Leo e Carol surpresos.
                “Oh-ou. C e L possuem um segredo... e parece que ele está por um fio. – FF”
                By Babi

5º Capítulo da Terceira Temporada


                -Pode entrar. Não tem ninguém acordado – sussurrou Olivia no parapeito da janela. Yuri estava pendurado no telhado, tentando falar com sua amada. Só que depois das grandes discussões pela noite passada, tudo estava mais difícil.
                Yuri entrou no quarto de Olivia e observou tudo com um novo olhar. Ele não era mais o primo apaixonado e aceitável, agora ele era o rebelde que quase fora preso. Graças a mim, é claro.
                -Eu tenho que me desculpar por ontem. Não devíamos ter... – começou Yuri, mas Liv o impediu de continuar. Seus dedos com unhas pintadas de vermelho se mexiam inquietos.
                -Pare, por favor. Não se arrependa daquele beijo. Sei que durante toda a minha vida fomos melhores amigos, mas sempre soubemos que éramos apaixonados um pelo outro. Pelo menos, eu sabia.
                Olivia fazendo uma declaração de amor? Era a hora de minhas mensagens atrapalharem e eu sabia exatamente como fazer aquilo. No segundo seguinte, um novo torpedo chegava ao celular de Yuri.
                “Lembre-se: você não pode ser preso de novo, não é Y? Sabe que dessa vez pode ser direto para a penitenciária... – Fofoqueira Fina”
                Os olhos de Yuri se arregalaram de medo. Olivia sabia de quem era a mensagem simplesmente pela reação de seu primo. Por isso, nem se surpreendeu com o que aconteceu em seguida.

                -Desculpe-me, mas eu simplesmente não posso fazer isso – e assim, ele saiu pela janela, como havia entrado.
                 Olivia sentou-se em sua cama e se afundou em sua tristeza. Suas lágrimas caíam sem controle algum. Ela havia perdido seu grande amor. De novo. Opaaaa. Como assim “de novo”? Parece que existe muita coisa nessa história que ainda não foi revelada.
                A filha de Monica sabia que devia ligar para sua melhor amiga Alice, mas ela, sinceramente, não confiava tanto na amizade de ambas como antes. Muita coisa havia mudado naquelas últimas semanas antes da volta às aulas. E algo me diz que nesse caso, a situação vai muito além de Yuri.
                Caroline estava fora de questão. Sabia que a prima lhe ajudara, mas ao mesmo tempo deixara claro que agora lhe devia um favor. E não queria cumpri-lo naquele momento.
                Pensou em telefonar para Leo, mas ele provavelmente estaria com Georgia, a garota que ela mais odiava no colégio. Obviamente escutar sua voz não seria nada animador. Ainda mais naquele momento.
                Então, seu celular tocou. Felizmente, era a imagem de Selena na tela.
                -Hey, garota má. Onde você se meteu? – perguntou Sel. Era possível escutar uma música alta durante a ligação. Qual seria a festa de hoje?
                -Estou em casa. E e-n-t-e-d-i-a-d-a – desabafou Olivia, mentindo um pouco. Era tão fácil usar seu lado “Alena” quando estava com Selena. Como ela sabia que sua parte ruim vinha de sua mãe? Algo está suspeito aí.
                -Acha que consegue sair pela janela? – Olivia observou a chuva caindo. Seria interessante se molhar um pouco.
                -Claro. Onde é a festa de hoje? – colocou o celular em seu ombro e partiu para seu closet. Puxou seu vestido curto preto e seu salto-alto da mesma cor, se vestindo rapidamente. Que pressa! 
                -Na casa do Eduardo – sussurrou Selena como se isso fosse algo proibido.
                -O Dudu voltou? – Dudu? Que intimidade é essa? Acho que encontramos um novo personagem nessa história de amor.
                -Sim e voltou mais lindo do que antes. Pode se preparar. Ele está irresistível. E só fala de você.
                Olivia checou seu reflexo no espelho do banheiro, alcançou sua bolsa e saiu pela janela. Era tão cômodo ter uma escada ao lado.
                As estrelas brilhavam, a lua estava cheia. O caminho até a casa de Eduardo era curto e ela chegaria em menos de cinco minutos. Era a hora de aproveitar sua adolescência. Que se danasse o drama de Yuri. Ela já havia feito muitas coisas erradas para que ficassem juntos e ele largava tudo por causa de uma ameaça? Ele não valia a pena.
                Logo que chegou a casa de Eduardo, encontrou uma multidão de adolescentes. Seria impossível encontrá-lo, se ele, é claro, já não a estivesse esperando.
                -Olá, my bad girl  - o garoto era lindo. Seus olhos chegavam a brilhar de tão claros. Ele rapidamente a abraçou, sussurrando em seu ouvido – Ainda tão maléfica quanto antes?
                -É claro. Mas não se esqueça, ainda sou a santa de antes – debochou Olivia, enquanto Eduardo colocava a mão em sua cintura. Com mãos habilidosas, a garota arrancou as mangas de seu vestido.
                -Era santa demais – explicou Liv.
                -Bem melhor. Está preparada? Agora é a hora de você conhecer o que é mesmo uma adolescência.
                -Então, o que eu tenho que te explicar? – disse sarcasticamente Olivia.
                -Malvada como sempre – sussurrou Eduardo – Finalmente, estou de volta. E com a minha cruel Liv - era hora de eu agir. Aquela situação estava extremamente reveladora.
                “O que é isso? O nunca foi boazinha? Quem é E? E principalmente, o que essa relação significa para o romance O e Y? – Fofoqueira Fina”
Escrito por StarGirlie.



6º Capítulo da Terceira Temporada

         

-Alô? – perguntou Leo.
Peace, Love and All Things Girly. ☮            -Leo? – respondeu a voz chorosa do outro lado do telefone. – Estou desesperada. Preciso de você. Aqui. Agora. Não sei se consigo esperar mais.
            O menino suspirou, parecendo aliviado.
            -Graças a Deus. Também não estou mais agüentando. Onde você está?
            -Na minha casa. Vem rápido, meu mundo está desabando.   
            -Claro. Só... – ele pensou por um momento. Não queria desligar. Precisava ouvir mais daquela voz. - ... pare de chorar, está bem.
            Não houve resposta, mas o silencio que permaneceu disse tudo que Leo precisava ouvir. Esperava aquela ligação há séculos, ou devo dizer, desde aquele dia.
            O dia ficaria marcado em seu interior para sempre. A briga, os gritos, a decepção. E, o pior, a conclusão: ele e Carol nunca poderiam ficar juntos.
            Sua mãe não estava em casa, então ele podia sair sem problemas. A casa de Carol era a minutos dali, e desse chegaria mais depressa do que queria.
            Tinha medo.
            Medo de que o que ouvira no telefone fosse um sonho, e que a qualquer minuto acordasse.
            Já estava imaginando Carol deitada em sua cama, sozinha e cansada. Era assim que costumava imaginá-la durante um longo período: cansada, a sua espera.
            E, naquele momento, estava.

            
Quando finalmente chegou na casa de sua “tia”, não precisou apertar a campainha. Carol escancarou a porta e o agarrou em um abraço feroz.
            -Obrigada, obrigada, obrigada... – dizia ela, em meio as lágrimas e soluços.
            Leo escutou e tentou acalmá-la. Ambos pareciam íntimos. Íntimos demais, eu diria.
            Acharia melhor Carol tomar mais cuidado com seu segredo. Em segundos, sua melhor amiga poderia descobrir tudo sobre seu passado.
            -Carol, vamos entrar e então você me explica, está bem?
            A menina concordou, soltando-se dos braços de Leo e entrando na casa. Os pais estavam fora, então sabia que tinha espaço suficiente para fazer o que quisesse.
            Leo e Carol foram para a cozinha. Enquanto o garoto colocava a chaleira para ferver, como sempre fizera quando ambos eram menores. O chocolate quente de Leo era, sem dúvidas, o melhor. E, para Carol, não somente o chocolate.
Skinny Bitches Forever.            Nenhum dos dois falou até o garoto acabar de fazer a bebida. Logo que entregou-a para Carol, observou-a por inteiro.

           
Estava com um dos seus típicos moletons três números mais largos. E, apesar de estar chovendo e um tanto frio, a garota mantinha o shorts de sempre. Deslumbrante, para Leo.
            -Comece. – acenou ele, após o primeiro gole do chocolate. A noite não podia estar mais propícia para aquilo. E para o amor, como sempre.
            Carol assoprou a fumaça que saia de sua xícara.
            -É Olivia.
            Ela levantou os olhos e mirou-os nos de Leo. Queria algum sinal, mas não recebeu nenhum, então recomeçou.
            -Na Fofoqueira Fina há um aviso. Foi postado há alguns minutos. Eduardo está de volta.
            Leo arregalou os olhos e recostou-se na bancada.
            -Meu Deus. – falou, surpreso.
            -Sim. E adivinha? Está dando uma festa. – Carol olhou para o chão. – Não quero que nossa vida seja destruída. Novamente.
            -Olivia não estava de castigo, ou algo assim? – perguntou ele, se aproximando de Carol.
smallpieces. - Small pieces of my heart            -Sim. Mas sei que não está mais. Veja. – a menina mostrou o celular para Leo. Havia uma foto do meu blog na tela . Garota esperta, pensar antes de agir.

A foto mostrava sua prima e Eduardo. Ambos, dançando de modo... bem, de um modo um tanto impróprio.
            Os olhos de Carol encheram-se de lágrimas enquanto ela analisava a expressão de Leo. O passado ainda mexia com seu coração.
            -O que vamos fazer? – perguntou ela.
            Leo tomou-lhe o celular.
            -Acho que devemos nos juntar. Sabe como é, analisar o terreno inimigo.
            O garoto se aproximou de Carol e limpou uma lágrima que escorria.
            -Vá se preparar. – falou. – Longa festa, longa noite.
            Carol sorriu e andou em direção as escadas que a levariam em direção ao quarto. Quando estava quase lá em cima, gritou:
zapatrzona - 15. strona bloga dostępnego pod adresem greendreamer.pinger.pl            -Pode me ajudar, se quiser. – e sorriu.
            Leo retribuiu o sorriso e foi com Carol em direção ao quarto. Logo que entrou, olhou para a cama.

           
Um micho shorts branco estava disposto sobre ela, bem como uma blusa preta com desenhos em branco. Além disso, um sapato de salto extremamente alto também fora deixado a vista.
            -Já conquistei ele uma vez, usando meu antigo eu. É hora de voltar a ser a velha Caroline Stevens.
            Caroline deu seu meio sorriso, limpando mais uma vez os olhos para que nenhum sinal de lágrimas restasse.
            Leo segurou a porta com uma mão e respondeu:
            -Garota safada. Eu gosto disso.
            “Parece que C deixou sua santinha de lado para festejar. Ou seria melhor dizer ‘para agarrar’? - FF”

By Babi
7º Capítulo da Terceira Temporada


                -Pode soltar esse copo, agora – disse alguém atrás da não-bêbada Olivia. Seu vestido preto havia perdido uns centímetros desde seus rasgos propositais. Ela estava claramente saindo do controle que seus pais impuseram nos últimos meses.
                Olivia se virou irritada e encontrou Leo parado em sua frente. Mas aquele não era o Leo que a ajudava sempre quando se metia em encrencas. Aquele era o Leonardo que criava as confusões com ela, Eduardo e Caroline. Um tempo que nunca mais voltaria. 
                -Vá cuidar da sua vida – respondeu mal-educada Liv, se virando novamente, tentando apagar de todas as formas as lembranças que vinham a todo o segundo. Por algum motivo, uma imagem dela e de Leonardo abraçados no sofá da casa de Eduardo com sorrisos no rosto. O quê?
                Leonardo, porém, segurou o braço de Olivia e a fez olhar em seus olhos. Por algum motivo, a garota corou. Parece que Caroline não é a única com um passado por aqui. 
                -Não aja assim. Estamos voltando àquela época? – Leo observou o vestido curto de Liv e não pode deixar de sorrir. Era estranho que ela estivesse tão popular de novo. Ainda mais depois daquela fase “amo Yuri”.
                -Aquela época foi a melhor da minha vida. Então, sim. Eu estou voltando àquela época – retrucou Olivia com a raiva pulsando em suas veias. Seus olhos verdes de alguma forma lembravam os azuis de Anne. Aquilo não era um bom sinal.
                Desta vez, Leo não respondeu. Deixou que a garota se soltasse de seu aperto e partisse em direção às escadas daquela casa. Ela, acima de todas as outras pessoas, conhecia todos os cantos da mansão de Eduardo.
                Olivia passou por diversas portas até entrar na do quarto de “Dudu”. Dirigiu-se ao seu armário e o abriu. A quantidade de camisetas que ele possuía era quase assustadora. Felizmente, ficava lindo em todas. E sem elas também.
                Enquanto puxava uma camiseta xadrez vermelha e a colocava sobre seu vestido preto, a garota escutou umas risadinhas vindas do telhado. Apressada em ver qual seria a última fofoca, Olivia subiu a escada que havia no quarto e entrou pelo alçapão.
                E encontrou a cena que nunca imaginaria. Carol. Beijando. Eduardo. Seu. Eduardo. O ciúme quase a fez pular sobre o corpo de sua prima, mas algo há impediu. Seria o bom senso? Tanto faz, já que eu fiz questão de piorar a situação:
                “Mal chegou e já está sendo traída de novo, O? C e E serão o casal do ano novamente – Fofoqueira Fina”
                É a hora de mostrar com quem essa Stevens está se metendo. Uma Alena nunca desiste. Pensou Olivia quase explodindo de fúria. Descendo os degraus com uma falsa calma, a filha de Monica, pegou seu celular e começou a gravar a festa.
                -É isso mesmo que vocês estão vendo, queridos pais do Eduardo – a boca de Olivia estava tampada para que sua voz não fosse reconhecida – Vocês saem por dois dias  e ele dá uma festa assim... OPA! Viram aquele vaso quebrando? Acho que alguém vai ter que pagar por isso.
                Depois de parar a gravação, Olivia a mandou diretamente para os celulares da mãe e do pai do garoto que estava beijando Caroline apenas a dois andares de distância. Quando a frase “Mensagens enviadas” surgiu na tela, a filha de Daniel não pode deixar de sorrir. Parece que não é apenas o sobrenome que Liv carrega de Anne.
                Leonardo estava parado ao lado da escadaria. Ele trazia em suas mãos a bolsa de Olivia e parecia estar com pressa. Porém, a garota tinha outro plano e, bem, era minha hora de ajudar. Sabe, pelos velhos tempos de malvada.
                “C? Você devia correr para a sala. Há alguém tentando roubar seu L – Fofoqueira Fina”
                -Vamos, Liv. Por favor – pediu Leo. Seus olhos estavam voltando ao ser o do “novo” Leonardo e não do antigo. Aquilo aliviava muito Olivia. Ele era apenas seu amigo novamente.
                -Só um minuto, Leo – e quando Carol pisou no primeiro degrau, Olivia agiu. Seus lábios se uniram aos de seu “primo”. As mãos do garoto, inesperadamente, a puxaram para mais perto. E até mesmo Eduardo engasgou de susto.
                Quando se separaram, houve alguns segundos de silêncio (a música também parou) até que a porta da casa bateu com força. Não eram os pais de Eduardo. Eram pessoas que causariam ainda mais estrago.
                -O que você está fazendo aqui, Alice? – questionou Olivia. Ela claramente não havia sido convidada.
                -Ela veio por minha causa – respondeu uma voz masculina vinda de trás de Alice.
                -Yuri? – disse Liv, em choque.
                “Y chegando com A? C e E se beijando? O e L também? Parece que O tem uma grande atração por primos postiços – Fofoqueira Fina”
Escrito por StarGirlie.
8º Capítulo da Terceira Temporada
Oh-ou! Olivia se descuidou, Alice chegou. 
Talvez você devesse tomar conta do que ainda é seu, O.
-Sim. Eu e Alice estamos juntos. – disse o garoto, olhando para os olhos inchados de Olivia. Parecia magoado, ressentido e cansado - mas nada arrependido.
-Como pôde? – falou Carol, interrompendo aquilo tudo e puxando Leo pela camisa. Seus olhos estavam prestes a transbordar, bem como os da prima. – Desculpe se foi difícil para você me ver com outro, mas era um plano, se lembra? Um plano! E agora eu vejo que não há sentido em tentarmos novamente. Você não mudou. Nem nunca vai mudar. E, apesar de te amar, não posso mais.
-O quê? – perguntou Eduardo, surpreso. – Um plano? Achei que me amasse.
Carol se virou e fuzilou-o com o olhar.
-Eu nunca, em sã consciência, te amaria. Você é um monstro. Tenho nojo de tudo que venha de você. – falou a garota, ríspida.
A festa melhorava a cada minuto.
-Por que fizeram isso? – disse Olivia, surpresa.
-Porque não queríamos a velha Olivia de volta. – respondeu Carol, acabada. – E, apesar de não entender direito o porquê, sei que estava feliz com Yuri. Mesmo ele sendo meu irmão.
C virou o rosto de lado, de modo que ninguém pudesse ver as lágrimas caindo.
-Bem, mas para devolver a “velha” Olivia ao seu lugar, não precisava ter trazido a “velha” Caroline. – disse Liv, antes de sair correndo.
Houve um silêncio estranho até que Yuri resolveu falar.
-Não agüento mais isso. – confessou, antes de cair sentado com as mãos no rosto.
-Eu também não. E, pelo que entendi, provavelmente vou ficar de castigo por anos. – falou Eduardo, saindo atrás de Olivia.
Alice, que até então estava quieta, agarrou o braço de Yuri.
-Estou pouco me lixando para elas. Vamos, Yuri. Quero encher a cara hoje.
O garoto não se moveu.
-Alice, - começou. – além de ser menor de idade, você sabe que eu amo Olivia. Amo-a de todo coração. Você sabia do acordo. Sabia que só queria...
-Me usar. – disse Alice, tirando a mão de sua camisa. – Tudo bem. Estou acostumada.
A garota foi para fora, brava. Yuri fez menção de se levantar, mas Carol o impediu.
-Deixe-a. Só está estressada. Todos sabemos que vocês nunca dariam certo.
O garoto sorriu.
-Tudo bem. Obrigada pelo apoio e tudo mais, mas isso não justifica o fato de estar nessa festa. Não pode ficar aqui, Carol.
Ela bufou, tentando secar as lágrimas. Enquanto isso, Leo observava a cena, ainda muito perturbado.
-Yuri, sei que está preocupado. – começou ela, pegando na mão do irmão. – Mas a antiga Caroline não vai voltar. Sei quem sou, e sei que estou melhor assim. Vá atrás de Olivia. Apesar de não querer admitir, ela precisa mais de você do que eu.
Ele concordou e saiu.
-Parece que somos só nós dois. – disse Leo. Carol corou de leve.
-Sim.
Ele colocou as mãos no bolso, envergonhado.
-Era verdade? O que disse sobre a parte de me amar?
Caroline sentou-se, acompanhada por Leo.
-Sim. Mas a primeira parte também foi verdade. Sabemos por que não podemos ficar juntos. É não há apenas um motivo.
Leonardo concordou.
-Eu também.
-Você também o quê? – disse ela, virando o rosto e encarando os olhos de seu “amigo”.
-Eu também sinto sua falta. Eu também te amo. Eu também não posso mais viver assim.
O garoto estava prestes a beijar Carol quando a menina o interrompeu.
-Pare. Por favor, pare. – ela disse, virando a cara mais uma vez. – Não agüentarei te perder novamente. Não agüentarei.
-Você não precisa me deixar.
-Sim, Leo, eu preciso. Ambos precisamos. Não é certo.
-E quem disse que precisa ser certo? Temos amor, Nine, e é tudo que importa.
-Não é, Leo. Não tem como ser. E se no futuro quisermos ter filhos? E se quisermos casar? Não poderemos, sabe disso. E, além do mais, eu te superei durante algum tempo. Talvez fosse melhor não voltarmos a ser amigos. Não vou agüentar, não mesmo. Talvez nós devêssemos...
-Nos afastar. – disse ele. – Eu sei. E preciso te contar um coisa.
Carol concordou, encontrando novamente os olhos de Leo. Sabia que lágrimas já rolavam nos seus, e não queria mais esconder isso dele. Doía demais, mas era o que precisava fazer, apesar de seu coração dizer o contrário.
-Ganhei uma bolsa de estudos. Na Inglaterra. Ficarei lá durante um ano. Entende que esta é nossa última chance? Que depois de hoje, tudo mudará.
-O que você quer de mim? – disse a garota, acabada.
-Quero que me peça para ficar. Quero que me impeça de ir. Basta pedir, e ficarei para sempre com você. Ao contrário, partirei em duas semanas.
Carol engoliu em seco. Seu coração implorava para que as palavras saíssem de sua boca. Palavras como “não vá”. Mas sua cabeça, parte que controlava sua boca, dizia para que o deixasse ir. Era o correto a se fazer.
-Então te vejo daqui um ano, Leo. Boa sorte.
Ela levantou e lhe deu um beijo próximo a boca, mas não o bastante para encontrá-la. Era um beijo de despedida. Um beijo de dor, mas que era necessário.
Carol saiu correndo. Não queria que ele visse mais nada além do que já vira. Choraria com suas mágoas, suas dores, mas longe dele. Seria mais fácil assim.
Entrou no primeiro quarto que viu. A luz estava apagada e um cheiro de rosas invadia o lugar.
Caroline fechou a porta e tirou o casaco. Jogou-o em algum lugar e se dirigiu para a cama.
-Achei que não viria. – disse uma voz.
-Como poderia não vir, Eduardo? – respondeu, deitando-se na cama e encontrando os braços do garoto.
Sentiu sua roupa sendo desamarrada e continuou quieta.
A velha Caroline estava de volta.  
“Parece que quando os gatos partem, os ratos fazem a festa. Ou devo dizer, ‘o’ gato? - FF”
By Babi
9º Capítulo da Terceira Temporada


                Olivia fechou a última caixa. Aquela continha seus cadernos e fotos. Era a mais importante de todas. Todas suas lembranças estavam ali. Tanto as da “antiga” Liv e da nova. Antes de levá-la para a sala, a garota escreveu no papelão o aviso “IMPORTANTE, NÃO PERDER!”.
                Sua mãe arrumava toda a mudança no andar debaixo da casa. Era estranho estar partindo. Olivia vivera ali desde que nascera. Nunca imaginara que aos 14 anos se mudaria para um lugar tão distante.
                -Essa é a última caixa, Olivia? – perguntou Monica, empilhando dezenas de caixas no canto da sala. Seu cabelo castanho estava preso em um coque improvisado. Ela parecia a irmã mais velha de Liv e não sua mãe.
                -Sim – e simples assim, a garota voltou para seu quarto. Ele seria seu por pouco tempo, então ela precisava aproveitá-lo.
                Puxando alguns envelopes de debaixo da cama, Olivia começou a escrever algumas cartas. Cada uma estava endereçada a alguém importante. Até mesmo Eduardo tinha uma. Porém, Alice não. Desde que deixara Yuri fora de casa após a festa de Dudu, Olivia decidira ignorar tanto ele quanto sua melhor amiga. Ou melhor, ex-melhor amiga.
                Quando a caneta falhou no fim da última carta, Olivia fechou todas e as preparou para o envio do correio. Decidiu então partir para o próximo estágio de seu plano. Já havia se libertado de todo o passado. Agora precisava seguir em frente.
                Seu closet estava vazio. Em seu banheiro não havia mais nenhum cosmético. Suas toalhas haviam sido levadas embora. Suas tiaras embaladas. Aquela casa estava vazia. Seu corpo estava vazio.
                Porém, sobre a pia havia uma tesoura. Com a ponta afiada. Seu metal brilhando sob a luz fraca. Olivia sabia que precisava agir. Era agora ou nunca. Rapidamente seus dedos tocaram a fria lâmina e subiram em direção ao seu pescoço.
                Segurando seu cabelo castanho, a jovem cortou-o na altura do queixo. As mechas castanhas caíram pelo chão, mas ela não parou. Só largaria a tesoura quando não se reconhecesse mais.
                E lá estava ela. A nova Olivia. Seu cabelo era curto. Seus olhos verdes. Sua pele corada. A filha de Monica seria a garota popular não importava quem fosse pisotear. Já deixara muita coisa para trás quando decidira se rebaixar a sua prima Caroline.
                Agora era a última fase de seu plano. Olivia segurou seu iPhone com força antes de lançá-lo contra a parede e consequentemente, contra a banheira cheia de água. O aparelho pifou imediatamente. Nele havia mensagens, fotos e números que a garota desejava esquecer.
                Com uma última olhada no seu novo reflexo, Olivia pronunciou as palavras que as levariam para uma nova vida:
                -Adeus, São Paulo.



                Olivia puxou sua bolsa e sentou-se na poltrona. O sol se punha do lado de fora da janela do avião. Mais um dia estava acabando. Porém, desta vez, aquele era seu último dia em São Paulo. Segundo seus pais, ela nunca mais voltaria. Pelo menos, não antes de completar 18 anos.
                Seu novo iPhone piscou com uma nova mensagem. Ou vocês acham que eu a deixaria partir sem me despedir?
                “E, C, L, S, A e, sim, Y estão desesperados atrás de você. Já tive o trabalho de avisá-los que você partiu, O... Nunca pensei que sumiria tão fácil. Sua mãe demorou tanto para desistir! – Fofoqueira Fina”
                -Como você sabe sobre a Fofoqueira Fina? – questionou Monica. Olivia apenas mostrou a mensagem em sua tela.
                -Isso é impossível. Ela não pode estar de volta – disse a mãe da garota.
                -Por quê?
                -Porque a Fofoqueira Fina é a Anne.
                “Parece que O e sua mãe vão ter uma longa conversa nessa viagem até a França. Ops, vocês não sabiam disso? Ou vocês acham que essas duas iriam para outro lugar além de Paris? – Fofoqueira Fina”
Escrito por StarGirlie.
10º Capítulo da Terceira Temporada

            -Fala sério! Pra onde ela está indo? – disse Caroline, calçando um de seus tênis.
            Eduardo, Georgia, Yuri, Leo, Selena e Alice estavam ali. Todos preocupados com o futuro de Olivia.
            -Eu a conheço. Só toparia de viajar se fosse para um lugar tão romântico e perfeito quanto ela. – resmungou Yuri. – Paris, meus amigos. Ela foi para Paris.
            -É, - disse Alice. – parece que você está certo. Veja.
            A garota mostrou o aparelho que tinha nas mãos. Uma mensagem piscava em vermelho. Minha mensagem piscava em vermelho.
 “Parece que O e sua mãe vão ter uma longa conversa nessa viagem até a França. Ops, vocês não sabiam disso? Ou vocês acham que essas duas iriam para outro lugar além de Paris? – Fofoqueira Fina”
-Droga! Ela já embarcou. – falou Selena. – O que acham que ela tinha na cabeça?
Yuri sentou-se, com as mãos no rosto.
-Foi minha culpa. Toda minha.
Carol foi até o menino e sentou-se ao seu lado.
-Não. Todos nós tivemos culpa. – ela segurou seus braços, fazendo-o olhar para si mesma. – Olhe para mim. Olhe para minhas roupas. – a garota apontou para a micro saia que usava, bem como a regata brilhante. – Eu virei tudo o que lutei para não ser. E para quê? Apenas para perder minha prima. Talvez para sempre.
-Carol... – disse Leonardo, se aproximando.
-Leo, fique longe. Por favor, não chegue perto de mim.
Yuri olhou espantado para a irmã, que deu de ombros e se levantou.
-O fato é, - disse Eduardo. – vamos ficar aqui, ou vamos agir? Podemos segui—la, fazê-la voltar...
-Não. – cortou-o Yuri. – Ela já agiu. É o que quer, é o que terá.
Segundos se passaram, até que Caroline quebrou o gelo:
-Então é isso.
Todos assentiram.
-Talvez fosse melhor todos seguirmos nossas vidas. Sabe, nos afastarmos. – disse Eduardo.
O grupo todo concordou. Pensavam da mesma forma.
-Vou sentir falta de vocês. – disse Carol, olhando ao redor. – De todos. – repetiu, enquanto se demorava um pouco mais nos profundos olhos de Leo.

Dois anos depois...
Ambos sorriram, quando os olhos se encontraram. Lembranças de um passado voltaram às suas mentes.
Já se faziam dois anos.
O coração de Caroline deu um nó. Leo sentiu uma pontada no estômago. Era ele, ali. Era ela, ali.
Vários metros os separavam no aeroporto. Leo deixou as malas onde estavam e saiu correndo. Caroline fez o mesmo.
Logo que se encontraram, um abraço os uniu. E foi como se estivessem se reconectando.
As lágrimas quase rolaram dos olhos de ambos. Foi difícil contê-las.
-Senti sua falta.
-Senti sua falta também.
Caroline lembrou dos beijos, dos abraços, das conversas, das risadas. Leo pensou nos toques, nas bobeiras, nas músicas...
Mas agora tudo estava diferente. Agora, Carol tinha quinze anos. Agora, estava mudada. Amadurecida.
            Bem como Leo.
            -Oi. – uma voz surgiu por trás dos garotos abraçados. A menina que dissera possuía um considerável sotaque inglês.
            Caroline largou Leo, assustada.
            -Você deve ser Caroline, certo?
            A menina concordou e analisou a moça que ali estava. Possuía longos cabelos dourados, e olhos azuis que poderiam ser facilmente de uma atriz famosa de cinema. Suas roupas eram chiques, ao contrário do velho moletom e o jeans de Caroline. Aquele novata era perfeita.
            Ela estendeu a mão.
            Carol olhou assustada para Leo, que acenou.
            -Bem, esta é Mary. – disse. – Minha namorada.
            Caroline engoliu em seco e pegou a mão da menina.
            -Muito prazer. – sorriu.
            -Carol? – disse alguém, vindo atrás de Leo.
            Todos se viraram.
            -Eduardo? – falou Caroline. – O que faz aqui?
            -Vim buscar a Olivia. Ela está de volta. E vejo que você também está. – falou ele, olhando para Leo.
            -Também é bom revê-lo, Eduardo. – disse Leo, ríspido.
            E virou-se para Carol.
            -Não disse que vinha buscá-lo.
            -E você não disse que vinha buscá-la. – respondeu a garota.
            O menino sorriu.
            -Ok, você me pegou. Mas era para ser surpresa. Hoje é sua festa de quinze anos, se lembra? Sabia que gostaria de ver sua prima aqui. De qualquer jeito, desculpe, meu amor.
            Eduardo passou o braço pela cintura de Carol e lhe deu um beijo.
            -Vocês... – disse Leo, quando o beijo acabou. - ... estão juntos?
            Caroline sorriu, olhando para Mary e logo em seguida respondendo:
            -Sim. Estamos.
            -Qu'ai-je manqué? Quero dizer... o que eu perdi?
            Todos se viraram e deram de cara com Olivia.
            -Não muito. – disse Caroline, encarando Leonardo.
            “Parece que dois anos se passaram, mas o clima continua o mesmo entre O, C, E e L. – FF”
            By Babi

11º Capítulo da Terceira Temporada


                Olivia estava de lingerie segurando dois lindos vestidos. Ela não conseguia se decidir. Aquela era a festa de 15 anos de Caroline, mas a “prima” também tinha que brilhar. E nisso a filha de Monica era especialista.
                -Gostei do verde – apontou Jake, deitado na cama de Olivia. Ele já estava vestido para a festa, mas continuava ali para ajudar sua namorada. Patricia também estava presente, mas, ao contrário do casal, havia ido para o closet com o intuito de se trocar lá.
                -Você acha que vai ficar bonito em mim? – perguntou Liv, checando pela última vez seu penteado e alcançando seus sapatos de salto.
                -Tudo fica bom em você – disse Jake, puxando-a para si mesmo e fazendo que ambos rolassem para o chão. O garoto tinha um olhar extremamente maduro para seus poucos 16 anos. Ele podia não parecer francês, mas era. E aquilo atraía em muito Olivia. 
                -Opa! Parou os amassos aqui! Sei que já estão em um quarto, mas eu estou aqui também, sabem? – resmungou Patricia. Ela estava linda e parecia realmente a perfeita melhor amiga de Olivia.

                Jake ajudou Olivia a se levantar, enquanto Patricia avisava que ia até a cozinha buscar um copo d’água. A filha de Daniel e Monica foi até o espelho e observou o grande corte que tinha na barriga.
                -Foi bom termos fugido. Eu não suportaria outra como essa – disse Olivia, enquanto Jake massageava a cicatriz. Ele nunca quisera que sua namorada se machucasse daquela forma.
                -Vamos parar com bobagem. Vamos te arrumar – e colocando-a em seu colo, Jake puxou o vestido e levou ambos para o closet. Fechou a porta rapidamente e começou a vestir sua namorada.
                -Meus pais me matam se te encontram aqui – revelou Olivia, enquanto Jake abotoava a última parte do vestido dela.
                -Como se eles já não soubessem... Prontinho, você está linda. Como sempre – Jake terminou a frase dando um beijinho em seus lábios e a levando em seus braços até o quarto novamente. Colocou-a na cadeira em frente à penteadeira e puxou os sapatos.
                -Você não vai fazer isso - disse Olivia entre risadas. Porém, ele realmente fez. Como em Cinderela, Jake calçou os doces sapatinhos nos pés da princesa. Quando Monica entrou no quarto, ela não pode deixar de sorrir. Aquela era uma reprise do que já fora sua relação com Cabe. Sim, não com Daniel.
                -Patricia me chamou aqui para controlar vocês dois – disse rindo a mãe de Olivia – Mas eu não preciso controlá-los. Depois do que passaram em Paris, ambos provaram que são responsáveis o bastante para qualquer coisa.
                -Diga isso para meu pai e ele tem um chilique – brincou Olivia, enquanto ela e Jake se levantavam – Vamos? Caroline não gostaria de nos esperar.
                -Claro – respondeu Monica – Daniel está nos esperando no carro. Jake você irá conosco também?
                -Se não for um problema – disse educadamente o namorado de Olivia. Seu braço estava ao redor dela, posicionado estrategicamente no machucado.

                -Claro que não é! – Monica desceu as escadas na frente do casal, enquanto Patricia mandava rapidamente uma mensagem para sua melhor amiga:
                “Olivia, se desespere! O Yuri acabou de chegar”
                O corpo inteiro de Olivia tremeu. Durante aqueles dois anos, longe ela havia esquecido Yuri. Não olhara nem sequer uma foto dele. Agora ela não era mais uma criança, nem ele mais um universitário. Ele tinha 21 anos. Muita coisa havia mudado.
                Jake, que percebera o temor de Olivia, apertou sua mão e sorriu carinhosamente. Ele entendia que ela não havia esquecido seu grande amor. Até aquele momento o romance dos dois havia sido apenas um substituto para o antigo. Mas ele a faria ver o que realmente era verdade.
                O casal, que há tanto tempo se consolidara, desceu as escadas com toda a calma possível. Porém, Yuri não estava os esperando. Mas a porta da casa estava aberta.    
                Olivia saiu de seu lar e encontrou a cena que menos esperaria. Patricia, ao lado de Selena, olhava, chocada, o casal que acontecia descaradamente em sua frente. Sua mãe e seu pai estavam no carro, ambos sem reação. Jake envolveu sua namorada rapidamente em um abraço.
                Yuri e Georgia, sim, Georgia, se beijavam no carro dele. Não era Alice. Não era nenhuma garota da faculdade. Era a melhor amiga de Caroline A menina que Olivia mais odiava em toda a face da Terra.
                Selena, entretanto, não ficou parada como Olivia. Rapidamente pegou seu celular e discou um número conhecido:
                -Ivy, nós precisaremos de sua ajuda.
                “Y e G? O e J? E que marca é aquela na cintura de O? Além disso, alguém sabe quem é essa tal de I? – Fofoqueira Fina”
Escrito por StarGirlie.

12º Capítulo da Terceira Temporada




            O grande dia para uns, o enorme para outros.
Once upon a time ...         Caroline já estava quase pronta. Seu vestido negro lhe caia tão bem que malmente se reconhecia naquele traje.
         Parece que a garota pesadelo virou a garota dos contos de fadas.
         -Você está linda. – uma voz surgiu por trás da menina, que logo se virou.
         -O que faz aqui, Leo? – disse ela, respirando fundo. Todos sabemos que festas são ótimos lugares para fofocas, e eu não perderia esta de jeito nenhum.
         -Vim te entregar meu presente. Na verdade, é algo que te pertenceu desde o momento em que te vi. Não acho certo que continue comigo.
         O garoto estendeu uma caixinha pequenina para Caroline.
         -O que... – disse ela, já abrindo o embrulho.
         Dentro, um anel reluzia. Ele possuía o formato de um gato que parecia sorrir para ela. Era lindo, sem dúvida alguma.
         E seria perfeito, se não houvesse um significado por trás daquilo.
         Um significado que, meus queridos, estou louca para revelar. Mas vamos com calma...
         -Leo... não. É um anel de família. O anel de sua família.  Não posso aceitar. É para sua futura esposa.
         Ele balançou a cabeça.
         -Não. Quando minha mãe me entregou-o, disse que era para o amor de minha vida. E, por mais que não possamos ficar juntos, te amarei eternamente.
         Carol estava lutando contra as lágrimas. Aquilo importava tanto.
         Pensou em negar. Pensou em devolver o anel. Pensou em expulsá-lo dali. Mas tudo que conseguiu fazer foi abrir os braços e abraçá-lo. Havia sentido tanta falta de seu melhor amigo que era como se o sentimento não coubesse no seu peito.
Miami 2 Ibiza ♕        -Leo... por mais que seja errado, e ambos saibamos que isso não muda nada, quero lhe dizer uma coisa. – sussurrou a nossa “Julieta”. – Meu coração sempre vai ser teu.
         Ele sorriu.
         -Você está errada. Isso muda tudo.
         E é neste momento em que o casal se beija mas, claro, há sempre uma interrupção do destino.
         -Droga, meu celular!
         E, neste caso, o destino tem nome. Fofoqueira Fina, prazer.
         “C, não esqueça do nosso acordo! Se beijar, eu vou contar. – FF”
         Caroline olhou assustada para Leo.
         -Vá. Vá e nunca me esqueça. Nunca te esquecerei.    
         -Mas... – disse ele. – como agüentaria esta vida seu tua presença, sem teu amor?
Vintage in Paris         -A lua. – respondeu Caroline. – Sempre que sentir minha falta, olhe para a lua. Estarei olhando-a também.       
         Um barulho veio do corredor, o que despertou o casal. Leo concordou e saiu da sala, apressado.
 Caroline olhou o relógio. Faltavam dez minutos para a festa começar.
         Logo sentiu lágrimas rolando. Secou-as rapidamente, enquanto enviava para Eduardo uma mensagem:
         “Estou a tua espera. XOXO”
         Estava se sentindo como a verdadeira Julieta. Impedida de namorar e, de certa forma, pelos próprios pais, com seu doce Romeo. E o pior de tudo é que a história não acaba com final feliz. Nunca acabou, e não há de acabar.
Bear         -Foi aqui que pediram um namorado? – disse Eduardo abrindo a porta.
         Caroline sorriu. Esperara por esta noite durante toda sua vida. Não ficaria abalada. Levantaria a cabeça e seria quem sempre foi.
         Eduardo a abraçou.

    -Magnífica. – sussurrou. – E... quanto aos nossos planos de hoje. Vai desistir?   
         Ele sorriu maliciosamente.

         -Não, a não ser que você vá. – respondeu a garota, soltando toda sua euforia interior e botando mais brilho nos lábios. A velha Caroline já estava na posse de seu corpo.
         By Babi

13º Capítulo da Terceira Temporada


                Yuri sentou-se em uma das mesas, segurando um copo, que, secretamente, estava cheio de uísque. Ele queria se embebedar para não ter que ver Olivia rodando pelo grande salão nos braços de Jake. Os dois haviam voltado totalmente apaixonados da França. Era isso que ele pensava.
                Georgia tentou se aproximar de seu namorado, mas algo lhe impediu. Ela sabia que ele sempre amara Olivia. Apenas Olivia. E agora com a volta da filha de Monica, a melhor amiga de Carol não tinha forças para competir. O mais fácil era se afastar, como faria dali pra frente. Não importava que o amava. Ela não era Liv.
                -Yuri? – chamou uma voz que há muito tempo lhe fora conhecida. E lá estava ela. Vestida em um vestido vermelho, com um lindo sorriso no rosto. Alice.
                -Olá, Alice – mas ele não conseguiu sorrir. Alice era a culpada pelo fim definitivo de seu namoro com Olivia e mesmo após aqueles dois anos, o garoto não havia se recuperado. 
                -Há quanto tempo, hein? Quase dois anos! – os olhos castanhos quase pretos da garota brilhavam, seu longo cabelo ondulado caindo sobre seus ombros. Aquele era um momento que a jovem esperava há meses.
                -É – Yuri reparou que Olivia remexia nervosamente em uma parte de seu vestido. Havia algo escondido ali. Algo que ela não podia portar. E isso era claro.
                -E então, o que fez nesse tempo? –Alice sabia que os olhos dele estavam dirigidos para sua antiga melhor amiga, mas ela precisava distraí-lo. Não perderia aquela chance novamente. Já bastava que há tanto tempo, Olivia saíra vencedora.
                -Estudei, me mudei para um apartamento perto da faculdade e envelheci. Só isso – Yuri não estava de forma alguma ajudando o ritmo da conversa. Ele não queria estar com Alice. Depois de confiar em sua amiga, o garoto pagara o preço de perder sua amada para outros dois garotos. Primeiro Eduardo, agora Jake.
                A música parou e as doze badaladas da meia-noite começaram. Aquele era o momento. Cada garoto tinha doze segundos para se afastar de sua acompanhante e encontrar a garota que mais combinasse com sua personalidade. Carol apareceria em pouco tempo e depois não haveria tempo.
                Alice tentou segurar Yuri, mas o jovem levantou apressado. Ele tinha que chegar a Olivia antes de Eduardo. Sua amada arrumava seu vestido verde, o rosto baixo, o cabelo castanho caindo sobre seus olhos molhados. Fazia anos que não a via daquele jeito e aquilo só deixava ainda mais claro o quanto ela o hipnotizava.
                Os dedos longos de Yuri seguraram a dócil mão de Olivia. Os olhos verdes da adolescente encontraram enfim os do garoto que há tanto tempo amara. Ele ainda era tão lindo quanto antes. Seu sorriso permanecia o mesmo. Mesmo que ela agora fosse namorada de Jake e o filho de Erik fosse o namorado de Georgia, naquele momento, eles pertenciam um ao outro novamente.
                Nervosa como não ficava há anos, Olivia colocou sua cabeça sobre o peito de Yuri. A respiração de ambos era instável. Nenhum dos dois havia esquecido a sensação de estarem juntos novamente.
                -Obrigado – sussurrou Yuri no ouvido de Liv. O vestido da cor dos olhos do garoto se enroscou na roupa do irmão de Caroline.
                -Obrigada por não me esquecer – completou a menina, enquanto sua prima descia as escadas. Entretanto, nem o meio-irmão de Carol nem Olivia se deram ao trabalho de vê-la. Eles estavam juntos finalmente após todas aquelas mudanças.
                As luzes se apagaram, enquanto lanternas se acenderam. Uma delas estava localizada acima das cabeças do antigo casal. Seus olhos cintilavam enquanto recuperavam os quase 730 dias de separação. As almas dos românticos se uniam durante um breve momento. Logo teriam que voltar para seus atuais parceiros, mas aquilo não importava. Não agora.
                Cada casal formado para a entrada triunfante de Caroline se dispersava aos poucos, mas Olivia e Yuri não davam sinais de que se largariam. Ambos se afundavam em seus lindos olhos verdes. E aquilo não agradava muita gente.
                Alice e Georgia estavam posicionadas ao lado de Carol, já que ambas eram suas “assistentes”. Os olhares das três se dirigiam ao ex-casal, todas expressando a raiva que possuíam.
                Eduardo e Jake haviam se sentado em uma das mesas e enquanto conversavam, observavam os movimentos audaciosos de Liv. Os dois conheciam a fase malvada e ousada da garota e não queriam que ela a experimentasse com Yuri.
                -Acho que precisamos... – começou Olivia com sua voz baixa e triste. Ninguém imaginava que embaixo de seu lindo rosto ela escondia o pior segredo de todos. Um segredo digno de Alena.
                -Nós não precisamos fazer nada. Já fomos o que todos queriam muito tempo. É hora de sermos quem queremos – disse Yuri, puxando o queixo de Liv para perto de seu rosto.
                Porém, a garota o afastou apressadamente, revelando mãos cheias de sangue. De seus olhos caíam lágrimas apressadas. Toda a festa parou. Olivia sangrava sem intervalo algum. Eduardo, Jake, Yuri e até mesmo Leo se jogaram no chão no exato momento que a menina caiu desmaiada.
                Seu vestido verde-água vertia sangue, suas mãos eram tingidas de vermelho. Seu rosto estava molhado. E em um mero segundo de lucidez, sua voz disse:
                -Eu apenas cumpri o que você precisava para estar livre, Jake.
                E todos os convidados se viraram para o estrangeiro. A adorável Alena estava quase morrendo para salvá-lo? Aquilo geraria problemas seríssimos.
                “Reencontro de O e Y, e também de A e Y! Algo me diz que o triângulo amoroso está lentamente voltando. E o quê? O está morrendo por causa de J?! – Fofoqueira Fina”
Escrito por StarGirlie.
14º Capítulo da Terceira Temporada

          Caroline olhou o celular pela milionésima vez. 05:00 da manhã, e nada. Pelo jeito, Olivia continuava inconsciente no hospital. Então deitou-se no sofá, exausta. Lá fora, a lua ainda brilhava. Na cama, Eduardo ainda repousava. E no rosto da garota rosto, as lágrimas ainda rolavam.
          Aquela fora, sem dúvidas, a festa mais "arrobada" de todas. Sabia que a menina pensava o mesmo, pois estava chorando por este motivo. A festa.
          Pobre Caroline.... ela bem que estava feliz. Ou tentando, pelo menos. Mas a prima teve de estragar tudo... como sempre.
          Por que ela tivera de fazer o que fez? Por que estava se matando? Mas o mais importante, por que fizera tudo aquilo por Jake? Estas perguntas rondavam a mente de todos. 
          A garota escutou Eduardo resmungar algo, mas logo parar e continuar seu sono. O jeito com que parecia tão descontraído e sereno só a machucava mais ainda.
          Pensou em tudo. Pensou no modo como seu irmão ficara logo após Monica ir ao chão. Pensou em como Jake fugira assim que a ambulância chegara. Pensou em Alice, que apesar de tudo, fora ao lado de Monica dentro do veículo. Pensou também em seus pais, que, assim como os pais de sua prima, foram para o hospital aguardar notícias. Eles haviam lhe pedido desculpas, prometido outra festa, antes de saírem. Mas ela não queria. Não suportaria isso.
          Pensou então em Leo. Olhou para o anel que ele lhe dera e as lágrimas pareceram fluir com maior facilidade. Tudo que desejara era uma última dança, mas tudo que tivera fora sua última esperança perdida. Ele provavelmente estava com Mary agora.
         Assim como ela estava com Eduardo.
         Mas era diferente, lembrou. Com tantos acontecimentos,  não houve nem tempo para pensar em seu namorado. Muito menos tocá-lo.
        A relação dos dois era confusa. Nascera de algo que não fazia sentido, pois as circunstâncias os haviam aproximado. Mas, apesar de tudo, ela considerava aquilo como sendo amor. Um tipo de amor.
         Chegara no apartamento dos pais de Eduardo depois de mandar todos os convidados embora. Não queria ir para casa, e além do mais, já havia combinado de passar a noite ali, enquanto os pais do garoto estivessem fora da cidade.
         Desejara aquele momento por muito tempo. Planejara-o há semanas. Mas, na hora em que abrira a porta do apartamento, desabara a chorar. Sabia que Eduardo compreenderia, então dormiram abraçados como já haviam feito milhares de vezes. Ou pelo menos Eduardo dormira.
         Levantou-se do sofá. Olhou para ele. Queria tocá-lo. Queria senti-lo. Mas ainda não tivera tal oportunidade...
         Deitou-se então e o abraçou. Estava semi-nua, assim como ele, mas isso não importava. A garota precisava de um ombro amigo.
         Fechou os olhos e aspirou o cheiro de sua pele. Doce, mas ao mesmo tempo, amarga. Não era ótima, senão viciante.
         De repente, a porta fez um barulho de chaves e se escancarou. Caroline mal teve tempo de se cobrir, assim como Eduardo, que acordou de supetão. A cena os paralisou, assim como o casal que entrou ali.
         -Mãe? - disse C, olhando assustada para Eduardo.
         As luzes foram acesas, revelando o espantamento dos pais da garota. Parece que desta vez nossa pequena garotinha está com grandes problemas.
         -O que está acontecendo aqui? - gritou Erik. - Caroline.... Eduardo... vocês...
         -NÃO! - berrou a garota. - Não é o que vocês estão pensando. 
         O dia nem nascera, mas já estava muito bom. Para mim, claro.
         - E o que estamos pensando? - disse Luna. - Bem, se for que a minha menininha está no quarto de um rapaz mais velho, semi-nua, assustada e chorando... sim, é o que estou pensando.
         -Não fizemos nada! - disse Eduardo, enquanto colocava as roupas. - Ela só dormiu aqui! 
         -Ah, claro. Assim como eu nasci ontem! - gritou Erik.
         Caroline começou a se arrumar, colocando o vestido da noite anterior. A confusão apenas aumentara, e não sabia se seus pais iriam acreditar no que queria dizer. Estava fragilizada demais para tentar explicar, mas mesmo assim começou.
         -Mãe, - disse ela. - é sério, eu não...
         -Cale a boca. - respondeu Luna. - Temos problemas maiores. Precisamos ir ao hospital. Mas me diga: ele te machucou?
         -Não! - gritou ela, surpresa.
         -Eu nunca faria isso... - tentou se defender Eduardo, sem adiantar.
         -Conversamos depois. - disse Erik. - Agora vamos para o hospital. Olivia acordou, mas está muito mal. Não sabemos por quanto tempo ela ficará consciente, então...
         Todos concordaram, fechando o apartamento o mais rápido possível. Naquele momento, a vida de Olivia era mais importante.
         Por enquanto.

         By Babi

15º Capítulo da Terceira Temporada
                Olivia voltara à inconsciência antes mesmo de Luna, Erik e Caroline chegarem ao hospital. Yuri não tivera tempo nem mesmo de entrar no quarto da garota em seu momento de lucidez. O coma estava a destruindo.
                Após ver sua namorada sangrar em sua frente, e por sua causa, Jake tivera um ataque que nenhum médico pode explicar. Apenas souberam dizer que o cérebro do garoto estava prestes a explodir. Não literalmente, mas quase.
                -Ela vai ficar bem – sussurrou Patricia para Eduardo. O namorado de Carol chegara ao hospital ao mesmo tempo em que ela. Porém, ele não tivera medo algum dos pais da jovem Stevens. Era como se Olivia o hipnotizasse mesmo estando em coma. O que era bem possível.

                Eduardo se remexeu inquieto, enquanto Yuri andava pela sala de espera sem saber o que fazer. Naqueles dois anos se convencera ao máximo de que amava Georgia e não Olivia, mas agora estava mais do que claro que sua amada nunca mudara.
                Monica e Daniel choravam em um dos cantos da sala. Cabe e David, sem suas esposas, apareceram para prestar apoio a mulher que um dia amaram. Era estranho que mesmo depois de todo aquele tempo, aquilo ainda parecesse um quadrado amoroso.
                Alice estava em uma das poltronas, afastada de todos os outros. Desde que ela e Liv deixaram de ser melhores amigas anos antes, nunca imaginara que o reencontro das duas seria daquele modo. Na verdade, nem era um reencontro. Olivia estava à beira da morte.
                -Alice? – perguntou uma voz desconhecida. Todos se viraram. Parado com uma prancheta em suas mãos, estava um médico. O médico que estava cuidado de Liv.
                -Sim? – Ali se levantou rapidamente, percebendo, triste, que Yuri nem mesmo a olhava. Apesar de todo aquele tempo, ela ainda era apaixonada por ele. E o filho de Erik ainda amava Olivia. A mesma coisa de sempre.
                -Ela está te chamando, mesmo sem acordar, Olivia está dizendo “Alice” sem parar – revelou o homem, fazendo com que a garota corresse até a UTI.

                Sua amiga se mexia sem parar na cama. Os fios a prendiam, provocando a sensação de que ela era um animal tentando fugir. Nunca vira a tão popular e perfeita Olivia daquele jeito. Porém, o que mais assustava era o modo como chamava sua ex-melhor amiga.
                -Alice, Alice, Alice, Alice, Alice, Alice, Alice – seus lábios se abriam e se fechavam tão rapidamente que o nome era quase ininteligível.
                Alice segurou a mão de sua ex-melhor amiga, mesmo sabendo que não deveria fazer isso. O médico entrou no quarto e observou enquanto Liv abria novamente sua boca, dizendo:

                -Jake irá morrer.
                O silêncio tomou conta da sala, enquanto os movimentos incontroláveis de Olivia paravam. Era como toda sua inquietude tivesse desaparecido apenas com a trágica revelação. Com a assustadora profecia.
                -O que isso significa? – perguntou Alice aterrorizada. Entretanto, a garota não conseguiu se afastar da ex-amiga. A amizade que um dia ambas tiveram a ainda prendia ali.
                -Você deve ir embora. Agora – disse simplesmente o médico, expulsando a adolescente do quarto. Quando enfim conseguiu fechar a porta, tirando Ali dali, sua feição havia mudado completamente.
                O médico se aproximou da cama, retirando rapidamente seu crachá do hospital. Seu falso crachá. Seus dedos seguraram o pulso de Olivia de forma forte demais. Era como se ele quisesse machucá-la.
                -Meu pai vai ser vingado, Alena – disse o médico, enquanto suas mãos voltavam-se para o pescoço de Olivia. A garota abriu os olhos. Mas já era tarde demais.
                “Quem é esse médico louco? Aonde estão os cavalheiros de O para salvá-la? – Fofoqueira Fina”
Escrito por StarGirlie.



16º Capítulo da Terceira Temporada




            

-Ela se foi. – disse um outro médico, que acabara de chegar na sala.
            Tudo aconteceu muito rápido depois daquilo.  Primeiro, Monica se jogou em Daniel, aos prantos. Envelhecera muitos anos em horas.
            Depois, Yuri segurara o médico e o chacoalhara com força. “Está brincando! Está tentando me enganar, não é?”, dizia ele, parecendo um psicopata. E, no momento, era mesmo.
            Alice olhara para Caroline e, sem esperar nada, a agarrara num abraço. Lágrimas as uniam, e Carol se sentiu muitíssimo mal. Queria ter mais uma chance com a prima.
            Mas, por incrível que pareça, o mais calmo, pelo menos naquela sala, era, de fato, Eduardo. Ele afastou Yuri do médico, num golpe rápido, e o olhou com firmeza:
            -Ambos sabemos que ela ainda possui uma chance.
            Naquele momento, todos pararam. O garoto continuou:
            -E, claro, isso inclui aquele homem que se passava por médico. Sei que o ajudou. O ajudou a estrangulá-la. Por enquanto. – respirou fundo, enquanto todos os outros prendiam a respiração. – Então, se não quiser perder o emprego... qual era o nome dele?
            Neste momento, o médico estava prestes a sujar as calças. Tremia violentamente, quando, chorando, respondeu:
            -Spencer Joks. Spencer Joks Júnior.
            Todos se seguraram por um instante, antes que Caroline olhasse para sua mãe e sua tia,ambas abraçadas aos respectivos maridos.
            -Já. Ouvi. Esse. Nome. Antes.
            Monica e Luna se entreolharam, respiraram fundo, e desembucharam juntas:
            -Nosso ex-professor.
            -O maníaco? – perguntou Yuri, bem mais calmo.
            Ambas concordaram, assim como Erik e Daniel. Afinal, os dois também haviam participado daquela época terrível.
            -Ele tem um filho? – disse Erik, para Luna.- Era só isso que nos faltava.
            C olhou, perplexa, para Eduardo:
            -Espere. – falou, piscando. – Como você sabia disso? E como assim ainda há uma chance?
            O garoto vasculhou o bolso, a procura de alguma coisa. Tirou, finalmente, sua carteira de identidade e uma outra coisa, que fez todos darem um paço para trás.
            -Meu nome não é Eduardo Enor e não sou filho de Cabe e Elen. – e mostrou a identidade. – Sou Michael Munic. Filho de Paola Munic e, atualmente, agente da CIA.
            E mostrou a identificação. Era mesmo.
            -Eu sei. – continuou. – É muita informação. Mas estou nessa tanto quanto vocês. E, se querem salvar a Liv, espero que acreditem em mim quando digo: temos de achar aquele maldito Joks.
            “Brincando de Cara a Cara? Porque parece que E acabou de judar de identidade. Ou será que está mentindo? – FF”
            By Babi
17º Capítulo da Terceira Temporada


                A vida de Olivia estava pausada. Apesar da tentativa de Spencer de matá-la, a garota estava a salvo. Só que não no hospital. Sei que vocês devem estar se corroendo para saber o que aconteceu com a nova princesinha disputada, mas hoje não lhes contarei mais nada sobre ela.
                -Patricia? Acho que devemos conversar – Jake sentou-se ao lado de sua irmã e a observou suspirar até, enfim, encará-lo. Seu rosto estava vermelho como o do irmão. Ambos haviam chorado muito nas últimas horas.
                -Você acha que eles irão descobrir? Sobre... – Pati abaixou os olhos, nervosa. Nunca pensou que Eduardo revelaria sua verdadeira identidade. Espera! Ela sabia disso?
                -Não sei. Mas Olivia não pode descobrir. Nem quando acordar. Ela nunca pode saber sobre isso. Você sabe que Monica nunca permitiria isso – Jake mexeu em seu cabelo preto e pensou em sua namorada. Ela podia estar segura novamente, mas definitivamente ainda não voltara à vida.
                Patricia se levantou e passou a dar voltas em seu quarto. Não queria ver a foto de Olivia, ela e Jake, que havia sobre a escrivaninha. Aquela lembrança seria dolorosa demais naquele momento.
                -Você acha que ela acordará? – Pati não olhou nos olhos do irmão, pois sabia que os veria molhados. Ele amava Olivia desde sempre. Desde sempre mesmo.
                -Sim. Eu não posso nem pensar em não acreditar. Ela é a única pessoa que amei na minha vida, Pati. Olivia não pode partir – Jake teve que segurar o choro. Era horrível pensar que sua amiga poderia nunca mais acordar.
                Apesar da dor, Patricia decidiu mexer em algo que ninguém sabia que possuía. As cartas de Olivia. As cartas que ambas trocaram antes da mudança da amiga para a França. Fazia meses desde que as tocara pela última vez.
                -Acho que você deve ver isso – Patricia as colocou sobre o colo de Jake, antes de sair do quarto, apressada. Não queria ver a reação de seu irmão. Ela de forma alguma seria calma.
                A primeira estava coberta de lágrimas e trazia a letra cursiva e doce de Olivia:
         Eu só queria ser capaz de partir. Não consigo gostar da vida que vivo aqui. Yuri, Eduardo e tudo mais. Queria apenas poder esquecê-los. Queria estar com você. E com o Jake. Além disso, como ele está?
       O outro pedaço entregue a Jake era a resposta de sua irmã:
                Ele definitivamente já esteve melhor, Liv. Ele sente a sua falta. Você sabe disso. Jake é como Cabe para Monica. Não há um sem o outro. Mas eles não conseguiram ficar juntos no final. Ou conseguiram?
       Era estranho pensar naquela comparação, mas era verdade. Monica amara Cabe, como ele a amara, mas bastou Daniel aparecer para que ela esquecesse seu namorado. Olivia amava Jake e eles estavam juntos, mas a simples presença de Yuri mudara tudo. Isso ficara claro na festa de Caroline.
                Tenho que te contar uma coisa. Essa noite, sonhei que Jake. Ele estava morto. E parecia mais velho. Não era o Jake de 14 anos. Era um de 16. E minha amiga Alice estava envolvida. O que isso significa?

       Alice? Morto? Nada daquilo parecia coerente. Mas havia algo errado. Monica não sonhava com bobagens. Ainda mais com pessoas reais. Algo estava muito errado.
                Ontem, estava tentando mexer de novo naquele celular antigo da minha mãe, mas nunca dá a senha! Estou ficando preocupada com o que está escondido nele.
       O celular com as mensagens da Fofoqueira Fina. Monica tentara esconder até o fim que havia sido ameaçada por ela. Como Daniel, Luna, Erik, Cabe, Julie e David também fizeram.
                Você precisa me salvar, Liv. Pelo amor de Deus. Aquela pessoa está atrás de mim. E você sabe que Jake não poderá pará-la! Salve-me. Salve-me. Você é a única Alena capaz disso. A única pessoa do mundo.
       -O que é isso, Pati? – perguntou Jake quando sua irmã voltou para o quarto.
                -Significa que não há apenas um descendente de assassino atrás de nós. Jake, há mais um ser humano que carrega o sobrenome Alena. Mais um com sede de vingança.
Escrito por StarGirlie.
18º Capítulo da Terceira Temporada


               -Acho que ela está acordando... – sussurrou alguém.
                -O que é que vocês estão fazendo? – perguntou Olivia, sentando-se com a mão na cabeça. Parecia ter sido esmagada por um trator.
                -Shhh! – fizeram Eduardo e Caroline.
                Os garotos estavam escondidos no sótão da casa de Carol. 
                -Por que estamos aqui? – falou Liv, mais baixo, e ainda massageando o local onde latejava em sua testa.
                -Fugindo. – sibilou Eduardo.
                Ele olhou para sua namorada. Caroline tremia. Não conseguia esconder que estava horrorizada.
                -O que aconteceu? – disse Olivia, novamente, com um tom de urgência na voz. Ainda via tudo borrado, e sabia que algo estranho havia acontecido.
                -É uma longa história. Mas, basicamente, nossas vidas correm perigo.
                A garota continuou sem entender nada. Lembrava de ter estado no hospital e... só. Então, eu decidi ajudar, é claro:
                “Lembra do médico bonitão? Bem, além de bonitão, ele era um criminoso. E tentou te matar, minha querida. E a história se repete. Geração, pós geração. - FF”
                Olivia leu a mensagem, que apitava de seu celular, ainda atordoada. Tudo estava tão confuso... de quem estavam fugindo? Que médico era aquele? E o que essa coisa de geração significava?
                -Carol. – disse ela, dura. – Se. Você. Não. Me. Contar. Nada. Vou. Gritar.
                Carol olhou para a prima. Seus olhos estavam assustados, mas não tanto quanto os da própria menina.
                -Estamos nos escondendo. Todos estamos. Sabe, espalhados, tentando fugir. – falou, de vez. – Yuri foi para um lado, Leo foi para outro. E, bem, acabamos levando você conosco. E agora estamos aqui, entende?
                Olivia continuou fazendo uma cara de dúvida.
                -De quem estamos fugindo, AFINAL?
                Eduardo bufou, piscou várias vezes e, depois de alguns segundos, decidiu responder:
               -Havia uma outra Fofoqueira Fina. Uma antiga, na geração de nossos pais. Bem, mais ou menos. Mas, de qualquer modo, seu nome era Anne. Ou, para você, Tia Anne. E, receio em lhe informar, mas você tem uma prima. Sharon.
                Ele  aguardou minutos, até que Olivia assimilasse tudo, então prosseguiu:
                -Ela trabalha junto com alguém. Na realidade, o filho de Spencer Joks, que aposto que você já ouviu falar. Bem, ele quer se vingar. De suas mães, por terem matado o pai dele. E estou aqui para impedi-lo.
                A menina piscou diversas vezes:
                -Como assim “você”, Eduardo?
                -Não. – disse ele. – Não sou Eduardo. Não o verdadeiro, pelo menos. Meu nome é Michael, e eu sou um agente da CIA. Filho de Paola Munik.
                De repente, a expressão toda estranha de Olivia passou para algo divertido.
                -Claro, - falou ela, em um tom mais alto. – e eu sou uma Menina Superpoderosa...
                Mas não houve tempo para que ela acabasse a frase. A porta do sótão se abriu, de supetão, revelando uma figura alta e forte.
                -Achei vocês.
               “Mordam os lábios, garotas! As aparências enganam, mas conheço algo que engana muito mais: EU! – FF”
                By Babi

19º Capítulo da Terceira Temporada


                -Alice? – perguntou Olivia em choque. Não via a ex-melhor amiga há dois anos e era uma surpresa encontrá-la ali. Carol e Eduardo (nunca me acostumarei com essa maldita mudança de nome!) pareciam desconfortáveis com a aparição.
                -Esperavam a Sharon ou o Spencer? – debochou Alice – Meus queridos, vocês estão muito apavorados. O Yuri e a Georgia não estavam assim quando passei um tempo com eles.
                Olivia estava calada. Sua mente relacionava os fatos. Eduardo era filho de Paola, o falso médico era filho de Spencer e Sharon era a filha de Anne. Havia algo errado, eram muitas coincidências. As gerações estavam muito parecidas.
                -Alice, quem são seus pais? – Liv, pela primeira vez, se aproximou ameaçadoramente de sua antiga amiga. Era estranho que naquele momento a garota não passasse de um ser insignificante para Olivia.
                -Liv, o que você quer dizer? – Alice estava surpresa. Não se acostumara com as pessoas revidando suas provocações, principalmente Olivia. A meiga Olivia. A única que Yuri amara.
                -Responda-me – Olivia se aproximou de Alice, enquanto a porta se abria novamente. Porém, desta vez a entrada era agradável. Extremamente agradável.
                -Olivia! – gritou Jake, mas a garota não se mexeu. Havia alguém atrás de seu namorado. Alguém que ela nem precisou conhecer para saber de quem se tratava. Ruiva, de olhos claros, Sharon estava ao lado de Patricia.
                Alice não respondeu, então Olivia insistiu novamente. Aquela era uma batalha antiga das duas. No fundo, ambas nunca foram melhores amigas. Não quando amavam o mesmo garoto. “Deixe-me em paz” murmurou Ali, mas Liv nem ao menos se importou. “Responda”.
                -Quer saber a verdade, Olivia? – a voz de Sharon ecoou pelo cômodo. Carol e Eduardo se moveram preocupados. Entretanto, Jake e Patricia não pareciam incomodados.
                -Eu digo – interrompeu Pati – Olivia, nós fugimos o tempo inteiro da pessoa errada. Acreditávamos que Sharon e Spencer nos matariam, mas ela não tem nada haver com isso. Você tentou se suicidar para acabar com os problemas de Jake com Spencer, entretanto, seu corpo é forte demais para isso. E, bem, ele te encontrou. Mas a parceira dele nisso tudo é outra pessoa. Na verdade, Spencer é um parceiro e não o criminoso principal.
                -Ele só está recebendo ordens – disse uma voz surgindo na porta. Era Yuri. Olivia ofegou. Ele estava lindo. Seus olhos eram tão brilhantes quanto antes. Sua voz parecia retirar sua respiração. E naquele momento, Jake soube que, para a garota, havia desaparecido.
                -Então, quem é comandante? – perguntou Olivia observando Alice ter a mesma reação que tivera segundos antes. Só faltava um mínimo detalhe. Yuri não tinha a expressão de instantes anteriores. Ele estava enojado.
                Barulhos vindos do andar de baixo começaram a aparecer. Móveis pareciam ser jogados em paredes, vidros, quebrados. Explosões pareciam ocorrer.
                -Spencer – sussurrou Carol, mas ninguém tentou fugir. “Nenhum de nós tinha medo dele ou da morte. Não éramos a geração de nossos pais. Não deixaríamos nossa família morrer” pensou Olivia.
                Jake puxou Patricia para dentro do cômodo e Sharon se posicionou ao lado de Eduardo na porta. Pelo visto, a filha de Anne era o oposto da mãe. Era a protetora e não a assassina. Yuri puxou Olivia para perto de si e deu um beijo em sua testa, quase como uma despedida. Carol sofreu mentalmente. Leo não estava ali. Leo estava com Mary. Vivendo uma vida que ela nunca teria.
                -Você não se aproximará dela! – gritou uma voz subindo as escadas.
                -Nem dele! Monstro! Nojento! – berrou outra seguindo o mesmo caminho. Em menos de um minuto, Georgia e Leo chegaram ao cômodo. Estavam suados e cansados, mas correram para quem amavam: Carol.
                Spencer não demorou a aparecer em nossa frente. Ele tinha cabelo preto e era menos bonito que seu pai, entretanto, mais charmoso. Era uma versão aparentemente mais sombria do professor maníaco.
                -Vocês devem saber que quero apenas Olivia – sua voz era conhecida para Liv, que já o ouvira quando saíra rapidamente do coma - Jake e Patricia são alvos secundários. Só me vingaria deles se me importasse com Anne. E nunca me importei com aquela Fofoqueira Fina.
                -Como assim “você se vingaria deles se Anne importasse”? O que Jake e Pati tem haver com isso? – perguntou Carol confusa.
                -Meu Deus! Vocês são um poço de falsidade! Ninguém aqui conta nada pra ninguém! – debochou Spencer. Todos repararam que Alice se movia discretamente para perto do bandido.
                -Bem, então… - começou o filho de Spencer, mas Jake o interrompeu:
                -Liv, eu posso explicar…
                -Pode explicar o quê? – exclamou Olivia, apavorada. Sabia que seu mundo estava perto de desabar novamente.
                -Eu e Patricia somos filhos de Cabe – respondeu seu namorado.
                -Espera, o Cabe que praticamente tentou acabar com o casamento dos meus pais? – Olivia sabia que estava exagerando, mas não podia suportar mais mentiras.
                Alice já estava ao lado de Spencer, quando ele a envolveu com um braço. Ela era jovem demais para o bandido, mas os dois pareciam ser namorados.
                -Alice, o que você é? – perguntou Yuri chocado. Sua amiga se transformara em um monstro. Ou simplesmente, sempre o fora.
                “Revelações, revelações. J e P são filhos do ex-namorado da mãe de O. A está com S e… - Fofoqueira Fina”
                -Você é… - começou Jake, mas não houve tempo para terminar a frase. Spencer puxou uma arma e com uma mira perfeita atingiu o coração do garoto.
                -NÃO! – gritou Olivia. Ele a salvara de morrer. E agora estava morto. Seu Jake estava morto. Mas Liv sabia quem pagaria por aquele crime. Não seria Spencer, seria Alice. E ela agiria pelas próprias mãos.
Escrito por StarGirlie.
20º Capítulo da Terceira Temporada



   Estavam todos na sala de Carol. 
    Spencer e Alice haviam fugido. Os verdadeiros culpados.
    E, enquanto o corpo de Jake era levado para algum lugar bem longe, as coisas tentavam ser esclarecidas.
    -Então você é mesmo filha de Anne, minha tia? - perguntou Olivia. Seus olhos estavam inchados de tanto chorar pelo namorado que partira.
    -Sim. Descobri recentemente, já que passei a maior parte da minha vida num orfanato. Minha mãe me teve muito jovem, e então me abandonou. Simples assim. - disse ela.
    Não podiam acreditar que aquela garota, meiga e disposta a ajudar, fora, há menos de uma hora, acusada injustamente de um crime que não havia cometido.
    -Patricia entrou em contato comigo. Parece que seu pai, Cabe, disse algo sobre Anne ter uma filha. E há anos ela me procura, sabendo que eu seria a solução. - continuou Sharon. 
    Todos olharam para os próprios pés. Era difícil pensar que Patricia não estava ali pois fora acompanhar o irmão, morto de forma tão brutal.
     -E, claro, tive uma pequena participação na história. - disse Eduardo, tentando alegrar as coisas. Apesar de analisar Sharon com interesse, ele passava a mão pelas costas de Caroline, enquanto esta ainda não se acalmava pela cena que vira recentemente.
     Leo os encarava. Ou melhor, Leo os fuzilava com o olhar. 
     E, enquanto fazia isso, repetia o ato com a garota que acabara de chegar: Mary, sua namorada. Era deliciosamente divertido ver aquela cena de ciúmes.
     -Mas então quer dizer que eles querem Olivia? - perguntou Yuri, sem encará-la. A relação de ambos estava cada vez mais complicada.
     -Sim. - disse Sharon. - Algo sobre um ritual inacabado, algo com imortalidade... não sei. O único que poderia explicar tudo de forma correta seria Jake. Ele investigara isso durante anos.
      Olivia soltou um gritinho. Doía imaginá-lo vivo. E, mais ainda, morto. 
     Yuri lançou um olhar para ela, pela primeira vez. Também doía para ele vê-la assim.
      -E aqueles safados fugiram. - exclamou Georgia, que parecia mais do que indignada. Ela estava do outro lado de Caroline, confortando-a do mesmo modo de Eduardo.
     -Mas afinal, o que Jake quis dizer antes de levar o tiro? Tenho certeza de que era algo importante. - falou Leonardo, que dirigiu a pergunta à Sharon.
     -Bem, isso teremos de ver com a Pati. Não sei muito mais do que vocês.
     A porta se abriu e Monica, acompanhada de Luna, entrou na sala, entregando algo para sua filha, Olivia.
     -O que é isso, mãe? - disse ela, olhando para o pequeno aparelho telefônico.
     -A resposta que tanto procurou. Acho que está na hora de saber a senha, filha.
     -Viemos para ajudar, antes que mais alguém se machuque por meio dos nossos antigos problemas. - concluiu Luna, lançando um olhar temeroso para a filha e Yuri.
     Todos naquela sala logo compreenderam: eram as mensagens da antiga Fofoqueira Fina. Mais conhecida como Anne.
    "Então as mamães L e M decidiram voltar à cena e ajudar os filhotinhos? Que gracinha... pena que não conseguirão. - FF"
     By Babi
21º Capítulo da Terceira Temporada


                Todas as minhas “vítimas” se ocupavam de investigar as mensagens de Anne, minha inspiração. Luna e Monica marcavam em minhas mensagens, todas as palavras-chave, adquirindo um pouco da minha personalidade. Sabia que a cada hora, elas chegavam mais perto, mas não tinha medo. Eu era a Fofoqueira Fina.
                -Liv, eu tenho que dar meus pêsames pelo Jake – disse Yuri, enquanto os dois trabalhavam em uma projeção dos lugares por onde passei. Eduardo realmente estava os tornando espiões.
                -Não venha me falar de pêsames. Sei que você odiava o Jake – respondeu Olivia se virando bruscamente, encarando Yuri com seus olhos inchados. Ele não conseguia vê-la daquele jeito, sem imaginar abraçá-la mais uma vez. Mas agora sabia que nunca a teria de volta. Liv aprendera a amar Jake de uma forma que nunca o amara.
                -Eu podia odiá-lo, mas eu te amo – retrucou o filho de Erik. De alguma forma, Olivia tinha perdido seu brilho natural. Era como se ela fosse uma espécie de zumbi. Foi naquele momento que Yuri percebeu que a reação não seria a mesma se ele tivesse morrido.
                Yuri tentou segurar a mão de Olivia, mas ela a afastou imediatamente, partindo para o outro lado da casa, com o intuito de falar com Patricia, que apesar da morte do irmão, estava ajudando os que na Terra permaneceram.
                -Preciso te entregar uma coisa – disse Pati ao ver Liv se aproximando. Segurando a mão da melhor amiga, as duas subiram as escadas apressadamente. Chegando ao quarto, Olivia se deparou com uma cena que não imaginava.
                Sua mãe estava abraçada ao Cabe, enquanto ele chorava em seu ombro. Era compreensível. O homem havia perdido seu filho, o mesmo filho que há tanto tempo fugira de casa, preferindo viver sem sua presença.
                Os olhos de Cabe ao vê-la brilharam e algo no corpo da garota se remexeu. Jake parecia-se tanto com ele. Mas o ex-namorado de sua mãe não a encarou muito tempo, já que preferiu se levantar e buscar uma caixa, que estava em cima da escrivaninha.
                -Jake a deixara com o seu nome escrito nela. Espero que haja algo que te ajude a melhorar dentro dela – disse o pai do namorado morto de Liv.
                -Obrigada – respondeu a menina, saindo rapidamente do quarto e entrando em um dos banheiros com o intuito de abrir a caixa.
                  Não havia cartas. Apenas fotos com marcadores. E cada uma delas era mais reveladora que a outra. A primeira imagem era de Olivia, Eduardo, Carol e Leo.

                “A turma dos populares. Olivia namorara Eduardo, mas mantinha um tipo de ‘charme’ com Leo. Carol possuía um caso com Eduardo. Eram considerados maldosos, pois invadiam locais e festas, graças ao passe livre de Eduardo (um agente da CIA)”

                A próxima era de Liv, Yuri e Georgia. Havia vários círculos sobre partes de seus corpos, onde eles se apoiavam um nos outros.
                “Georgia nunca escondeu nenhum grande segredo. Gostava de Yuri e de Leo. Como Olivia e Carol os tiraram, respectivamente, dela, passou a tentar roubá-los”
                A terceira era de Alice sozinha. Ela estava trancada em uma sala, repleta de caixas. Seus lábios formavam um sorriso maligno. Olivia virou rapidamente a foto com o intuito de ler a descrição, mas nada havia. Na verdade, um dia algo estivera escrito. Porém, agora só um borrão de caneta azul era visto. Um borrão feito por alguém.
                E a quarta era de Leo e Carol abraçados. Mas algo diferente. Não era o abraço dos dois a que Olivia estava acostumada. E o pior de tudo era a marcação. A mais reveladora até o momento.
                A porta se abriu. Eram Leo e Carol. Os dois perguntaram se a garota estava bem. Mas Liv não conseguiu responder. Apenas os encarou. Chocada e sem fala.
                -O que houve, prima? – perguntou Carol se aproximando de Olivia. A garota apenas tomou fôlego antes de perguntar assustada:
                -Vocês são irmãos?! – e Carol pode apenas olhar Leo, em silêncio. O grande segredo havia sido revelado.
Escrito por StarGirlie.
              22º Capítulo da Terceira Temporada

       As coisas começaram a passar rapidamente.
                Primeiro, Caroline fechou a porta do banheiro, trancando os três ali dentro. Depois, segurou a mão de Leonardo e ambos sentaram no chão, ao lado de Liv.
                -Prometa que guardará segredo. – disse Caroline, ainda muito preocupada.
                -Então é verdade? – disse ela, séria. – Agora tudo faz sentido!
             Lembrou-se de como, de uma hora para outra, Caroline ficara sombria, assustada, afastada. Principalmente de Leo, que antes era praticamente sua sombra.
                Eram irmãos.
                Simples.
                Ou não.
                -Mas como? – disse Olivia, depois de alguns segundos.
                Caroline olhou para Leo. Prometeram, anos atrás, de nunca revelar este segredo.
                -Você sabe, Liv. Minha mãe nunca teve um relacionamento muito bom com meu pai. Quer dizer, eles se conheciam até demais. E teve uma época, antes de engravidar de mim, em que passou mais de um ano afastada. Só então percebeu o quanto necessitava da presença de Erik. E então voltou. Bem quando Julie e Thiago apresentaram  filho que haviam tido. No começo, não demos importância a isso, mas depois, começamos a perceber algumas coisas. – explicou Caroline, de forma rápida e confusa, como fazia ao ficar nervosa.
                -Coisas como me proteger. Coisas como tentar ter posse sobre mim. E, quando eu e Carol decidimos nos junt...
                -Namorar. – disse ela, fingindo não ligar pelo fato de Leo ter excluído a palavra.
                -Sim, namorar... – corrigiu ele. – Ela entrou em pânico. Ninguém entendeu porque, já que parecíamos perfeitos um para o outro. – ele sorriu envergonhadamente. – E, depois de conversar com minha mãe, ambas nos proibiram. Sem nenhum motivo.
                -Mas isso não é motivo... – disse Olivia.
                -Sim. – cortou Carol. – Esse é um ótimo motivo, já que logo após isso, achei uma mensagem de Julie para Luna por meio dos celulares. “Pare de tentar influenciar o MEU filho. Você já fez uma escolha, e foi há muitos anos atrás. Sei que não podem namorar, mas você deve tomar mais cuidado. O combinado era que ele nunca desconfiaria”.
                Olivia engoliu em seco. Sim, aquele era um bom motivo para pensar que sua prima e Leo eram, de fato, irmãos.
                -O que vocês vão fazer? – perguntou, por fim.
                -O mesmo que estamos fazendo há anos. – disse Leonardo, acabado.
                -Esquecer um do outro. – disse Caroline, quase não conseguindo suportar as lágrimas.
                Olivia abaixou a cabeça. Nem imaginava uma vida impedida de tal forma. Imaginou-se no lugar de Caroline. E Yuri no lugar de Leo...
                -Isso está errado. – disse, assustando a todos. – Muito errado. Vocês tem que fazer algo, descobrir se...
Ambiente Vistoriado » Blog Archive » Meu casamento na Praia ♥                -Não. Tomamos uma decisão. Não é certo ficarmos juntos, e não ficaremos. – disse Caroline, antes de levantar e sair correndo do banheiro.
                Leo e Olivia sabiam que ela estava indo para seu quarto, para chorar.
                A garota então olhou para o amigo. Via em seus olhos o desespero que já sentira várias vezes.
                Aos poucos, aproximou-se do garoto e o abraçou. Escutou então os soluços e, com ele, chorou. A dor agora era mútua. E ela sofreria por eles.
                “C está chorando, bem como L e O. Cuidado, C, pois as lágrimas podem aproximar. – FF”
                By Babi
23º Capítulo da Terceira Temporada


                Olivia sentou-se no chão, afetada. Sua boca estava seca e seus olhos cheios de lágrimas. Seus braços envolviam seu próprio corpo e ela queria apenas morrer. Não podia acreditar no que estava acontecendo.
                -Filha! O que houve? – Monica entrou em seu quarto e correu para abraçá-la. Olivia tremia em seus braços e os soluços eram desesperados – Diga-me! Diga-me agora!
                -Eu não posso... – começou Liv, mas sua mãe logo a cortou:
                -Claro que pode. Você sabe que pode sempre contar comigo – Monica tirou o cabelo castanho claro de seu rosto, lembrando-se rapidamente de Daniel. Fazia semanas que os dois não se viam. O casamento não ia muito bem.
                Olivia limpou as lágrimas e puxou sua camiseta ainda mais para baixo. Monica então entendeu. Suas mãos impediram as de Liv e ela puxou o tecido para cima. Observou o rosto fino de sua filha e disse:
                -Você está grávida.
                Liv caiu em um choro desesperador, mas sua mãe não a abraçou. Faltava algo a lhe dizer antes de acolhê-la:
                -E é de Jake.
                Não foi preciso dizer nada. Aquilo era claro. O único garoto com quem Olivia dormira em toda sua vida. Agora, aos 17 anos, ela estava grávida. E Jake morto. A partir dali, toda sua vida mudaria. E finalmente, Yuri não estava incluído nela.
                -Nós temos muito o que fazer, Olivia. A primeira coisa é contar ao seu pai.
                -E a segunda? – perguntou a garota.
                -Sair do país.
Duas semanas depois...
                A futura mãe do filho de Jake estava observando a doce barriguinha em frente ao espelho. Imaginava como o bebê passara despercebido em seu período de coma. Aquele hospital realmente não era confiável.
                Estava feliz de ainda estar no Brasil. Realmente não queria que seu filho, ou filha (era impossível saber), nascesse em outro lugar. Sabia que Spencer e Alice ainda estavam em algum lugar próximo, mas nada importava. Ela tinha um bebê em seu ventre. O bebê do grande amor da sua vida.
                Ficava extremamente animada com a lembrança de que se formara adiantada na França e que por isso não teria que voltar para a escola. Era uma adulta e em breve seria mãe.
                -Cadê a mãe mais linda da cidade? – perguntou Leo, entrando com um buquê de rosas cor-de-rosa e o entregando para a sua grande amiga. Ele a achava ainda mais linda com aquela barriguinha.
                -Futura mãe – corrigiu Olivia, o abraçando. Desde que descobrira o segredo que ele possuía com Caroline, ambos voltaram a se aproximar como antes.
                -Sim, sim, e aí, como ele está? Quantos meses mesmo? – perguntou Leo, a puxando para uma das cadeiras. A pele de Liv estava mais fria do que antes e tinha medo que ela estivesse com pressão baixa.
                -Dois. Estou tão ansiosa para saber qual é o sexo. Tenho a sensação que será um menino – Leo sorriu. Olivia queria que fosse um garoto, pois se pareceria, provavelmente, com Jake e ela o amava acima de tudo.
                -Mas estou com medo de uma coisa – Liv continuou – Algo que venho sonhando.
                Os pelos de Leo se eriçaram. Olivia muitas vezes tinha visões e aquilo assustava a todos. Ela previra a morte de seu namorado. Dois anos antes.

                -O quê?
                -Eu não me vejo cuidando dele. É como se eu tivesse morrido – lágrimas começaram a cair de seus olhos e Leo a abraçou de novo, antes de secá-las.
                -Você não vai morrer, entendeu? Você vai ser feliz com esse bebê e um dia irá encontrar o pai perfeito para ele. E eu vou estar aqui, sempre pronto pra te defender.
                Olivia o abraçou ainda mais forte, derramando lágrimas em sua camiseta cinza. Mas ele não se importava. Contanto que ela ficasse bem, tudo valeria a pena.
                -Obrigada... – e então, quando Leonardo virou rosto, seus lábios e os de Olivia ficaram próximos. Próximos demais. Até que enfim se encontraram novamente.
                Não foi como na primeira vez. Olivia não o beijou para provocar Carol. Foi algo mútuo. Leo também a puxava para mais perto. Até que Liv o afastou.
                -Eu não posso... Jake... Faz muito pouco tempo...
                -Há Caroline também... E Mary... – começou Leo – Desculpe-me.
                A porta se abriu, provocando arrepios em Leo e Liv. O intruso sentou-se na cama da garota, um sorriso nos lábios. O garoto puxou sua amiga para trás de si.
                -Então, parece que temos uma mais nova grávida da cidade. É pra quando? – debochou Alice – Ah, desculpa, atrapalhei alguma coisa?
                “O e L estão mais próximos do que nunca. Não diga que não avisei, C! E cuidado, A está de volta. Onde estará S? – Fofoqueira Fina”
Escrito por StarGirlie.

 24º Capítulo da Terceira Temporada

               E então sua prima estava grávida.
                “Que coisa ótima”, foi como Caroline viu as coisas. Ótima, mas apenas para Olivia.
                Caroline sentou-se na cama, olhando a foto de quando Leo e ela ainda estavam perdidamente apaixonados. Fora uma época tão feliz.
                Que se fora.
                As lágrimas não vieram dessa vez. Gostaria que nada daquilo estivesse acontecendo, que ainda pudesse pensar que encontraria o amor e seria, para sempre, feliz.
                Mas não podia pensar assim, pois seu amor, o verdadeiro e único, era Leo. E eles nunca poderiam ficar juntos.
                E, muito menos, ter filhos, como Carol tanto sonhara.
                Uma mensagem começou a piscar no celular da garota. Minha, obviamente.
                Ela largou a foto e foi pegá-lo.
                Logo que assim fez, uma foto apareceu na tela. Sabia quem a havia mandado, mas deixou o celular cair assim que compreendeu tudo.
                A foto mostrava Olivia e Leonardo. Se beijando.
                Colocou as mãos na boca.
                -Como ela pôde? – sussurrou.
                Primeiro, pensou em Eduardo. Não haviam conseguido chegar no “ponto”, tanto pela falta de oportunidade, quanto a de vontade por parte de Caroline. Era estranho pensar assim, mas ela realmente desejara que seu primeiro fosse Leo.
                Enquanto isso acontecia, Olivia ficava grávida. Não entendia como, além de roubar seus sonhos, ela pudera beijar aquele que todos sabiam, era o amor da sua vida.
                E que Olivia também sabia, era seu irmão.
                Finalmente, as lágrimas vieram. E não pelo beijo, ou mesmo pela gravidez da prima. Aquele choro era inteira e completamente por saber que Olivia não estava errada. Quem estava, ali, era ela.
                Já estava chorando há um bom tempo, quando olhou para o lado e viu, no canto de seu próprio quarto, uma bolsinha. A bolsinha que Eduardo lhe dera.
                A bolsinha com seus remédios.
                Levantou-se e pegou-a. Desde que conhecera Eduardo, ela tomava aqueles comprimidos. Sem eles, morreria.
                Mas ninguém sabia disso. Ninguém além de Eduardo, que a ajudara. Eduardo e eu, claro. Hipericum perforatum, era o nome que estava escrito nas caixinhas.
                A bolsa, recentemente abastecida, possuía vários deste. Pegou um punhado na mão, e os engoliu de uma vez só.
                Se não podia ter Leo, não queria ter nada.
"Será que C sobreviverá a esta overdose de tristeza? - FF"
                By Babi
25º Capítulo da Terceira Temporada


                -Carol! Carol! – gritou Olivia quando encontrou sua prima desmaiada em seu quarto. Estava ali para explicar o beijo com Leo. Dizer que aquilo fora um erro, que ela mesma não aceitava aquele romance, pois amava, acima de tudo, Jake. Além disso, aquela era uma forma de fugir de Alice.
                Sua ex-melhor amiga aparecera cheia de deboche em sua casa e tentara convencê-la sobre sua inocência nisso tudo. Obviamente, nem ela nem Leo acreditaram e a expulsaram da casa. Logo depois, os dois saíram também.
                -Caroline! – Liv sabia que não podia carregar sua prima nos braços, mas também não a deixaria sozinha nem por um segundo. A casa estava vazia e o telefone, na sala. Não podia abandonar Carol de jeito nenhum.
                O tempo passava e o corpo de Caroline não mudava. Liv chorava desesperadamente. Não podia perder sua prima também. Já bastava Jake.
                -Liv? – perguntou Carol com a voz fraca, seus olhos se abriram lentamente.
                -Carol! – Olivia a abraçou – O que aconteceu?
                -Eu tentei me matar. Com os remédios que tomo – e assim, Carol contou para Olivia o que um dia contara para Eduardo. E os mistérios acabavam a cada dia. Exceto um: quem era a Fofoqueira Fina?
Sete meses depois...
                -É claro que não. Você tem que colocar aquela mesa ali! – brincou Liv, enquanto ajudava Leo a montar o apartamento onde moraria. Com Mary. A prima postiça já estava prestes a dar a luz. Sua barriga estava enorme e aquilo deixava Leonardo hipnotizado. Era como se a menina já estivesse saindo do ventre da mãe. Sim, era uma menina.
                -Ah, que coisa, chefe! – retrucou Leo, jogando-se ao lado de Olivia no sofá. Seu braço a envolvendo e ela pôs sua cabeça em seu ombro – Obrigada pela ajuda, o apartamento está ficando lindo.
                -Não precisa agradecer. A melhor amiga serve pra isso – disse Liv fazendo cócegas em Leonardo. Era incrível como ambos se ajudaram nos últimos meses.
                Uma batida na porta ecoou pela grande sala. Devia ser Mary ou até mesmo Caroline. Ultimamente, poucas pessoas faziam parte da vida de Olivia e Leo. Pais, Mary e Carol. O resto, bem, era o resto.
                Porém, quando Leo abriu a porta, quem entrou não era nem Mary, nem Carol, nem Monica e Daniel ou Julie e Thiago. Era Yuri.
                -O que você está fazendo aqui? – Olivia cobriu sua barriga como aquilo fosse uma espécie de ponto fraco perto de seu ex-namorado.
                -Eu vim relatar mais uma morte – Yuri tinha o rosto inchado, as lágrimas ainda caindo. Aquela perda era de alguém próximo e aquilo era claro.
                -Quem foi dessa vez? – Leo estava desesperado. Tinha medo por ele, por Liv e seu bebê, e por Carol. Mary nem passou por suas preocupações.
                -Georgia.
                Olivia sentiu uma pontada na barriga. Nem era tão amiga de Georgia. Na verdade, elas eram inimigas, mas isso não significava que quisesse a morte dela. E todas as pessoas ao seu redor partiam lentamente. Jake, Georgia... E ela mesma.
                -Ai! – gritou Olivia, enquanto sua bolsa estourava. Leo se aproximou desesperado de sua melhor amiga. Seus braços a envolveram e rapidamente Yuri correu para perto dos dois.
                -Aguente, Liv! – Leo começou a correr com elas em seus braços, chegando em menos de dois minutos até o carro – Sobreviva!
                Yuri foi colocado como motorista, enquanto Leo ajudava Olivia a respirar no banco traseiro. A garota não tinha mais consciência alguma. Seu corpo convulsionava sozinho. Ela estava perdida. Sua previsão se concretizaria.

(Perspectiva de Olivia)
                Não conseguia enxergar. Só havia dor em todo meu corpo. Sabia que não era por causa do parto e sim porque era minha hora de morrer. Leo estava errado. Minha previsão estava correta. Eu não cuidaria de minha filha.
                Também não era capaz de escutar, apenas conseguia entender as lembranças que passavam por meus olhos. Lembrei-me da primeira vez que encontrei Jake, de seus olhos, de sua voz. De nossa primeira noite juntos e das outras que vieram depois. E então, recordei-me do meu primeiro beijo com Leo. De como, mesmo sendo uma forma de provocar Carol, fora tão especial. Quando achei que só apareceriam boas lembranças, vi Alice e Yuri chegando juntos na festa de Eduardo.
                Estava isolada em grades de lembranças, não tinha para onde fugir. Minha filha estava prestes a nascer em um mundo onde Alice e Spencer tentariam matá-la. Seria um lugar perigoso, mas ela seria feliz. E de alguma forma, sabia que Leo seria um ótimo pai. Mesmo não sendo o verdadeiro.
                Quando minhas esperanças estavam acabando, escutei:
                -Sobreviva! – era a voz de Leo.
                E naquele momento soube. Eu não morreria. Não agora.
                “O está prestes a dar a luz. Y e L estão ajudando-a. G morreu. O que mais pode acontecer com esses ‘coitadinhos’? – Fofoqueira Fina”
Escrito por StarGirlie.
   26º Capítulo da Terceira Temporada





              -Leo? Bebê? ELA O QUÊ? – disse Caroline, correndo para pegar o carro de sua mãe. Nunca dirigira na vida, mas tinha uma breve noção de como se fazia isso.
                Afinal, o bebê de sua melhor amiga estava por vir.
                Correu como louca. Levou buzinadas, quase bateu em algumas pessoas e foi xingada por diversos motoristas. E, mesmo assim, continuou sorrindo. 
                A coisa mais linda do mundo iria acontecer, e ela não compreendia como pudera ficar com tantos ciúmes. Ela teria seus bebês também, mas antes deveria encontrar a pessoa certa. Como Olivia fizera.
                Chegou ao hospital e estacionou o carro, dando solavancos, em um lugar qualquer. A chuva brandia no chão, mas Caroline não ligou para aquilo. Queria ver de uma vez sua sobrinha.
                Logo que chegou, encontrou a sala de espera vazia. A não ser, é claro, pelos seus dois meninos que ali estavam sentados: Leonardo e Yuri.
                Ambos pareciam ter chorado muito, e assim que os viu, Carol ficou assustada. Algo parecia ter dado errado.
                -O que foi? – disse ela, se aproximando do irmão.
                -Não é Olivia. – disse ele, vendo a expressão preocupada da garota. – O bebê já nasceu. Faz uns dez minutos. É uma menina linda. – falou, sorrindo ao lembrar-se da criança. – Mas nosso problema é outro.
                A menina olhou para Leo, mais aliviada, mas ainda curiosa.
                -Então o que foi? – perguntou.
                -Georgia. – disse ele. – Foi encontrada morta na própria casa. Asfixia.
                Caroline engasgou. Sua melhor amiga... morta... asfixia... essas palavras não faziam sentido na mesma frase.
                Sentiu sua visão sumindo, mas antes que assim o fizesse, sentiu também mãos a protegendo.
                Olhou nos olhos do seu salvador.
                Eram tão bonitos.
                E desmaiou.
               
                Acordou em uma cadeira. Uma cadeira da sala de visitas de um hospital, para ser mais específica.
                -O quê? – falou, piscando e tentando entender alguma coisa.
                -Oi, oi? Terra para Caroline? – disseram “Os Olhos”, sendo brincalhões. Então era Leo. O cara dos olhos.
                Riu um pouco, antes de se lembrar o motivo de ter desmaiado.
                Georgia.
                -Então é sério? – falou, sentindo seus olhos enchendo-se de lágrimas.
                -É. – falou ele.
                Os dois se olharam por um longo tempo. Ela, a melhor amiga. Ele, o melhor amigo. Sim, ambos sentiam a mesma coisa... dor, amor, saudades...
                Um voz falou nos auto-falantes, interrompendo os sentimentos de ambos:
                “O berçário está aberto para aqueles que quiserem visitar os bebês. Obrigada.”
                Leo e Caroline levantaram instantaneamente. O bebê de Olivia era prioridade naquele instante.
               Quando chegaram ao berçário, analisaram os bebês pelo vidro. Logo, Yuri também os encontrou.
                Um dos bebês que vestia rosa estava dormindo. Um anjo.   
                Outro, chorava sem parar. Um demônio.
                E, o último, olhava por todos os lados, absorvendo os detalhes. Sem dúvidas, aquela era Katherine, a filha de sua amiga.
                Um médico veio e entregou para os três tocas e luvas. Entraram no quartinho e correram para pegar a menininha.
                Yuri se afastou um pouco, com medo de ferir aquela criatura maravilhosa. Leonardo já foi fazendo gracinhas, e Kath sorriu ao vê-lo. Seria, sem dúvidas, um ótimo pai, para quem quer fosse.

                E  Caroline esticou o braço, pegando a menina. Era linda. Simplesmente linda.

                A abraçou. Leo ficou fazendo beicinhos, acariciando a cabecinha dela. Caroline ria, enquanto via o modo com que o bebê já se apegara a ele.
                Já até imaginava a primeira palavra que falaria... o primeiro passo que daria... o primeiro namorado que teria... tudo, tudo. Seu futuro seria brilhante, por ter uma mãe tão dedicada, e amigos tão fieis. Seria muito amada. Por todos.
                Carol então passou a criança para o colo de Leo, que a recebeu de forma delicada. Em um determinado momento, se viu imaginando-o como o pai de seus filhos.
                Mas era impossível.
                Então apenas riu, curtindo o momento. Logo, Yuri chegou e tomou intimidade com a criança.
                Caroline se afastou, observando ambos. Estavam uma graça, juntos. Juntos com Katherine.
                Saiu da sala, dando para os garotos privacidade com a princesinha. Sentou-se na cadeira do lado de fora e pensou em tudo que acontecera nos últimos meses. Aquele bebê fizera com que percebesse que Eduardo não era a pessoa certa.
                Terminaram.
                Após isso, dedicou-se a cuidar da amiga. Praticamente moravam juntas.
                Então pensou em como havia decidido se afastar de Leonardo. Até conseguira, mas naquele momento, em que segurava a criancinha de forma tão doce, tudo voltou. Os beijos, os abraços... tudo.
                E ela quis chorar. Mas não fez isso. Apenas, lembrou.
                Eram irmãos, e isso nunca mudaria.
                Logo, a porta se abriu e Leo saiu de lá de dentro.
                -É linda. – falou ele, sentando-se. Parecia extasiado.  
                -Sim. – disse a garota, antes de completar - Você vai ser um ótimo pai.          
                Leonardo virou-se.
                -Nunca serei pai. – falou, por fim.
                -Por que não!? – disse Caroline, assustada. Olhou nos olhos de Leo e não entendeu mais nada
                -Porque nós nunca... – falou ele, chegando mais perto de Caroline. - ...poderemos ter filhos juntos. – respondeu, antes que seus lábios se tocassem.
                By Babi
27º Capítulo da Terceira Temporada


                Tenho apenas duas notícias a relatar. Spencer morreu. E a morte é muito mais chocante do que pensaríamos. Lembram-se da ligação que Selena fez a uma tal de Ivy há certo tempo? Bem, esses meros segundos no telefone fizeram toda diferença no assassinato do filho do professor maníaco de Monica e Luna.
                Ivy era, na verdade, a irmã mais velha de Georgia. As duas viviam juntas, mas G nunca desconfiou que sua inspiração era uma assassina profissional. Quando Sel telefonou para ela, seu objetivo era apenas pedir para que a garota avisasse sua maninha sobre o perigo de estar se envolvendo com Yuri. Todos nós sabemos bem que essas famílias têm aquela maldição da imortalidade e tudo mais, certo?
                Enfim, Georgia não escutou Ivy ou Selena. Continuou se afundando ainda mais naquela situação e, certo dia, Alice a matou. Sim, Alice. A menina boazinha. A atleta. A ex-melhor amiga de Liv. Então, não demorou para que a irmã mais velha da assassinada corresse para o possível esconderijo de Spencer e sua namorada, Ali. Não preciso nem dizer o que fez lá, não é mesmo?
                Com o corpo de seu namorado estirado sobre o chão, com três tiros no coração, Alice entrou em pânico e tentou esconder todas as informações guardadas no galpão. Mas não houve tempo. Apenas correu, correu, correu. Iria fugir dali antes de acabasse morta também.
                Foi nessa fuga improvisada que Ivy encontrou um tipo de exame de DNA. Spencer era meio-irmão de Sharon. Ela era filha do professor e ele era filho de Jane, uma de suas vítimas no passado, que morrera como Natalie. Todos os pais estavam ligados aos filhos, inclusive Carol e Leo à Luna. Porém, nenhum deles revelava de quem Alice era filha. Aquele era um enigma.
                Vocês devem ter reparado como estou entediada com tudo isso. Spencer tinha que morrer de qualquer jeito. Alice fugir não é grande surpresa. Agora o que me interessa é o que está acontecendo na maternidade. Com essa história toda de Olivia carregando sua pequena Katherine. Ela parecia renovada, viva.
                -Mãe! – exclamou Liv, quando Monica, tão jovem, aparentemente, surgiu no quarto ao lado de Daniel. Ele tinha uma expressão séria e garota percebera, apenas agora, que seu pai não sorria há anos. Era como se estivesse sofrendo por algo. Algo que nunca superara.
                -Kath é linda. Posso chamá-la assim, certo? – perguntou Mon, sorrindo ao ver a pequena cópia de Olivia em seus braços. Ela tinha os olhos azuis do pai, o que a fazia parecida com Anne. Monica podia não admitir, mas em todos aqueles anos sentia falta de sua irmã.
                -Claro! – confirmou Olivia, no exato momento em que Leo entrou no cômodo de mãos dadas com Carol. O coração da nova mãe não desabou nem um pouquinho. Ela estava feliz pelos dois. Eles enfim tinham aceitado o amor.
                Atrás deles, estava Yuri. Ele parecia mais velho e cansado. Além disso, logo que entrou não provocou nenhuma sensação em Liv. Ela aprendera a amá-lo do jeito correto. Como um amigo. Não como um namorado.
                Porém, naquele momento de aceitação, Olivia sentiu seu pai a encarando. Então, ele abriu sua boca e disse:
                -Tenho uma coisa para te contar, filha. Algo que escondemos sua vida inteira. E hoje em dia fará a diferença.
                -O quê? – perguntou, com Kath em seus braços. Ela era lindíssima. Uma princesa. Algo em seu coração dizia que essa seria a primeira Alena a não sofrer com uma Fofoqueira Fina. E, bem, ela estava certa, porquem de acordo com os relatórios médicos, realmente morreu durante cinco minutos.
                -Alice é sua irmã – e o mundo de Olivia desabou.
                Daniel explicou que há muito tempo, antes mesmo de conhecer Monica, ele doara seus espermatozoides para um banco de esperma, apenas para ao caso de nunca conhecer a mulher de seus sonhos. Entretanto, a encontrou, mas a mãe de Alice fez uma inseminação artificial e já era tarde demais.
                -Isso explica o ódio de Alice por mim. Eu roubei a vida dela – Olivia tinha lágrimas nos olhos. Pensou em sua amiga. Ela invejava Yuri, sua filha e até mesmo Leo, que nem lhe pertencia.
                -Não, você não roubou a vida de ninguém – defendeu Yuri – Ela fez suas próprias escolhas. Escolheu nunca contar nada a Daniel até hoje de manhã, quando nos ligou e revelou tudo. Escolheu ameaçar a sua vida e a de Kath, como também as de todos nós. E, acima de tudo, escolheu amar Spencer. Ela fez as escolhas erradas, não você.
                Então, um sorriso surgiu nos lábios de Olivia. Yuri era um bom amigo e sempre seria. Enquanto toda a família se acalmava, uma mensagem era recebida no celular de Liv em seu quarto na sua casa:
                “Estou partindo, O. É, eu sei, você deve estar pensando o porquê de lhe estar dizendo isso. O real motivo é que eu me importo com você, irmã. Aproveite a infância de K. Adeus – Fofoqueira Fina”
                Sim. Durante todo esse tempo a verdadeira identidade de Fofoqueira Fina era simples. A melhor amiga, a apaixonada, a traidora. Eu era Alice.

Escrito por StarGirlie.
28º Capítulo da Terceira Temporada

                (Perspectiva de Carol)
                Ela dançava sem parar. Dois anos já haviam se passado, e ela não parava de dançar.
                Sentei-me ao lado de Leonardo.
                -Ela é linda, não? – perguntei.
                -Sem dúvida alguma. – disse ele, ainda sorrindo para a menininha.
                A festa estava maravilhosa. Os anfitriões, Monica e Daniel, haviam cedido a casa para que sua filha realizasse-a, comemorando os dois primeiros aninhos de Katherine. Todos estavam ali.
                Todos menos Alice.
                Sim, ela morreu. E não foi por obra minha, devo adverti-los.
                A culpa toda foi dela mesma. Ou talvez do mecânico que não averiguou o avião como deveria, deixando-o cair, mas de qualquer jeito, ela mesma fez aquilo.
                E eu não estava nem aí. Só queria olhar para aquele menininha, de olhos doces e pele rosada, que dançava com sua mãe e seu tio, Yuri.
                Apesar de não estarem juntos, Olivia e Yuri se amavam. Muito. Mas não como ela amara Jake. Era algo mais... meigo. Eles eram amigos, e sempre seriam. Só demoraram um pouco para perceber isso.
                -Gostaria de dançar, minha flor? – disse Leo, fazendo graça.
                Sorri. Ele sabia que um pedido de dança era quase uma convocação. Eu sempre atenderia a um chamado.
                -Claro.
                Ele me puxou rapidamente. Ri,mostrando a todos como eu estava feliz. Muito feliz.
                 Dançamos algumas músicas, até que, de repente, ouvi alguém me chamar. Olhei para o lado. Minha mãe.
                Ela parecia cansada. Estava cheia de olheiras e, ao seu lado, estava Julie. Suspeito, elas malmente conversavam.
                -Venha aqui, Carol. E Leo, também. – disse ela.
                Olhei para Leo e peguei em sua mão. Estava bastante preocupada, e ele pareceu do mesmo jeito, apertando meus dedos.
                Seguimos nossas mães, que entraram na casa de Monica. Logo, chegamos à sala e sentamos no sofá.
                Luna respirou várias vezes, então alcancei sua mão e a acariciei.
                -O que é, mãe? – disse.
                Ela suspirou.
                -Precisamos contar uma coisa. Algo que me arrependo demais, mas, ao mesmo tempo, sei que foi o certo.
                Olhei para Leo novamente. Ergui a sobrancelha como fazia ao estar nervosa.Ele repetiu o ato.
                -Não sou sua mãe. – disse Julie para Leo, não aguentando o suspense. – Luna é.
                O garoto virou-se para mim.
                Um segundo de silencio se fez, até que, por fim, caímos na gargalhada. Cada um foi abraçar sua mãe.
                -Mãe, - disse ele, vendo a expressão assustada de Julie. – você acha mesmo que eu não sabia disso?
                -Ambos sabíamos. – o corrigi, fazendo cara feia.
                -M-mas... c-como-o? – disse Luna, alternando o olhar entre nós dois. – Desde quando sabem?
                Olhei para meu amigo, fazendo cara de dúvida.
                -Faz o quê? Uns cinco anos? – rimos novamente, deixando-as mais preocupadas ainda.
                -Mãe. – disse, após me controlar. – Você não sabe esconder nada. E, além do mais, não estamos bravos. Já entendemos tudo, e somos felizes assim. De verdade. Vocês duas fizeram a coisa certa.
                Minha mãe finalmente compreendeu. Olhou para Julie, e sorriu pela primeira vez em muitos anos, assim como minha tia. Todos então começamos a gargalhar.
                Não faz diferença de quem se é filho, mãe, tia, primo... o que importa é o sentimento. E eu amava minha mãe, independentemente dos erros que cometera.
                Nos abraçamos novamente.
                -Agora que está tudo esclarecido. – disse Julie. – Acho que podem voltar para a festa.
                Sorri e ambos levantamos. Quando eu estava quase saindo, me virei e disse:
                -Por que decidiram nos contar isso agora? Hoje?
                Minha mãe olhou fundo em meus olhos.
                -Não queríamos que fizessem algo errado para depois descobrirem e se arrependerem.
                Concordei, entendendo tudo.
                -Mãe, - respondi, logo depois de Julie e Leo terem saído. – acho que você está atrasada. A tal coisa errada foi feita há muito tempo, e estamos tentando corrigi-la. Mas não acho que saber disso antes fosse mudar algo.
                Ela assentiu, também compreendendo.
                -Mães são assim. Gostam de achar que estão prevenindo os filhos, quando na verdade só sabem mesmo é fingir que os protegem mais do que por eles são protegidas. Você vai entender, quando foi uma.
                -Quanto a isso... - disse sorrindo, mas logo Olivia entrou com Kath nos braços e tive de cortar a conversa. Era a hora do parabéns, e aquele momento era só da minha afilhada favorita. Somente dela.
                By Babi


29º Capítulo da Terceira Temporada


(Perspectiva de Olivia)
                Era encantador ver Katherine desenhando por todo o jardim. Mesmo com apenas sete anos, ela tinha o dom para isso e realmente gostava do que fazia. Pegava-me imaginando se teria alguma coisa haver com Jake, já que ele também era um artista. 
                Bem, há algumas coisas que devo-lhes contar antes de qualquer outra coisa. Carol e Leo ainda estão separados. Com toda aquela ladainha irritante de "não nos amamos", "iremos superar isso" e blá-blá-blá. É claro que não irão! Eles se amam e estão perdendo a chance que a vida lhes deu.
                 Yuri finalmente se apaixonara novamente. Mary era parecida com ele e logo que Leo a deixou, os dois se aproximaram bastante. Dizem por aí que estão noivos, mas não há como saber já que o casal não para nunca em uma cidade. Da última vez que ele me mandou uma carta, eles estavam em Miami. 
                Sharon e Eduardo se tornaram parceiros como agentes da CIA e, mesmo que digam que não há nada entre eles, sei que estão apaixonados um pelo outro. Até conseguiram prender Ivy juntos. Não poderíamos deixar uma assassina à solta mesmo sendo a irmã mais velha de Georgia.
                Meus pais voltaram a se entender e fico feliz com isso. Não poderia existir uma Monica sem Daniel, não é mesmo? Apesar disso, sempre vejo Cabe rondando a relação dos dois como se esperasse uma brecha. Sei que está separado de Elen há anos, mas não devia perseguir uma mulher casada. Ela merece algo melhor. E já o tem, na verdade.
                Patricia voltou para Paris e reencontrou seu ex-namorado. Na época em que morava com ela, soube que os dois haviam terminado por um ciúme infundado. Agora, eles estão juntos e pensam em se casar. Seria lindo ver minha melhor amiga de noiva e ela já me convidara como madrinha.
                Bem, Selena continua a mesma de sempre. Dizem que ela está dando as melhores festas na faculdade e é a mais popular da família desde as épocas de “Natalie”! Uma verdadeira estrela e realmente merece isso.
                Sei que estou parecendo uma chata falando da vida de todo mundo e menos da minha, mas não consigo descrever bem como estou.
                Não namoro desde que perdi Jake há sete anos. Nem mesmo me interesso por nenhum outro homem. É como se só existisse para cuidar de Katherine. O que era bem verdade. Vocês devem estar pensando que isso tudo é porque não encontrei o cara certo, mas eu o encontrei e ele partiu. 
                Eu não estava infeliz, de jeito nenhum. Aqueles estavam sendo os melhores anos da minha vida. Kath era a filha mais linda que poderia aparecer na minha vida e não consigo me imaginar sem ela ao meu lado.
                Leo e Yuri também têm sido excelentes amigos. Nunca me abandonaram em momento nenhum e, mesmo com as viagens constantes do segundo, mantemos contato todos os dias. Um dia eles ainda terão seus filhos e filhas, criando uma nova geração. Será lindo vê-los em “miniaturas”.
                Katherine subiu em meu colo e disse com sua voz fina e adorável:
                -Mamãe, eu encontrei uma coisa no jardim – suas mãos me entregaram uma carta bem dobrada, que obviamente tinha sido desenterrada em uma de suas brincadeiras. Disse que poderia voltar a brincar e continuei a examinar o embrulho.
                Apesar de tudo que me fez, ainda imaginei Alice vendo aquela cena. Ela diria que Kath era uma fofa e que eu tinha que abrir a carta correndo, antes que ficasse louca de curiosa. Ri ao perceber que mesmo com sua morte há seis anos, nada mudou. Ali ainda existia em meu coração.
                Observei a letra cursiva no lado de fora da carta que formava a frase “Para Olivia, a única que amei em toda minha vida”. Eu conhecia aquela letra. Então, praticamente rasguei o embrulho e retirei o papel de dentro, já com lágrimas nos olhos.
                “Querida Olivia,
         Quando você ler essa carta, provavelmente, estarei morto. É difícil dizer isso, mas ambos sabemos que Spencer um dia me encontrará e se vingará pelo fato de tê-lo impedido de te matar na França, naquele dia que você adquiriu aquela cicatriz sexy. – rio com seu jeito petulante e sigo a leitura, tentando secar meu rosto – Como vou sentir falta de sua presença, Liv.
         Devo te dizer que sei que você está grávida. Talvez, você nem tenha sabido enquanto eu estava vivo, mas algo em mim me avisou sobre isso. Do jeito que são as Alena, deve ser mais uma linda menina para enfeitar o mundo. Pena que não a verei crescer. Queria tanto estar em seu primeiro dia de aula, em casa para brigar com seu primeiro namorado, na formatura para vê-la pegar o diploma e em seu casamento, para levá-la ao altar. Mas não estarei. – neste momento, não consigo respirar. As lágrimas enchendo meu rosto sem parar. Katherine se aproxima, mas não pergunta nada. Apenas senta-se ao meu lado, enquanto leio o resto da carta – Entretanto, gostaria de te fazer um pedido.
         Não sei se até você ler essa carta, já não terá registrado nossa filha, mas senão, gostaria que a chamasse de Katherine. Lembra-se do dia em que encontramos aquela cartomante na rua e ela disse que uma pequena morena de olhos azuis chamada Katherine entraria em sua vida depois que eu partisse? Bem, acredito que seja nossa filhinha.
         Estou chorando e não sei mais o que te dizer. Eu te amo acima de tudo no mundo e não quero partir. Não antes de viver a vida que planejamos juntos. Não posso. Não me deixe partir, Liv. Por favor.
         Apesar disso, não quero que você se prenda a mim depois da minha morte. Encontre outro amor. Até mesmo um pai para a Kath. Mas não precisa ser aquele loiro irritante né? – rio com a referência a Yuri. É incrível como todos sentiam ciúme deleMas viva, Olivia. Viva por mim, por Kath e principalmente, por você.
         Saiba que estarei sempre com você, seja aqui na Terra ou no Além. Vou te observar todos os dias, disso pode ter certeza. Cuidarei de você e de nossa família sempre. E nunca deixarei de amá-las com tudo que posso.
         Preciso ir, você está chegando com aquele pijama de bolinhas que tanto ama usar. Posso enxergar a barriguinha sob o tecido da camiseta, mas não digo nada. Você irá descobrir no momento certo.
Nunca te esquecerei. Eu te amo mais do que minha própria vida. Adeus,
Jake.
            -Mãe, por que você está chorando? – pergunta Kath, quando coloco a carta em meu colo.
                -Porque finalmente descobri uma coisa – digo, puxando-a para meus braços.
                -O quê? – questiona curiosa, enquanto mexe em seus cabelos lindos.
                -Seu pai sempre te amou – e é a verdade. Jake sabia de tudo e nunca tentou impedir. Jake amou Katherine desde sempre. Jake sempre me amou. E eu sempre o amarei.
Escrito por StarGirlie.



Epílogo da Terceira Temporada


                Respirei fundo e me olhei no espelho.  Não acreditava que aquilo estivesse realmente acontecendo.
                Passei a mão por meus cabelos, uma última vez, e depois abri a gaveta que estava em minha frente. De lá, peguei uma foto.
                Fora tirada há alguns anos. Percebi isso pelo tamanho infantil de Katherine, que agora tinha treze anos e podia ser considerada qualquer coisa, menos uma criança.
                Vi todos ali, sorrindo. Era Natal, e parecíamos tão felizes. E estávamos, claro.
                Julie, Thiago e Leo estavam em uma ponta da foto. Logo após eles, vinha Olivia e minha afilhada agarrada às suas pernas.  Yuri e Mary estavam ali também, abraçados. Apesar das inúmeras viagens, o Natal era algo sagrado para eles, sendo que sempre retornavam ao lar para a ceia.
                Olhei para Eduardo e Sharon. Lembrei que, naquela noite, eles haviam chegado atrasados. Claro, com tantos trabalhos. Eram, sem dúvidas, os melhores agentes secretos da Terra.
                Monica e Daniel também pareciam felizes. Estavam radiantes, como sempre. O amor deles era tão especial... único. Formavam um lindo casal.
                Minha mãe e meu pai estavam de mãos dadas, sorrindo, comigo logo em seguida.
                Eu os amava tanto. Amava todos, como se fossemos da mesma família.
                E, de certo modo, éramos.
                Passei os dedos pela borda da fotografia. Era tão bom tê-los comigo, sabendo que sempre podia contar com eles. Eram meus amigos, minha vida.
                Guardei a foto novamente em seu lugar. Estava me sentindo um tanto perdida. Queria que estivessem ali, ao meu lado.
                Suspirei e escutei um barulho. Alguém batendo na porta.
                -Tok tok, - disse Olivia, ao abri-la. – você está tão... linda!
                Sorri e corri para abraçá-la.
                -Você veio! – disse, emocionada.
                -E eu perderia de te desejar boa sorte? – falou, fazendo cara feia. Ri.
                -Sabe que não seria nada sem você, não sabe? – disse, sentindo meus olhos se encherem de lágrimas.
                -Droga, - disse ela, com uma voz melosa enquanto ainda estávamos grudadas. – odeio abraços. Vou começar a chorar novamente.
                Ri de novo e a soltei. Estava linda também, como sempre. Usava um vestido vermelho e preto, que ela mesma fizera.
                Sim, agora Olivia possuía sua própria marca de roupas - como sempre sonhara. Seu nome era Love Forever.
                Não a culpava por ter escolhido esse nome. Sabia agora que o amor é algo único e eterno.
                Não se ama duas vezes. E ela amara Jake, para sempre.
                Sabia também que, quando estava sozinha, sentada em sua varanda, pensava nele. Quando morávamos juntas, a via chorar. Sofria por não tê-lo por perto.
                E penso que ela foi a minha verdadeira inspiração. Percebi, por meio de suas atitudes, que por amor vale-se a pena lutar.
                E eu estava ali, fazendo aquilo. Lutando.
                -Obrigada, Liv. Por tudo. – sussurrei, e ela concordou.
                -Eu é que devia te agradecer. Você é a melhor amiga que eu poderia querer.
                A abracei novamente.
                -Bem, acho melhor eu ir indo... vamos acabar nos atrasando desse jeito.
                Assenti, mordendo os lábios. Não queria que Liv fosse, e ainda tinha uma pergunta.
                Ela estava prestes a sair, quando eu disse:
                -Liv?
                -Sim? – falou, voltando-se para o cômodo.
                -Acha que eu estou fazendo a coisa certa?
                Ela virou-se para fora, suspirou e continuou quieta.
                -Carol, - disse, claramente. – nunca estive tão certa de que está. Não espere que seja tarde demais. Não cometa mais erros. Alguns são irreversíveis, e outros trazem alegrias. Mas é sempre melhor se alegrar por um acerto, do que por algo que deu errado.
                Sorri, concordando. Ambas sabíamos que ela estava falando do dia em que Jake morrera, e de Katherine. Ela era a vida de Olivia. O pedacinho que Jake lhe deixara.
                Mas minha afilhada nascera de um erro. E Olivia queria tê-la, tanto quanto queria que Jake estivesse ali para vê-la crescer. Sim, ela era uma coisa maravilhosa.
                Uma benção.
                E, ao mesmo tempo, uma ferida, pois, cada vez que a olhava, sentia que Liv via tudo que acontecera. As partes boas, e as ruins também.
                Minha prima retribuiu o sorriso e foi para fora, me deixando com meus próprios pensamentos.
                Naquele momento, eu estava renunciando a muita coisa. E eu tinha total consciência disso.
                Mas não podia fazer mais nada. Era como se aquele fosse meu destino, e eu devia cumpri-lo. Melhor do que isso, eu queria cumpri-lo.
                Fechei os olhos com força, e tudo começou a girar. Vi as cenas se passando, como se tudo fosse um sonho.
                Como se eu estivesse vendo tudo do lado de fora.
                Aquela, naquele vestido e por baixo daquela maquiagem, não era eu.
                Não podia ser.
                As visões que tive foram borradas, mas ao mesmo tempo claras demais.
                Meu pai segurando minha mão. Lágrimas nos olhos de minha mãe. Músicas por todos os lados. Suspiros vindos das garotas. Pétalas de rosa sendo jogadas a minha frente.
                Yuri sorrindo, segurando meu sobrinho no colo; Sharon passando as mãos na barriguinha de cinco meses e sorrindo também; Eduardo piscando protetoramente para mim...
                E tudo estava confuso. Quer dizer, eu estava feliz. Era maravilhoso estar ali... Mas parecia tão irreal.
                Olhei para meu pai. Os poucos minutos em que demorei para fazer minha marcha pareceram durar séculos, milênios.
                Tudo passou por mim. Desde o dia em que eu o conhecera, até aquele momento.
                E eu sorria.
                Por que não?
                Olhei finalmente para frente. E foi então que descobri algo... Até aquele momento, eu imaginava que estava vivendo um sonho. Mas, naquele exato segundo, eu soube. Estava mesmo.
                Nossos olhos se encontraram, e foi como a primeira vez.
                Ele estava lindo, e nada mais importou. Meu pai, minha mãe, meus amigos, minha família... nada. Apenas aquele segundo, aquele encontro de olhares.
                Todas as dúvidas que eu pudera ter desapareceram em segundos.
                Se aquilo fosse errado, então tudo seria.
                Eu o amava intensamente, e sabia que seríamos felizes.
                Estava próxima do altar. Senti meu pai entregar minha mão para ele, mas não desgrudei nossos olhares. Ele fez o mesmo.
                Logo que o toquei, senti algo. Não, eu vi algo.
                Vi nossa vida.
                Vi nosso futuro.
                Vi, naquele olhar, nossos bebês. Sim, teríamos filhos. Não biológicos, claro, mas sim lindos bebês fraternos.
                Vi nossa primeira casa juntos.
                Vi nossas viagens como casal para o exterior.
                Vi nossos netos chegando.
                Vi-me ali, naquele lugar em que minha mãe estava, olhando enquanto ele entregava nossa menina para se casar.
                Vi tudo. Todos os momentos felizes, emocionantes.
                E, por fim, me vi dizendo sim.
                Sim, eu ficaria com ele.
                Sim, eu prometeria amá-lo e respeitá-lo, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença, até que a morte nos separasse. Se ela fosse capaz, é claro.
                Prometi, e ainda cumpro minhas promessas.
                Pois, desde o minuto em que vi seus olhos, soube: ele era meu, e eu também era dele.
                E, não, este não é fim. Pois a vida nunca acaba. Ela continua, assim como o amor.
                “Somente quando encontramos o amor, é que descobrimos o que nos faltava na vida. – John Ruskin”
                Babi