E o
grande dia chegara. Nem tive tempo de pensar a respeito, e ali estava.
Paris, Paris. Meu grande sonho.
Em poucas horas, estaria num
avião, decolando rumo aos grandes palcos de Paris. Mas, então, porque não
estava animada?
Marcelo, é claro.
Minha mãe arrumou todas as
malas, colocou num carro e lá fomos nós rumo ao aeroporto.
O voo seria às duas da tarde.
Chegamos ao meio dia, arrumamos tudo e fomos fazer um lanche para compensar o
almoço perdido.
Enquanto comíamos, contei a
história do Marcelo para ela. Meio por cima, mas contei.
Quando acabei, estava chorando
novamente.
-Minha filha, -disse ela, com
uma expressão triste nos olhos. Segurou a minha mão. – sinto muito por tudo
isso. Mas você deve entender que o Renan é passado, não vale a pena chorar por
ele.
-Mãe, não é por ele mesmo que
estou chorando. É por mim, sabe? Por ter sido tão idiota em ficar triste
durante esses dois anos por um babaca. Mas estou chorando, principalmente, pelo
Marcelo. Eu...
-Você o ama. – completou minha
mãe.
Concordei.
-Querida, as coisas não são
fáceis. Acho você muito nova para Paris, sei que ainda terá diversas outras
oportunidades em sua vida. Mas é seu sonho. E você deve segui-lo.
Assenti novamente, limpando as
lágrimas. Ela estava certa.
Embarcamos no avião finalmente.
E aqui estou, escrevendo isso.
Em Paris, espero que tudo seja
perfeito. Espero dançar, dançar e dançar. Espero esquecer o Renan e, agora, o
Marcelo também. Não há como ficarmos juntos, e não vamos ficar.
É assim que finalizo essa
história. Com um aperto no peito e a saudade no coração.
Fim.
Lua fechou o computador e olhou
pela janela. Iria sentir falta do Brasil, das suas amigas, dos professores, da
escola... De Marcelo.
Esperou por alguns minutos
assim, apenas refletindo, até que uma voz surgiu nos alto-falantes dos aviões.
-Senhores passageiros, sejam
bem-vindos ao voo A188-00. Este que vos fala é o comandante, e antes de
decolarmos, temos uma mensagem especial para uma passageira.
Todos acharam aquela frase meio
estranha, menos Lua, que estava no seu próprio “mundo da Lua”, pensando no seu
passado e segurando o colar mais lindo que já vira. Mas, de repente, uma voz
diferente ocupou o espaço dentro daquele avião. Uma voz conhecida por ela.
-Lua, - disse a voz. – espero que
esteja me escutando. Nem acredito que tive essa coragem, mas preciso dizer uma
coisa: eu te amo. Sei que é estranho, levando em conta que fui eu que mandei a
carta para a companhia de dança, mas eu sentirei sua falta. Não é justo pedir
que você fique, porque sei que é seu sonho ir para lá, e nem pedirei. Mas saiba
que eu, Marcelo José Prestes, te amo. Vou te esperar o quanto for necessário,
até que volte para os meus braços. Sentirei saudades.
Uma música romântica começou a
tocar e Lua estava chorando novamente. Já virara costume. Mas, dessa vez, não
era de tristeza. Dessa vez, a garota chorava de amor. Olhou para o lado, e lá
estava Marcelo com um buquê de rosas em sua mão, e com um microfone na outra.
Sem pensar duas vezes, pulou nos
braços do menino. Os demais passageiros, emocionados, aplaudiram o casal.
E eles se beijaram.
Lua sentiu aquela sensação
perfeita novamente e, quando se soltou do garoto que amava, apenas virou para a
sua mãe e disse:
-Mãe, eu não vou mais para
Paris. Vou ficar aqui e seguir meu sonho.
***
Sempre devemos seguir nossos
sonhos, por mais impossíveis que pareçam. Entretanto, os sonhos mudam, a vida
muda. E devemos estar preparados para saber quando um sonho termina e outro
começa
By Babi
Adorei seu conto, Babi.
ResponderExcluirEu li os outros capítulos, embora não tenha comentado neles, mas vamos ao que interessa.
É impressionante como um simples beijo pode mudar tudo, não é mesmo?
Eu gostei da atitude dela, embora eu ache que ela devesse ir para Paris...
Mas nada como um grande amor...
Enfim, um bom final de semana para você e a Star,
beijos,
Juliana Rodrigues,
http://ser-escritora.blogspot.com