terça-feira, 23 de agosto de 2011

Primeira Sombra - Alice



Sugiro que leiam com a música, fica bem mais tocante. Hehe

           Não foi tão fácil quanto todos imaginam. Não foi bonito, não foi emocionante, não foi nada. Simplesmente foi.
            Cometi muitos erros durante a minha vida. Nenhum deles tão forte quanto deixá-lo ir. E ele foi. E ele se foi.
            Lembro de nosso primeiro encontro. Nós dois novos na aula; dois bailarinos crescendo juntos, aprendendo, se amando. O ballet, o ballet fez com que isso fosse possível.
            E como numa dança, fomos juntos. Ele me guiando, eu sempre atrás, apreciando sua capacidade de amar. Dez anos de puro amor.
Eu e André, duas almas para sempre unidas, mas perdidas no tempo.
            Hoje, com dezessete anos, estou quebrada. Assim como uma taça que não serve mais, estou quebrada. Mas ainda há vinho em mim, apesar de não ser como antes. Ainda há muito vinho.
            Lembro do primeiro beijo. Meu primeiro beijo, nosso primeiro beijo... tanto faz. Ele foi, e sempre será, meu primeiro. E eu o amo, amo demais.
            Pego agora as minhas sapatilhas. As dele ainda estão repousadas aonde deixou. Não tive coragem de tirá-las de lá, apesar da dor que me causam. Nunca mais vou me curar; é uma doença perpétua. Uma doença que eu nunca imaginei poder ter. Saudade, tristeza, solidão... chame como achar melhor.
            Uma profunda voz vem gritando em minha mente algo que não quero acreditar, mas sei que é verdade: “Você não deveria tê-lo deixado ir”.
            Mas eu nunca poderia saber. Ele completara dezoito, o exército era algo que parecia bom na época. Chorei muito, isso foi real, mas esperei todas as cartas, todas as ligações, tudo – com a certeza de que ele iria voltar. Mas não voltou, não voltou.
            A primeira carta, depois de um mês sem notícias, dizia que ele estava bem. Um único pedido foi feito: “Pegue o selo e guarde como eu lhe guardo no coração”. E eu peguei, mas para minha surpresa, atrás dele havia sangue. Eu sabia que as cartas eram avaliadas e verificadas, então percebi que fora a única forma que meu amado encontrara de mostrar que estava ferido. E essa foi a primeira vez que entendi que talvez ele não fosse mais voltar.
            A segunda carta continha as mesmas instruções que a primeira: “Pegue o selo, pois assim saberei que se lembrará de mim enquanto eu estiver fora”. E, com medo, peguei-o. Atrás, mais sangue se fazia presente. Chorei durante um mês inteiro, sofrendo a dor da saudade. Mas eu ainda acreditava que tudo ficaria bem. Como fui tola.
            A terceira e última carta não teve nenhuma instrução. Apenas falava que tudo ficaria bem; mas ao retirar o selo, vi que não havia sangue. E eu senti: ele havia partido.
            Agora, já fazem cinco meses. Cinco meses sem meu amor, sem minha vida, sem minha alma. Cinco meses nas sombras.
            Esta carta que estou escrevendo é para que vocês saibam que há um único motivo para que eu não me entregue e deixe que os anjos me levem até ele. Um pequeno e gracioso motivo: em poucos meses, meu primeiro e único filho nascerá.
            E acredite, eu vou suportar. Por ele, mas, principalmente, por André. Para todo o sempre, por André.
               Alice

By Babi

6 comentários:

  1. NUSSA FICOU D++++++++++++++++++++ BABI!!! NÃO VEJO A HORA DO PROXIMO CONTO!
    Ontem eu postei a mini serie: http://szworld-girls.blogspot.com/2011/08/sete-maldicoes.html?showComment=1314191797038#c4424641474774162604

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  2. BABI FICOU D+++ EU AMEI ( talvez num apareça q eu escrevi isso lá em cima é q num sei pq num aparece :P)

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  3. Nossa Babi, ficou demais, parabéns pelo seu trabalho extraordinário.. Estarei agurdando anciosamente pelos próximos contos. Com carinho, Personnality fashion

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  4. Nussa fico muito show *-*
    To ansiosa pelos próximos contosss!!!

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  5. Que fofas!! Obrigada gente, fiquei fora até agora (tudo bem, eu dormi um pouca antes de vir para cá), e fiquei mt feliz em ler os coments.

    Beijinhos, Babi

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  6. Tadinha!A filha dela tem q se chamar Sophe!!
    Beijos,
    Tatáh

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