domingo, 12 de fevereiro de 2012

Sonho nas Estrelas - Capítulo 2

16 de janeiro de 2012

“Canceriano (a),
Você fez uma grande bobeira ontem ao confiar demais em seus amigos. Nem sempre se pode contar com todos eles, que muitas horas não são tão leais como aparentam ser. Contorne a situação e invista mais nessa sua ‘novidade’ deste novo ano. Cor: bordô. Número: 47.”

                Acordei bem mais cedo do que nos outros dias. Não estava sendo fácil dormir com aquele calor insuportável e, como se não bastasse, o João não saia da minha cabeça. Sem malícias.
                Li meu horóscopo, escolhi um biquíni preto com detalhes em bordô e prendi meu cabelo (que estava trinta vezes mais armado do que no dia anterior) em um coque.
                Eram nove horas no máximo quando fui para a cozinha, já pronta para mais um dia de praia, e tomei um Yogurt Activia de ameixa. Ótima escolha para começar o dia na maior agitação.
                Escrevi um recadinho para meus pais, dizendo que estaria de volta até às 18 horas e que não se preocupassem comigo. Qualquer coisa, estava atendendo o celular.
                Peguei então o meu aparelho de telefone e liguei a tela.
                47 MENSAGENS NÃO LIDAS
                Quase desmaiei com o susto, mas imaginei que fosse, mais uma vez, da operadora. Não, não era. Eram da TRUPE.
                TRUPE é como chamamos nosso grupo de amigas. Todas Rebeldes Um Pouco Espertas (não me pergunte, também não sei quem foi o retardado que escolher essa sigla).
                Não vou escrever a risca o que as mensagens diziam, mas só sei que fiquei com muita, muita, muita raiva da Débora.
                “Ele é MT GATO? A Dé disse que ele deixa o Luan Santana no chinelo!!! – Carlinha.”
                “VC NÃO É MAIS BVL???????????????? BEIJOKONAS DA JÚÚÚÚHHHH”
                “Que história é essa de novo namorado? Não conta mais nada pra mim, é? Achei que você fosse minha amiga... Haha. Tô brincando. Mas fala aí, ele é tão bonito quanto a Débora fez propaganda? Ela disse mts coisas, que ele era a cara do Ian Somerhalder... É verdade? Ele tem irmão? Ele tem MELHOR AMIGO? Bjs, Wane”
                “desculpa, amoreco da minha vida , as mininas perguntaram onde vc tava e eu tive que responder rsrsrs dé”
                Bem, o dia já começara bem. Nunca mais confiar na Débora, anotado.
                Tentei esquecer as garotas e focar no que eu estava indo fazer na praia... Nadar. Nadar do verbo “não fazer nada”.
                Enfim, cheguei na areia e coloquei (de uma forma segura) o guarda-sol no lugar certo, abri minha cadeira e sentei. Estava com muito sono e louca para dormir, mas mantive-me ali, olhando para o nada.          
                Fiquei quinze minutos do mesmo jeito, sem ninguém aparecer, e então coloquei meus óculos de sol.
                Mais dois minutos.
                Mais um.                                     
***
                -Renata? Renata, você está dormindo? Renata, acorda!
                Abri meus olhos e dei de cara com os imensos mares que estavam na minha frente (sim, eram azuis).
                -João? – perguntei, olhando ao redor.
                -Você estava dormindo? – riu ele. –Não acredito, como você consegue?
                Mostrei a língua para ele, que me olhou como se estivesse ofendido. Meio minuto depois, estávamos correndo um atrás do outro, fazendo cócegas.
                Não agüentamos correr por muito tempo, e caímos na areia. A praia estava cheia, mas não ligamos para as pessoas que passavam e quase acertavam seus pés em nossas caras.
                -Seus olhos são meio amarelos. – disse ele, após sentar-se.
                Ri da cara dele.
                -Nossa, descobriu a América agora.
                Ele riu também.
                -Vamos nadar?
                Concordei e fomos. A água estava mais fria do que no dia anterior, mas a temperatura havia subido, o que acabava compensando. Fomos até onde apenas nossos braços e cabeças ficassem para fora da água e começamos mais uma guerrinha com a mesma.
                Riamos muito quando acertávamos a cara um do outro e estava me sentindo no paraíso.
                -Vou embora amanhã á noite. – disse ele, após o fim de um de nossos ataques de riso.
                -Já!? – perguntei, espantada.
                -Sim, faz tempo que estamos aqui.
                -Só vou embora semana que vem. – disse, já meio emburrada. Não teria mais companhia o resto do verão.
                -Queria poder ficar mais.
                -Queria ter te conhecido antes.
                Rimos das frases, que soaram bobas ali no mar. Depois disso, permanecemos calados.
                -Qual seu maior sonho? – perguntei, finalmente.
                -Sei lá, ter uma família, um emprego, ser feliz...
                -O sonho de todo mundo é ser feliz, isso não vale! – rimos mais uma vez.
                -E o seu? – me perguntou ele.
                Pensei por um breve momento. Não sabia se falava a verdade ou se inventava algo.
                -Eu tenho três. Ser veterinária e ter uma chácara cheia de cachorros, e também ser mãe.
                -Hum. – disse ele, olhando para mim. – Qual é o terceiro?
                Corei levemente, mas como já estava queimada de sol, isso não apareceu.
                -Não posso te contar.
                Rimos da minha resposta, que ficou no ar por alguns segundos.
                Ficamos no mar por um longo tempo. Conversamos bastante, descobri mais coisas sobre o João. Depois de algumas horas, comecei a imaginar como seria beijá-lo.
                Nunca havia beijado ninguém antes (ou pelo menos não para valer). Senti que estava pronta, senti que queria. Mas ele não parecia alguém que iria me agarrar, e eu podia estar tendo ilusões.
                “Somos só amigos. Só amigos”, eu repetia para mim mesma.
                Em certo momento, pouco antes das quatro horas, nossas mão se esbarraram. Claro, eu já havia pegado na mão dele, já havíamos corrido um atrás do outro e tal. Mas foi diferente.
                Nos olhamos depois disso e desviamos o olhar. Eu estava muito nervosa, não queria, mas ao mesmo tempo, queria.
                -Preciso ir. – disse, quando deu dez para às seis.
                -Não! – protestou ele, me fazendo rir novamente. –Pelo menos me dá o número do seu celular?
                -Você tem papel? – disse, olhando para o mar a nossa volta.
                -Não, mas diz que eu decoro.
                Desconfiei dele, mas mesmo assim falei.
                Corri para casa, uma chuva ameaçava cair. Quando cheguei, meus pais estavam preparando o jantar. Fui tomar banho, depois comi macarrão e contei algumas coisas sobre o dia (excluindo certas partes) e fui dormir, exausta. Não eram nem oito horas, mas só acordei no outro dia.

By Babi

Um comentário:

  1. Own *---*
    Que fofos!! Estou adorando a novela e principalmente o quase casal! Totalmente romântico!

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