sábado, 4 de junho de 2011

31º Capítulo de Fofoqueira Fina 2

                Luna me encarou por mais um segundo. Porém, algo atingiu sua cabeça no instante seguinte e ela caiu. Cabe estava sobre ela. Oh, meu doce escravo. Larguei Spencer, sangrando, no chão. Como havia trabalhado junto a Paola, fiquei feliz em partir sem ninguém me ver. A namorada de Gabriel simplesmente perderia a memória. Eu tinha certeza.
                Monica, Julie e Bella estavam amarradas dentro do círculo de fogo. As três choravam. Sabiam que o sacrifício não estava nem perto de acabar. Paola se sentou ao lado de Spencer e segurou seu rosto.
                -Querido, como você pode se arriscar tanto. Foi necessário que aquela pessoa te esfaqueasse para que todas as suspeitas fossem retiradas de mim – Paola sorriu. Sim, eu havia feito um trato com aqueles dois. Contanto que ela não revelasse minha identidade, eu manteria sua aparência de boa agente. Sim, eu era horrível.
                -Eu preciso que você retire um pouco do meu sangue e jogue no fogo, amor. O sacrifício precisa do meu sangue também, esqueceu? – avisou Spencer. Paola fez exatamente o que ele pediu e, quando percebeu que Daniel estava chegando à fogueira, saiu correndo nas sombras. Ninguém podia saber que ela ajudara o bandido.
                Monica percebeu que apesar de não ter visto quem esfaqueara Spencer, por causa das labaredas de fogo, ainda sabia que havia sido Fofoqueira Fina. Era óbvio que apenas ela teria essa habilidade de surgir e desaparecer tão rapidamente.
                Julie tentava raciocinar, mas o desespero tomava conta de sua mente. Aquilo era um sacrifício. Ela estava sendo oferecida no meio a tantas outras coisas. Iria morrer. Morrer sem viver nada. Sem ter o prazer de passar mais tempo com Thiago. De fazer as pazes com Monica e Daniel. De recuperar sua paz.              
                Bella não conseguia nem ao menos respirar. O fogo a deixava hipnotizada. Seu corpo inteiro tremia. Não havia saída e ela apenas aceitava aquilo.
                Daniel estava do lado de fora do círculo, em frente a Spencer. Ele não podia acreditar que mesmo esfaqueado, aquele monstro ainda era capaz de se levantar e encará-lo. O ódio fervia em suas veias. Seu antigo professor matara tantos inocentes, inclusive sua amiga Jane, e agora estava tentando sacrificar sua namorada Monica, sua melhor amiga Julie e até mesmo, a inocente Bella. Era demais.
                -Chega. O que você quer para soltá-las? Eu faço qualquer coisa.
                -Eu não contei a verdade. Este sacrifício não serve apenas para me torna imortal, mas também para destruir a vida de Monica. Ela é a única das três que é virgem. Ela é o centro do sacrifício.
                -Como assim? Mas você disse…
                -Eu disse que precisava que duas almas que se amavam fossem separadas; Monica foi separada de seu irmão Vinícius. Um inocente tinha que morrer; a diretora. Duas almas tinham que ser corrompidas; Jane e Natalie. Uma das virgens e a mais importante eu já tenho; Monica. Agora só falta as outras duas – listou Spencer. Ele havia planejado muito bem quem seriam os assassinados.
                -Como assim? Irmão da Monica? Ela não tem irmão! – gritou Daniel. No fundo da clareira, Gabriel afastava Cabe de Luna, apenas para descobrir que a garota não se lembrava quem eu era. Sabia que meu plano daria certo.
                -Ela tinha. Vinícius. Um menino com um futuro tão brilhante, mas que foi escondido por sua família.
                -Por que ele seria escondido?
                -Porque ele não era pra nascer sozinho. Ele tinha uma gêmea: Kate. No dia do nascimento dos dois, apenas Vinícius sobreviveu, mas o resto da família preferia acreditar que ambos tivessem morrido. Motivo? Acho que nem eles mesmos sabem.  Era o simples egoísmo.
                -Então, Monica perdeu dois irmãos?
                -Sim, e você não sabia – Spencer estava se deliciando por ser quem explicaria os podres de Monica.
                -Mas espera um instante. Mesmo que tudo o que você tenha dito seja verdade, como você vai encontrar outras duas virgens? Você tem apenas Monica.
                -Não, você está enganado. Eu tenho as outras duas – Spencer abaixou-se, sem medo de ser atacado e alcançou um grande saco preto. De dentro dele, tirou dois potes de vidro. Bastou apenas um olhar, para que Daniel arfasse. Em cada um deles havia um feto.
                -Sim. Aqui esta a filha morta de Julie e neste, Kate – disse Spencer com um sorriso doentio.
                -Mas elas não estariam que estar vivas? – Daniel estava tentando controlar seu nojo, para conseguir conversar com Spencer.
                -Elas teriam que morrer por causa de mim. E foi isso que aconteceu – como Daniel transpareceu choque, Spencer explicou – Eu causei aquele acidente de carro no ano passado, matando a pequena menina que Julie carregava em seu útero. Como também matei Kate, no momento de seu nascimento.
                Daniel ficou em silêncio. Estava claro que Julie e Bella seriam libertadas. As duas haviam sido usadas apenas como uma armadilha. Monica era o alvo. Sempre fora.
                -Eu posso morrer também? – foram as palavras que saíram da boca de Daniel. Ele nunca pensara que diria isso, mas depois de todo aquele tempo com Monica, o garoto não conseguia imaginar uma vida sem ela.
                Spencer simplesmente mexeu a palma de sua mão, produzindo um efeito que fez o fogo abaixar. No segundo seguinte, Daniel entrou no círculo carregando os fetos, enquanto Julie e Bella foram puxadas para fora. Ele não estava se entregando, havia algo que ninguém havia percebido. As vítimas do sacrifício teriam que ser arrancadas do círculo para que fossem mortas. O que lhes dava alguns minutos para se salvar.
                Quando o garoto se sentou ao lado de Monica, lágrimas caíram dos olhos de ambos. O círculo de fogo se fechou novamente. Eles estariam juntos. Até o fim. Não importa o que acontecesse. Isso que era o amor verdadeiro.
                -As desgraças aumentaram, nossos inimigos se tornaram mais poderosos, mas meu amor cresceu ainda mais. Não importa o que aconteça esta noite e em qualquer outra, Monica Alena, saiba que eu te amo mais do que tudo. E que serei sempre seu.
                A garota fechou os olhos enquanto ele beijava sua testa. Um gesto carinhoso e sensível. Que talvez fosse o último dos dois.
                -Daniel Cets, eu também serei sempre sua. Mesmo que morramos antes de eu ter seu sobrenome em meu nome – ela deu um sorrisinho e o abraçou.
                -Você ainda será Monica Alena Cets – as palavras de Daniel ecoaram pela clareira, conforme as labaredas de fogo aumentavam. Seria o fim?
                “D é louco. Ou pelo menos, louco por M. Será que ambos morrerão ao lado de K e a filha de Ju? – Fofoqueira Fina”
Escrito por StarGirlie.

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