sexta-feira, 24 de junho de 2011

4º Capítulo de Maldade Angelical

Quarto Capítulo
Elizabeth

            Era de manhã novamente, mas eu não estava preparada para voltar ao colégio. Depois do meu sumiço antes mesmo das aulas começarem, tranquei-me em meu quarto e não me comuniquei com ninguém. Desliguei meu celular e liguei meu iPod no último volume. Queria fugir do mundo.
            Por causa dessa tentativa desesperada, acabei adormecendo. Quando o sol raiou, já era tarde demais para visitar Ben. Ele não podia me ver de novo sob a luz do dia. Não a garota que achava ser apenas uma imaginação de sua cabeça.
            Tentei não pensar no seu rosto em choque com minha partida, nem como eu fora rude. Ele não podia conhecer a minha verdadeira eu. Desta forma, Ben cairia num penhasco sem fim, onde a última dor seria a morte.
            Alcancei meu celular e o liguei. O relógio avisou que já eram nove da manhã. Fiquei surpresa que Emma não tenha tentado me acordar. Provavelmente, pensara que eu estava deprimida por meus problemas familiares. Se soubesse sobre Ben, teria, obviamente, arrombado aquela porta. Aquele era um segredinho que minha melhor amiga nunca poderia descobrir.
            Levantei-me da cama, decidida a não ir para a aula. Tinha coisas melhores para fazer. Vesti-me e chequei minha aparência. As olheiras estavam mais profundas, os lábios mais ressecados. Sim, eu estava piorando.
            Apliquei o dobro da maquiagem que havia usado no dia anterior, percebendo que estava cada vez mais difícil esconder meu estado. Ou sua doença, completou meu subconsciente.
            -Aguente, isso vai passar – suspirei para mim mesma. Toquei meu relicário, sentindo uma falta enorme de minha mãe. Ela entenderia meu mal estar e me ajudaria. Não faria perguntas imensas como Emma.

            Calcei minhas sapatilhas e me preparei para voltar às buscas por Samantha. Ela era a pessoa mais fácil de se achar de toda a minha família. Caso meus pais tivessem sobrevivido, isso significava que ambos sabiam se esconder de seres muito mais experientes do que eu, o que impossibilitava totalmente a procura.
            Ela não era um anjo, disso eu podia ter certeza. Havia um tipo de “Catálogo Celestial” em minha mente, e o nome “Samantha Bloom” nunca passaria despercebido.
            Humana estava fora de cogitação. Um ser humano nunca teria uma irmã que fosse um anjo “ativo”. Eu tinha poderes, enquanto os “inativos” permaneciam a vida toda apenas sendo boas pessoas.
            A única coisa que sobrava era a mais tenebrosa: um anjo da morte. E aquela era a ideia mais provável. Irmãs gêmeas, que eram opostos totalmente.
            Perambulava pelas ruas vazias, o sol já a pino, quando recebi uma mensagem. Ela era importante o bastante para me fazer correr de volta para casa.
            Vestido de festa. Olhos pintados de preto. Cabelo loiro preso. Lábios pintados de vermelho. Estava preparada. Saí do closet, encontrando um Robert tão arrumado quanto eu. Porém, seus lábios estavam entreabertos, deixando explícito o quanto ele estava admirado por minha aparência.
            Fiquei parada, estática, em sua frente. Sem acreditar no que aquilo parecia. Ele estava pensando em ir comigo? Aquilo não aconteceria de jeito nenhum.
            -Temos uma balada para ir, ou você esqueceu? – Robert se levantou de minha cama e segurou minha mão. A outra tocou meu rosto, passando delicadamente por meus lábios. Aquilo estava errado. Muito errado.
            -“Temos”? Eu tenho. Ninguém mais – respondi rude. Tinha que encontrar Ben. E sozinha.
            -Opa, opa.  Você acha que depois de matar dois dias de aula, a Emma te deixaria sair sozinha? À noite? – aquele acréscimo ao momento do dia significava que nenhum dos dois gostava de me ver no momento em que os anjos da morte tinham liberdade para agir.
            Tossi. Aquilo não ficaria assim. Enquanto respirava, reuni todo o poder místico que possuía e me lancei contra a cama. Usei o salto alto para me levantar sobre o colchão e me segurei na cabeceira.
            Usando minhas habilidades em luta, que realmente não entendia de onde surgiram, saltei sobre as costas de Robert. Ele caiu no chão. Porém, conseguiu me mover para que ficasse sobre mim.
            -Você está louca, Lizzie? – até mesmo naquele momento de perigo, ele ainda conseguia ser fofo comigo, usando meu apelido.
            -Desculpe-me, mas eu estou louca por ele – coloquei minhas mãos envolvendo seu rosto e despejei todo o poder que possuía. Poderes de anjo que fora proibida de usar.
            Robert desfaleceu sobre meu corpo. Ele era pesado, mas não como se estivesse acima do peso. Apenas do jeito como uma pessoa forte seria. Afastei-o e tentei levá-lo até a cama. Não tinha forças o suficiente e não ousaria em usar meu poder novamente. Fora avisada que poderia acabar desmaiando.
            Deixei-o no chão, não antes de beijar sua bochecha. Ele era o meu melhor amigo e não merecia o que eu fizera. Robert tinha razão. Estava louca. Completamente.
            Nunca machucara ninguém e em apenas dois dias, havia machucado o garoto que mais se importava comigo em todo o mundo duas vezes. Aquilo era errado. Muito errado.
            Lágrimas começaram a brotar de meus olhos. Estava trocando um anjo, sem trocadilhos, por um menino comum, alguém que eu só via durante a noite e que pensava que minhas visitas eram sonhos. Apesar disso, era esta pessoa quem meu coração amava. E era por ele que estava abandonando meu amigo mentalmente ferido.
            Dei as costas para Robert e fui em direção a porta. Retirei a chave e a encaixei na parte externa da fechadura. Tranquei-o em meu quarto. Sequei meu rosto com as pontas de meus dedos e engoli em seco. Desci as escadas. Emma não estava lá. Bom sinal.
            Meu celular tocou. Era Ben.
            -Estou indo – e desliguei.
            O local estava lotado. As luzes brilhavam sobre as cabeças de centenas de pessoas.  Como encontraria Ben no meio de tanta gente? Era impossível e eu sabia disso. Porém, uma mensagem avisou-me que não era tão difícil me achar.
            Meu amado surgiu ao meu lado no segundo seguinte, com um sorriso bobo nos lábios. A iluminação da balada, me deixava com um ar ainda mais misterioso. Como eu amava aquilo.
            -Você veio – disse Ben, rindo. Ele não estava bêbado. Aquela era apenas a reação que tinha quando me via.
            -Eu sempre venho, seu bobo – enlacei seu pescoço e mexi em seu cabelo. Seus olhos verdes se fixaram em meu rosto e me senti envergonhada. Não era de corar, mas com ele, esta era uma reação automática.
            Ben segurou minha cintura e começou a nos afastar da multidão. Entramos em uma sala escura, iluminada apenas por velas. Senti meus pêlos arrepiarem. Como um anjo, eu não era acostumada à escuridão. Porém, ao quebrar as regras você assume todas as consequências. E todos os perigos.
            -Eu não posso acreditar que te imaginei – Ben beijou minha bochecha e afagou meu cabelo. Minha respiração falhou. Meu coração pulsou ainda mais rápido.
            -Você não me i-imaginou. Esqueceu que me vi-viu no colégio? – respondi gaguejando. Ele estava muito próximo. Seus lábios pertos demais dos meus. E eu amava aquela sensação.
            A menção ao nosso encontro durante o dia, fez com que Ben me pressionasse na parede. Aquela era uma reação rápida demais. Apaixonada ao extremo.
            -Então, você é de verdade? Nosso amor é verdadeiro? – Ben parecia nervoso, sua mão estava parada em minha cintura, como se ele tivesse medo que me afastasse.
            -Sim. Tudo é real – sussurrei de um jeito calmo demais. Sexy demais. Anjos não podiam se conformar dessa forma, mas já que eu estava quebrando as regras, pelo menos, deveria fazer isso direito.
            Ben beijou meu pescoço. Senti seus lábios fazendo uma trilha de minha clavícula até meus lábios. Ele os alcançou. O mundo parou. Eu havia ultrapassado todos os limites. Gostava do errado. Amava o perigo.
            Ele se afastou por meros segundos, apenas para perguntar:
            -Então, agora somos namorados? – não respondi, apenas o beijei novamente. Não podia prometer o que aconteceria no dia seguinte. Os anjos saberiam de minha “noitada” e eu seria punida. Não era hora de pensar no futuro, e sim de aproveitar o presente. Meu momento com meu amor.      


            Escrito por StarGirlie.

6 comentários:

  1. Continuem com as novelas, sao extraordinárias...

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  2. Nossa, brigada mesmo! Beijinhos, StarGirlie.

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  3. Robert é Logam Lerman não?Quem é o Ben?

    Perguntinha,
    Anna Bya

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  4. Sim. O Ben é o Chace Crawford. Anna Bya, ta gostando dos caps? Beijinhos, StarGirlie.

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  5. Sam dançarina?Com dez anos?

    Perguntinha,
    Anna Bya

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  6. Ela tem 14 anos, na novela. Elas tinham 10 anos quando receberam a carta, mas se passaram quatro anos, como a Babi contou no primeiro cap. Beijinhos, StarGirlie.

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