sexta-feira, 10 de junho de 2011

37º Capítulo de Fofoqueira Fina 2

                Narrado por um não-personagem…
                -Oi – disse Daniel, nervoso. A ideia de aparecer no encontro triplo fora de Hevangeline e ele não se sentia preparado. Ainda mais depois de ouvir Monica revelando sua verdadeira importância pra ela.
                -O que você faz aqui? – perguntou David, se levantando de sua cadeira. Desde que Monica começara a namorar ele há três semanas, suas tentativas de mantê-la longe de seu ex Daniel tinham sido bem sucedidas. Até agora. 
                -Nós viemos participar desse encontro de casais! Agora serão quatro invés de três! – disse Hevangeline, fingindo pular de alegria. Alguém tinha que animar aquela situação. De alguma forma.
                Quando David ameaçou machucar Daniel, Monica se lançou entre eles. Era óbvio que aqueles meninos nunca desistiriam de lutar por ela. Pelo menos, até que amadurecessem o suficiente para respeitar as decisões da garota.
                -Dá pra parar? – Monica olhou para Daniel, sem nem ao menos pensar que David estava em seu outro lado. Seu ex-namorado sempre a deixava sem ar, mas parecia que naquele momento, com o cabelo ainda mais desarrumado que o normal, a camiseta saindo do moletom e seu jeitinho tímido, ele era irresistível.
                -Claro – Daniel respondeu, sentando-se ao lado de Monica e de frente para Hevangeline. A escolha obviamente tinha más intenções.
                O celular de Monica apitou. Uma nova mensagem. Vinda da pessoa ao seu lado.
                “Por que você nem mesmo olha em meus olhos? Eu sou tão insuportável assim?”
                Discretamente, a princesinha digitou a resposta. David conversava animadamente com Erik e Thiago, enquanto Luna punha o papo em dia com Heva. Julie apenas olhava Daniel e Monica, sorrindo. Ela não queria que a amiga acabasse com David. Seu par perfeito era seu ex-namorado. Não havia como discutir.
                “Por que você ainda me tortura? Você sabe que eu te amo. O que mais você quer?”
                Para que suas ações não parecessem suspeitas, Monica começou a conversar com Julie. As duas até aquele dia não haviam voltado a sua antiga amizade. Porém, agora que Bella falecera, não existiam mais motivos para que ambas permanecessem daquele jeito.
                -E aí, Ju? Você e Thiago estão realmente namorando? – o jeitinho de fofoqueira da Alena caçula, provavelmente foi passado por Anne, a antiga Fofoqueira Fina.
                -É… Sim – Julie abriu um sorrisinho envergonhado. Ela não estava acostumada a falar de suas próprias relações amorosas. O celular de Monica apitou:
                “É por isso que estou aqui. Monica, eu te amo. Vim acabar com essa farsa de você com David. Todos podem ver que isso é uma mentira” – Os dedos de Monica teclaram uma resposta violentamente:
                “Não subestime o que eu faria por um amigo. Daniel, ele é meu melhor amigo. Não posso magoá-lo”
                Julie já estava numa conversa empolgada com Luna e Hevangeline, tornando Monica e Daniel os únicos em silêncio na mesa.
                “Você me traiu com ele. Traiu Cabe com ele. Não está na hora de você se decidir a quem sua piedade é prioridade?”
                -Amor? – sussurrou David. Ele tentou enxergar o que Monica lia, mas ela guardou o celular a tempo.
                -O que foi, querido? – a voz da namorada saiu aguda no final. Daniel estava certo. Ela tinha que tomar uma decisão definitiva.
                -Você está tão quietinha. E não está rindo como sempre – David deu um sorrisinho tímido. Ele sabia a verdade. Já vira o ex-casal trocando as mensagens por baixo da mesa.  Só não queria admitir.
                -Não foi nada, eu simplesmente só tenho que ir a um lugar. Você se importa se eu for embora? – os olhos de Monica estavam prestes a lacrimejar. Não queria magoar David, mas com toda aquela situação, ela estava apenas se magoando.
                -Ah, tudo bem. Eu prefiro que você fique, mas se ir embora é sua vontade, te levo em casa.
                -Não precisa, mas obrigada.
                -Então, eu posso te levar- disse Daniel.
                -Não, mas fico agradecida pela preocupação. Enfim, tchau, gente – Monica se levantou, pegou sua bolsa e saiu do restaurante. Discou um número em seu celular e esperou a pessoa atender:
                -Mãe? Sabe, eu estou aceitando aquela sua proposta.
                Três meses depois… (Narrado por Monica)
                O dia parecia mais brilhante parada em frente à Torre Eiffel. Paris estava me fazendo muito bem até hoje. É claro que machucava estar num lugar onde Anne, minha irmã falecida, havia vivido tantos momentos maravilhosos. Porém, era eu que estava vivendo uma vida brilhante agora. Mesmo com aquele buraco em meu coração.
                Desde que partira naquela noite, nunca mais entrara em contato com nenhum dos meus amigos, e namorado, do Brasil. Deixara que meu iPhone acabasse a bateria, não o carregando nenhuma outra vez. Era errado, eu sabia.
                Aquele era meu último ano do Ensino Médio e dali três meses, me formaria. Eu gostaria de estar o passando com as pessoas que mais me importavam, porém, aquela confusão em meu coração não me deixava em paz. Precisei partir.
                Fiquei feliz que meus pais autorizaram uma professora me acompanhar até a França e continuar com todos os meus estudos. Eu planejava me formar em São Paulo, voltando para a cidade no próximo fim de semana. A temporada “Chanel” estava acabada. Tinha que retornar a realidade.
                Voltei para meu apartamento. Estava vazio, como sempre, já que eu morava sozinha. A professora apenas aparecia nas manhãs de segunda a sábado. Era brasileira, mas insistia em tomar um dia de meu fim de semana para aulas.
                Correndo para a mesinha de cabeceira, alcancei meu antigo celular e o liguei ao carregador. A tela acendeu. O choque me percorreu. Havia 108 mensagens piscando na tela. Sentei-me na cama.
                Sete eram de Luna, que depois de descobrir que partira para França, me desejara uma boa viagem e que minha volta fosse a mais rápida possível. Dez eram de Julie, que não se conformava com o fato de eu ter deixado todos para trás. Quinze pertenciam a David. Todas pediam explicações sobre meu desaparecimento e a última dizia apenas, o que nós dois já sabíamos:
                “Esse namoro acabou antes mesmo de começar”
                Duas haviam sido enviadas por Cabe. Ele pedia perdão por seus atos e me informava que estava namorando Wandy e cuidando do pequeno Yuri, que era realmente filho de Erik. Porém, o que mais me surpreendeu foi o fato de que todas as outras 74 mensagens eram de uma mesma pessoa: Daniel.
                Elas começavam pedindo, desesperadamente, que eu voltasse. Depois, imploravam que houvesse apenas uma resposta. As últimas, enviadas na semana anterior, mostravam somente sua espera:
                “Eu continuo esperando. Não vou desistir de você. Acredito que algum dia, em algum lugar, você lerá essa mensagem e se lembrará de mim, pois eu sei que fui o único que você realmente amou. Aquele para quem você sempre voltava. E eu estarei sempre de braços abertos, esperando que isso aconteça”
                Lágrimas caíam de meus olhos. Durante esses três meses, eu fizera de tudo para esquecer Daniel. Não me envolvera com ninguém, obviamente. Eu o amava demais. Não o trairia novamente. Porém, não importava o que fizesse, seu rosto claro, seus olhos tão atentos e seu cabelo charmoso, não saíam de minha mente. Meu coração ainda era dele. E sempre seria.
                Meu celular piscou. Uma nova mensagem. O número era desconhecido. E de Paris.
                “Sabe, eu não tenho bola de cristal. Não tem como eu adivinhar em que apartamento você mora nesse prédio”
                Fiquei em choque. A mensagem era em português vinda de um número francês. Quem me mandara, me conhecia. Corri para a janela que dava para a rua e olhei a calçada. Parado, segurando rosas vermelhas, estava…       
                Desci correndo as escadas, com um sorriso de uma orelha a outra. Não podia acreditar no que havia visto. Abri a porta do prédio sem diminuir minha velocidade e quando vi que não estava enganada sobre a pessoa parada sob minha sacada, parei. Meu coração também.
                Daniel me enlaçou no abraço mais apertado que conseguia, tentando superar todos aqueles meses em que estivemos separados. No momento, em que seu aperto se afrouxou, consegui mexer meu rosto o suficiente para beijá-lo, não somente uma vez, mas várias.
                -Eu te amo – ele disse apenas.
                -Eu te amo – repeti, sem a menor dúvida. Ele sempre fora o dono de meu coração, só bastava que meus olhos enxergassem isso.
                O pôr-do-sol caía sobre nossas cabeças. Era o fim de uma época de separação. Estávamos juntos novamente. E agora era para sempre.
                Escrito por StarGirlie.

Um comentário:

  1. Aww, que fofoh! s2s2s2s2 A Mon fez a coisa certa, mas espero que ela volte para o Brasil! Beijinhos,Cáah!

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