segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

26° Capítulo de O Beijo da Morte

Vigésimo Sexto Capítulo
Lilá

        Acordei meio atordoada. Sabia que não haviam se passado muitos minutos, de modo que uma discussão parecia estar acontecendo no quarto. Mas eu me sentia péssima. Simplesmente péssima.
         Abri os olhos o bastante para perceber que a luz era forte demais para minhas pupilas mal acostumadas. Senti alguém bater em meu ombro de leve logo após que tornei a fechar meus olhos.
         -Lilá? - disse alguém.
         Finalmente consegui suportar a luz e olhei para o dono da voz. Seu rosto estava coberto de lágrimas e até sangue. Mas, apesar disso, ele parecia feliz. Bem feliz.
         -Está aqui. Nossa filha.
         Olhei para os braço de Karl.
         E ali estava a criatura mais bela do mundo. Seu rosto era branquinho, como flocos de neve, e seu cabelo mais negro do que o breu. Seus olhinhos azuis eram puxados para o castanho, e suas mãozinhas não paravam de se mover.
         Era incrível, mas não foi o que mais me comoveu.
         Seu olhar. Não os olhos, mas sim o olhar. Era maduro. Simplesmente... maduro.
         O bebê olhou para mim como se me reconhecesse e esticou os bracinhos, soltando um gemido de prazer quando finalmente o peguei.
         Karl me entregou a menina com todo cuidado, sorrindo. Sim, eu estava fraca. Mas nada mais no mundo importava.
         Um segundo se passou até que eu percebesse, sem tirar os olhos de minha filhinha, que a discussão havia cessado. Ninguém gritava, ninguém respirava.
         Era um silêncio quase mortal.
         Levantei a cabeça, relutante em parar de analisar a criaturinha em meus braços.
         E todos me encaravam. Karl, James, Bianca, meu pai, Nate, um desconhecido... todos me encaravam com uma cara de espanto.
         Bianca foi a primeira a abrir a boca. Estava tão surpresa quanto os outros.
         -Vocês estão brilhando.
         Não entendi direito, e olhei para meu bebê. E foi então que percebi.
         Brilhando.
         Não, não era exatamente "brilho". Era como uma luz que emanava de meu bebê. E, quando percebi, meus braços também estavam assim.
         Era como um milagre.
         -A criança prometida. - disse o homem que eu nunca vira antes, mas que sem dúvidas era um vampiro. 
         Ele tentou se aproximar, dando um passo para frente. Mas no momento que assim fez, dei um salto e sai da cama. Ele me ameaçava com seus olhos enormes.
         -Não ouse. - gurni.
          Os presentes continuavam me encarando, mas se assustaram quando eu pulei. Menos o homem. Ele parou de se aproximar, mas me senti ameaçada novamente.
         -Calma, Lilá. - disse James. - Esse é o pai da Bianca.
         Encarei meu irmão, ainda segurando minha filhinha, um pouco assustada. Pai?
         -Lilá, me dê o bebê. - falou o homem.
         -NÃO! - berrei.
         E antes que eu tivesse tempo, pulei para a varanda. Karl me seguiu, mas eu sentia que havia algo errado ali. E eu não iria entregar o bebê.
         -Lilá! Pare, o que você vai fazer! 
         Pulei para fora da sacada, sabendo que meus extintos estavam tão aguçados quanto estiveram enquanto eu ainda era vampira. 
         Corri durante um bom tempo na floresta, e quando percebi que estava segura, olhei para minha filha, que ainda brilhava, adormecida.
         -Vou te proteger, meu amor. Vou te proteger, minha pequena Helena*.
         By Babi
*Significa luz brilhante, em latim.
       

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