segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

A Nova Aluna - Primeiro Dia


A Nova Aluna


                Cecília estava nervosa. Aquele era seu primeiro dia em uma nova escola. Tudo parecia tão imponente e assustador. Até a brisa quente lhe causava arrepios. O dia estava lindo. O sol esquentava o pátio aberto e todos os alunos pareciam estar numa praia. Menos Ceci, como a garota gostava de ser chamada, é claro.
                Naquele colégio, o uniforme era obrigatório, mas em primeiros dias, todos os alunos abusam das regras. Algumas adolescentes vestiam calças jeans e a blusa do colégio, acompanhadas de sandálias que seriam abandonadas até o fim-de-semana. Os meninos eram muito mais esculachados, até mesmo poderiam estar usando seus próprios pijamas.
                Para uma aluna nova, aquele não era um bom lugar. Sua mãe se oferecera para ajudá-la a levar seus materiais até a sala, mas Cecília sabia que para os adolescentes que ali estudavam aquilo seria um mico. E, apesar de ela não pensar daquela forma, não queria começar o ano já sendo a “ridícula”.
                 Puxou a mochila para ainda mais perto de seu corpo e resistiu à tentação de ligar para seus amigos que havia deixado para trás. Eles estavam se reencontrando naquele momento, Ceci relembrou. Não podia atrapalhá-los.
                Com suor frio, a garota de 14 anos deu alguns passos nervosos para dentro do colégio e quase foi atropelada por um grupo de amigas que pareciam bastante animadas. Elas vestiam o uniforme corretamente e não se pareciam com as outras que conversavam com os meninos. Algumas pediram desculpas, mas o resto apenas a ignorou.
                Seu livro na mochila praticamente pedia que ela o lesse, mas Cecília queria causar uma primeira boa impressão. Caso tudo desse errado até o intervalo, tentaria outros meios. Mas não naquele momento.
                Quando uma menina passou correndo, Ceci se desviou no último minuto, mas acabou atropelando outra pessoa. Virou-se já pedindo desculpas, mas parou ao perceber quem era.
                O garoto era praticamente igual a seu melhor amigo. Tinha os cachos castanho-claros que acentuavam seu rosto agradável. Por um segundo, ocorreu-lhe chamá-lo de Davi. Mas ao perceber que ele não a reconhecia, apenas repetiu seu pedido de perdão antes de se afastar.
                -Espere um segundo – ele não a segurou, mas ela se virou do mesmo jeito. Desta vez, conseguiu diferenciá-lo de Davi. O garoto tinha olhos azuis ao contrário de seu amigo e sua pele era um pouco mais clara. E era um tanto mais bonito, admitiu envergonhada – Você é nova aqui, né?
                Cecília assentiu, percebendo que uma garota do grupo que a atropelara há pouco tempo a observava de longe. Ela era uma menina bonita. Seu cabelo preto extremamente liso estava solto. Seus olhos eram tão escuros quanto o cabelo. Ceci desviou ao olhar sentindo uma urgência estranha.
                -Meu nome é Fábio – o garoto deu-lhe a mão e ela o cumprimentou, estranhando aqueles modos. – E eu me chamo Cecília.
                Fábio sorriu de uma forma adorável. Calmamente, ele a convidou para um passeio antes das aulas começarem. Cecília aceitou e perguntou-lhe sua sala.
                -Nono ano, quarta turma e você? – ele apontou para a biblioteca e a lanchonete. Tudo era bastante simples ali e sob o sol, Cecília imaginou se se parecia com uma pessoa numa praia, como relacionara os alunos no pátio.
                -Nono ano, primeira turma – Fábio deu um suspiro de infelicidade e afirmou que a levaria para as meninas de sua própria classe. Ele não parecia ansioso em se afastar de Ceci, mas ela se sentiu mal da mesma forma.
                Enquanto ele partia, depois de arranjar várias amigas para ela, Cecília não pode deixar de olhar para trás. Fábio havia sido tão gentil e se irritara tão facilmente com o fato de Ceci pertencer à outra turma. Algo estava errado. Mas a menina não pensou mais nisso.
                -E então, qual é a sua história? – perguntou uma ruivinha ao seu lado. Enquanto contava que aquela era sua primeira mudança de escola, o sinal bateu. As turmas espalhadas pelo colégio se reuniram nas escadas e se apressaram em direção às salas. Apesar de ter perdido a chance de conversar com Fábio, Cecília se sentiu melhor do que antes. Talvez aquele começo não tivesse sido ruim. É, talvez.
 Escrito por StarGirlie.

4 comentários:

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  2. Vou tentar participar da promoção ;D Beijinhos, StarGirlie.

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  3. Aii que bom, Jaque. Já até comecei a escrever rsrsrsrs Beijinhos, StarGirlie.

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