segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

16º Capítulo de O Beijo da Morte

Décimo Sexto Capítulo
Lilá



              Não me dera nem mesmo ao trabalho de procurar Bianca, pois sabia que, depois daquela demonstração, ela estaria bem. Talvez fosse mais parecida comigo do que eu quisesse admitir.  E, além disso, James provavelmente a estava seguindo.
                Olhei para meu celular, que piscava. Novamente, pensei.
                “Desculpe, Lilá. Esta deve ser a quadragésima nona mensagem, e não vou parar enquanto você continuar me ignorando. Eu queria te contar, eu ia te contar. Mas depois daquela noite, achei que tudo o que havíamos sentido poderia mudar. Bom, o que eu havia sentido. E, pelo jeito, estava certo. Mudou. Mas eu ainda continuo o mesmo, basta me dar um sinal e eu estarei ao seu lado.”
                Balancei a cabeça, rindo daquelas palavras.
                -É claro que te desculpei, seu idiota. – falei em um tom baixo, sabendo que ele, do outro lado da sala, havia escutado. Lobisomens possuem uma audição mais aguçada, como vampiros.
                Logo que assim falei, senti-o se aliviar. Ri também.
                Em menos de um minuto, lá estava ele ao meu lado.
                -Então você não está brava por eu ser irmão do... – ele deixou a voz sumir.
                -Não. – respondi, firmemente. – Você não me decepcionou como ele, e sei que são extremamente diferentes. Sou madura o bastante para entender a diferença. – respirei fundo, vendo os olhos de Karl brilharem de alegria, e sentindo os meus da mesma forma. –  Veja James e eu. Somos muito, muito, muito diferentes.
                Ele concordou, e abriu os braços como se pedisse um abraço. Levantei da cadeira em que estava e o aceitei, deixando os rostos de muitos que estavam perto de mim espantados.
                -Obrigado. – ele sussurrou, e eu concordei, ainda abraçada a ele.
                O professor entrou na sala e mandou todos nos sentarmos, mas quando Karl foi se soltar de mim, lhe dei um beijo rápido nos lábios.
                -Eu gosto de você, Karl. Gosto mesmo.
                Ele sorriu, mostrando uma covinha linda em sua bochecha, e foi se sentar.
                Senti uma coisa engraçada em várias pessoas ao redor: surpresa. Mas como até eu me surpreendi com a minha própria atitude, então acho que eles estavam certos.
                A aula passou muito rápido, e quando faltavam apenas 5 minutos para o intervalo, recebi um bilhetinho.
                “Te convidaria para jantar, mas... Enfim, quer ir na minha casa hoje à noite? Gostaria de ter mostrar meu lobo interior. Haha.”
                Revirei os olhos. Que piadinha mais horrível.
                Virei-me para Karl, que ria da minha expressão, e concordei com a cabeça. Para falar a verdade, estava bem ansiosa para aquilo. Dizem que a forma de lobo em lobisomens é o modo mais puro de ver sua alma.
                Resumindo, se ele fosse um lobo feio, ele seria feio por dentro. E se fosse bonito, bem, acho que entenderam. E algo me dizia que em forma de “lobo”, Karl era um “gato”.
                Ok, acho que esse negócio de piadinhas sem graça me atingiu também.
                Depois da aula, saí para comprar algo para vestir de noite. Nem tão exagerado, nem tão simples. Acabei escolhendo um vestidinho de verão azul.
                Prendi meu cabelo em um coque, quando chegou a hora de me arrumar (algo que fazia raramente), e finalmente sai em direção à casa de Karl. Olhei para o relógio. Oito horas.
                Era um bom horário, concordei.
                Saí do táxi (que eu raramente pegava, mas desta vez não queria nem James nem August envolvidos no meu “encontro”). Olhei para o lugar.
                Era bem pequeno, mas ali só morava Karl. Seus pais já haviam morrido e seu irmão não se atreveria a entrar naquele lugar. E, apesar disso, era lindo.
                Uma hera cobria a maior parte da casa, florescida em alguns pontos. Luzes de festa estavam penduradas nas árvores, iluminando a casinha. Logo que cheguei, a porta se abriu e Karl saiu lá de dentro.
                -Estava te esperando. – disse ele, tranqüilo, abrindo mais a porta para que eu entrasse.
                Entrei, respirando fundo. Sabia que, ao fazer isso, estava deixando para trás minha família, uma vez que a dele matara meu irmão. Mas, mesmo sabendo disso, eu queria entrar. Queria estar com Karl.
                Pois, ao fazer isso, eu me sentia bem. Estando com ele, eu estava bem.
                Entramos, e antes mesmo que eu pudesse perceber, estávamos nos beijando, deixando que tudo acontecesse.
                Meu coque caiu, bem como meu vestido.
                -E a transformação? – perguntei, preocupada.
                -Temos mais de três horas. – disse ele, enquanto me beijava de forma doce e firme.
                Concordei, achando que aquele tempo seria suficiente. Eu o queria, queria como jamais quis qualquer outro. Mais até do que queria seu sangue.
                Eu senti o cheiro adocicado do mesmo, mas estava controlada. Aquilo era estranho, diferente para mim, mas ao lado de Karl, conseguia controlar minha sede. Perguntei-me por um instante se aquilo era o tão falado “amor”, e cheguei a conclusão que só podia ser.
                Eu o amava, e não conseguia parar mais. Eu era a predadora, e ele, a caça. A caça que poderia virar o caçador.
                Podia conter meu coração.
                Em meio a tantos pensamentos, acabamos perdendo a hora.
                E, por este motivo, o pior aconteceu.
                By Babi

2 comentários:

  1. Cheiro de romance no ar. O que vai acontecer com Lilá? Quero saber. O Karl é tão fofo. E a Lilá está cada dia mais diferente.

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  2. Você acha que ela está melhorando ou piorando? Eu gosto da Lilá assim. Ela fica tão fofa! Beijinhos, StarGirlie.

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