quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

18º Capítulo de O Beijo da Morte

Décimo Oitavo Capítulo
Lilá


                Eu estava agonizando.
                Não conseguia explicar, por mais que quisesse. Eu precisava do sangue dela, precisava daquele líquido precioso.
                James virou-se para Karl, que tremia em um canto. Sabia que não fora sua culpa o que acontecera, mas meu irmão parecia discordar disso.
                -Você a está matando! Além de se aproveitar dela, ainda acaba a mchicando!! – disse ele para o garoto.
                Não tive como defendê-lo. Queria gritar para que James parasse. Gritar para Karl ir embora e não me ver naquele estado. Queria chutar todo mundo para fora. Mas, apesar dessas coisas, queria mais ainda o sangue de Bianca. Se o tomasse, a dor pararia.
                No começo, não pensei em nada. Mas, à medida que a sede aumentava, me lembrei de um acontecimento que ficara, por anos, esquecido. E a lembrança veio mais nítida do que eu queria.
                Eu devia ter quatro, cinco anos na época.
                Brincava no parquinho, perto da nossa antiga casa. James estava cuidando de mim, como nosso pai pedira. Logo, uma outra menininha chegou.
                -Você é tão branca! – falou ela, e naquele instante me senti muito feliz, como ela estava. Decidi na mesma hora que gostara dela.
                -E você tem um cheiro bom! – respondi.
                Logo, começamos a brincar. Percebi que, há alguns metros, um garoto nos observava. Ele era bonito, seus olhos eram penetrantes.Era mais novo que James, mas mesmo assim, transmitia uma maturidade e enorme. E, ao contrário de mim, ele tinha um bronzeado de dar inveja.
                -Ah, o Nate. – disse minha nova melhor amiga quando percebeu que eu o observava. – Ele é meu amigo.
                 Sorri. Ele parecia... legal.
                Olhei então para o meu irmão. Ele, assim como eu fizera, ele estava encarando Nate. Mas, diferente do modo como eu havia feito, ele praticamente fuzilava o menino. Não entendi a expressão, mas logo o garoto levantou-se e foi falar com James.
                Eles conversaram por alguns minutos, e percebi que era uma discussão, na realidade. Em menos de um segundo, meu irmão correu para onde eu e minha nova amiga estávamos e enfiou algo nela. No pescoço dela.
                Algo como um amuleto.
                Ela gritou de dor, enquanto eu analisava a cena horrorizada.
                -Não! – disse Nate, tentando impedi-lo, tarde demais.
                -Foi preciso. – respondeu James entre os dentes. – Não posso deixar minha irmã como um monstro para o resto da vida.
                -Mas você estragou a vida de Bianca! – falou Nate desesperado, muito menor do que James era na época.
                O resto se embaralhou em uma série de lembranças.
                Mas, naquele instante, eu soube uma coisa: se Bianca sofrera sua vida inteira, fora por minha causa. E eu não a deixaria morrer.
                Reprimi minha sede e disse, tentando controlar minha voz.
                -Saia daqui! – virei-me para Bianca. Não podia acreditar que a conhecia há tantos anos.
                Mas ela continuou lá. Parada. A beira da morte.
                -Saia! – gritou Nate, querendo tanto quanto eu que Bianca ficasse a salvo.
                James então me olhou, com uma expressão estranha no rosto. Percebi que ele estava dividido entre o amor de sua vida e sua irmã.
                Segurei em seu braço e disse, olhando em seus olhos.
                -Proteja-a.
                Ele concordou, de modo mais calmo. James era bom naquilo.
                -Vou protegê-la.  Mas protegerei você também.
                Ele então arrancou, em um golpe só, um grande pedaço de sua pele, deixando suas veias e artérias à mostra.
                Olhei para aquilo, mas ao contrário do que imaginei, não senti vontade de tocá-lo. Percebi que a qualquer momento vomitaria.
                Todos me olharam com uma expressão intrigante quando virei-me para o lado, com repulsa daquele líquido. Vampiros, ao entrarem em contato visual com sangue, nunca conseguem se controlar.
                Mas eu consegui.
                E isso era estranho,pois a queimação também parou. Olhei para meu corpo, e tudo já havia se regenerado.
                Antes de desmaiar, acabada, olhei uma última vez para cima. Encontrei os olhos preocupados de James e Karl.

                Quando acordei, olhei em volta. Meu quarto.
                -O que aconteceu? – sussurrei, levantou a mão para minha cabeça, que latejava.
                -Você se curou. – disse a voz de Karl, em algum lugar na escuridão. – Curou-se das garras de um lobisomem, sem precisar de sangue de vampiro.
                Escutei aquilo, mas não compreendi nada. Minha barriga continuava a se remexer, e eu estava ansiosa para retomar meus sentidos e correr para o banheiro mais próximo.
                Assim que a minha visão clareou, fiz exatamente o que desejava: fui para o banheiro e botei tudo para fora. A segunda vez em um mês.
                Karl me seguiu, mas ficou observando-me da porta. Alguma coisa estava errada, percebi.
                Depois que acabei, limpei-me e olhei para meu reflexo no espelho. Meus olhos estavam azuis como nunca estiveram, e minha pele estava quase... normal.
                Como se eu fosse normal.
                Como se eu não fosse uma vampira.
                -Mas o quê... ? – disse, olhando para Karl.
                Ele chacoalhou a cabeça, e eu observei que sua barba estava por fazer. Seu cabelo crescera e sua pele ficara flácida.
                -Que dia é hoje? – falei, me aproximando. Para mim, tudo acontecera na noite anterior. Mas, no estado em que meu namorado estava, parecia ter sido há séculos.
                -Lilá. – ele segurou meus ombros, me fazendo ficar mais assustada. Sentia que ele estava angustiado, com medo. Ou seja lá o que aquilo fosse, mas era estranho. – Faz um mês que você está em coma. Bem, estava em coma.
                Olhei espantada para seus olhos, que demonstravam cansaço. Queria um sinal de que era uma brincadeira de mal gosto. De que ele estava jogando comigo. Mas não encontrei nada.
                Apenas... tristeza.
                -E tem mais uma coisa. – disse James, vindo por trás dele. Sabia que meu irmão escutara tudo que acontecera nos últimos minutos, e também sentia meus olhos queimando, prontos para derramar lágrimas. – Você não se curou sozinha como Karl disse. Você teve ajuda. Ajuda de uma coisa que seu namorado lhe entregara naquela noite.
                Olhei para ele, que pareceu corar.
                -O quê? – perguntei, assustada. Nada parecia fazer sentido.
                -Você está grávida, Lilá. – disse Karl, sussurrante.
                Pisquei diversas vezes, esperando que alguém gritasse algo como “primeiro de abril”.
                -Vampiras, definitivamente, não ficam grávidas. – disse, encarando os meninos.
                -Este é o problema, Lilá. – disse James, como se tivesse ensaiado aquilo. – Você não é uma vampira. Não mais.
                Ergui a camisola que vestia, mesmo na frente de James. Ele já havia me visto assim na noite em que tudo acontecera, e não faria tanta diferença.
                Olhei para minha barriga, e levei um susto. Aquilo não podia estar acontecendo.
                By Babi

6 comentários:

  1. Capítulo incrível!!!
    Adorei a novidade. Lilá não é mais uma vampira e ainda está grávida! Uma palavra: surpreendente.

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  2. Verdade e tem muitas outras surpresas pela frente, Lara. Tem gostado das propagandas novas? Beijinhos, StarGirlie.

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  3. Sim! Adorei saber que Ashley Greene daria vida à Bianca. Não poderia ter escolhido melhor!

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  4. Verdade, pra mim, ela é a Bianca perfeita! Beijinhos, StarGirlie.

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  5. Também acho, não só pelas características. Sou fã da Ashley Greene *-*

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  6. Também sou, então somos suspeitas pra falar disso! srrssrsrr Beijinhos, StarGirlie.

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