sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

30º Capítulo de O Beijo da Morte

Trigésimo Capítulo

Lilá

       
         -Mamãe, estou bem.
         -O QUÊ? –berrei, parando de correr por um segundo e olhando para trás. Da onde viera aquela voz?
         -Mamãe, estou bem. – voltou a repetir, mas não havia ninguém ali, naquela mata sem fim.
         -Helena? – falei, mesmo sabendo que aquilo era tecnicamente impossível, já que minha filha não possuía nem uma semana de vida.
         -Sim, mamãe. Não se preocupe. Estou bem.
         Não chorei ao ouvir essas palavras, mas tive vontade. Era, com certeza, minha filha. E se ela estava dizendo que estava bem, eu quase podia acreditar. Quase.
         -Onde você está, Helena?
         -Escondida, mamãe. Tia Bianca precisa de sua ajuda.
         -O quê? – falei, ainda chocada. – Onde você está?
         -Mamãe, seja forte. Tia Bianca precisa de você.
         -Não vou te abandonar. Diga-me onde te encontrar!
         -Tia Bianca está perto de você. Posso senti-la. – respondeu minha filha em meus pensamentos, ignorando totalmente meu desespero. - Vovó quer matá-la.
         -Vovó, que vovó? – falei, mas quando percebi, havia dito isso em voz alta.
         -Essa vovó. – disse uma voz atrás de mim, fazendo com que eu me virasse. E, para meu espanto, desse de cara com...
         -Mamãe?
         Ela gargalhou.
         -Sim, filhinha. E onde está minha netinha querida? Heleninha! Que graça! Precisamos dela para...
         Antes que ela terminasse, ergui minha mão e bati com força em sua cabeça, lançando-a a bons metros dali.
         -Não. Ouse. Repetir. O. Nome. Da. Minha. Filha. – disse, trincando os dentes. Amélia parecia surpresa com minha atitude, mas até eu mesma estava.
         Contanto, isso não significa que deveria parar.
         -Eu sou sua mãe! – falou a mulher, indignada. – E você é uma...
         -Você me ABANDONOU! Sua... sua... – mas não havia um xingamento adequado para ela.
         -Ah, mas você vai me guiar até o bebê. Nem que eu tenha que arrancar isso de seus pensamentos.
         Ela, ainda no chão, me deu uma rasteira. Caí, e logo que olhei para cima, vi seus dentes se propagarem para perto de mim.
         -NÃO! – disse metendo a mão na fuça dela. E você ainda pensando que suas brigas familiares eram ruins.
         A lua nos iluminava, e vi um filete de sangue escorrer por seu rosto.
         Queria vê-la sangrar.
         Queria matá-la.
         Levantei rapidamente, enquanto Amélia parecia atordoada pelo sangue. Assim que percebeu o que eu estava fazendo, soltou um berro de raiva.
         -Ah, você não vai, não, mocinha... – e me mordeu no braço, logo após agarrá-lo com força.
         Ela não estava sugando meu sangue nem nada do tipo. Estava apenas me mordendo.
         Antes que ela pudesse pensar em injetar o veneno, chutei-a na barriga. De onde aqueles golpes estavam saindo?
         Ela caiu para trás. Obviamente, não estava acostumada a brigar com uma recém-mãe enfurecida. Ou mesmo com uma recém-mãe enfurecida com alguns poderes.
         Subi em cima de Amélia, que se debatia e mostrava o dentes.
         -Sua idiotinha! Deixe-me sair!
         Segurei seus cabelos, soltando todo meu peso na vampira. Fiz com que olhasse para mim e disse:
         -Isso é por ter sumido. – dei um soco em seu rosto. – Isso é por ter partido meu coração. – outro soco. – Isso é por James. Isso é por papai. Isso é por tramar contra Bianca. Isso é pelos danos que causou àquelas meninas. Isso é por desfigurar a imagem da nossa família. E isso, minha cara, é por ter olhado para Helena.
         No final, Amélia estava desacordada, com o rosto desfigurado. Eu poderia ter quebrado seu pescoço... seria tão fácil. Mas não poderia fazer isso.
         Pois, apesar de tudo, ela ainda era minha... mãe.
         Foi nessa hora que escutei um grito, um pouco longe de onde eu me encontrava.
         Mas não precisei me mexer. Anderson logo apareceu, com as Perfeitas, Karl, Nate, Madi, meu pai e James. Todos pareciam sobre algum efeito atordoante, não sei.
         -O que você fez a ela? – disse ele, olhando para a mulher que estava no chão.
         Ele parecia furioso.
         Quase como...
         No sonho.
         E, nunca tive tempo de responder. Pois algo pulou das sombras.
         Não, algo não. Alguém.
         Bianca.
         E foi aí que eu percebi. O sinal.

         By Babi

2 comentários:

  1. Acompanhando ansiosa pelos capítulos finais de O Beijo da Morte, ri bastante com algumas partes e a parte da briga foi completamente inusitada. Gostei muito desse capítulos e dos dois últimos, ah a novela toda.

    Eu adoraria que vocês lessem essa história que estou postando nesse blog e por favor me dá sua opinião. http://viajandoimaginacao.blogspot.com/
    Beijo

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    Respostas
    1. Ai que bom que você está gostando, Raquel! Já li os três primeiros capítulos e comentei. Beijinhos, StarGirlie.

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