quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Um Mero Lápis?

       Muitas pessoas não percebem coisas simples em suas vidas que podem fazer toda a diferença. Eu mesma não as percebia. Porém, certo dia, sentada em frente ao meu computador, esperando uma inspiração para escrever algo. Nada me veio até que, enfim, pensei em um lápis.
       Não era um lápis comum, senão um portal, uma ligação entre pessoas. De repente, eu estava dentro de um colégio. Minha mente trabalhando continuamente para não perder nenhum ato. Pré-adolescentes estavam sentados educadamente em suas carteiras, fingindo escutar sua professora. Ela era calma e extremamente inteligente. Uma das favoritas dos alunos.
      Entretanto, naquele dia, ninguém queria escutá-la. Corria o boato em sua mente de que os hormônios invadiam seus corpos. Era uma descoberta inovadora. Até aquele momento, as únicas coisas que passaram em suas cabeças eram os sentimentos. Amor, ódio, amizade.
      Ah, o amor. Quem poderia falar de amor em uma doce idade como aquela? E é neste ponto que o lápis entra na história. Uma garota remexe distraidamente em seu caderno, sem saber ao certo o que está fazendo. Um de seus colegas, sentado exatamente ao seu lado, a observa com encanto. Ele entendia que ela era demais para ele, mas não conseguia esquecê-la.
      O lápis da garota rabisca a folha novinha de seu caderno. Seus dedos relaxados o deixam cair no chão, sob a mesa da professora. Ele está distante demais para que a pré-adolescente possa alcançá-lo sem chamar atenção. Entretanto, o menino, sim, aquele que senta ao seu lado e que está ainda mais longe do lápis, levanta-se e o pega.
      É a hora de devolvê-lo. Seus dedos encontram os da menina naquele breve segundo. Seus olhos envergonhados não conseguem se encarar. Eles são muito jovens para entender aquele sentimento. Ou até mesmo para senti-lo. Porém, nesse momento, seus corações sentem realmente o que é a palavra amor. E então, o lápis volta às mãos da garotinha.
      Amizade é um sentimento conhecido, certo? Então, para isso, devemos pular diversos meses e encontrar uma nova garota. Ela tem a mesma mania que a outra. Suas mãos também rabiscam a folha insistentemente. Outra professora narra alguma história, sem atrair a atenção da adolescente.
      A jovem está perdida em seu próprio mundo. Sua mente se embaralha, enquanto relembra fatos que ocorreram nos últimos tempos. Pensa na forma como tem agido e se aquele deve ser realmente sua forma de viver. Ela sempre fora alguém que se vingava, mas aquela não parecia uma boa situação para tal ato.
      Seus olhos estão embaçados. Ela sabe que deve disfarçar o que realmente acontece sob sua aparência, entretanto, nem sempre é possível. Talvez seja a hora de acordar para a realidade, pelo menos, por algum tempo.
      Já é tarde para voltar a aula como qualquer outra aluna, então a garota decide apenas escutar os ruídos ao seu redor. Basta um segundo de concentração para perceber que a chamam em algum lugar. Vira-se e rapidamente o encontra. Seu colega de sala, que senta ao seu lado, pede insistentemente que ela empreste um lápis apenas para que ele possa responder uma das questões passadas pela professora.
      Inicialmente, a garota resiste. Sabe que não tem nada a perder, que se emprestar apenas estará ajudando alguém, mas, no fundo, adora fazer um charme, principalmente, com aquele amigo. Entretanto, decidiu optar por seu lado "bonzinho" e pegou um de seus lápis, entregando calmamente para o insistente.
      Porém, quando seus dedos se tocam, não há nenhuma reação. Seus corações não disparam, suas bochechas não coram. Eles são amigos, afinal de contas. Possuem uma intimidade que nunca haviam experimentado com nenhuma outra pessoa. Ambos se conhecem completamente e, apesar das discussões, adoram passar seu tempo juntos.
       Mas não vou mentir. É inegável que poucos segundos depois do toque de suas mãos, seus olhos se encontraram rapidamente. Amizade, amizade, amizade. Vamos nos convencer que é apenas isso.
       E chegamos ao ódio, não é mesmo? É estranho falar de um sentimento assim. Não tenho um momento exato para representá-lo, por isso, apresentarei algo semelhante. Uma emoção temporária por assim dizer.
       Vamos avançar um pouco, que tal? Estamos em uma sala de aula novamente. Parece que as escolas me perseguem, não é mesmo? Voltando ao assunto principal, três amigas estão "discutindo" sobre alguma das bobagens de seu cotidiano. Sob o motivo principal, encontramos um ciúme nada descontraído. Entretanto, não é a hora de piorar ainda mais a briga.
        Uma delas, verdadeiramente irritada, mas aparentemente animada, decidiu se vingar discretamente. Ainda rindo falsamente, alcançou um dos lápis que estava sobre sua mesa e o lançou na barriga de sua amiga.  Aquele sentimento não era exatamente ódio. Era uma raiva temporária. Uma raiva que rapidamente provocou verdadeiras risadas.
         Um mero lápis podia representar a amizade, o ódio e até mesmo o amor. Um mero lápis podia ser a inspiração para uma crônica. Um mero lápis podia pertencer a uma rainha ou a uma plebeia. Um mero lápis podia escrever tudo isso. Um mero lápis podia mostrar o quanto a vida é complexa e cheia de surpresas.

Beijinhos, StarGirlie.

7 comentários:

  1. #choreyaki

    Lindo, parabéns!!

    Star, no dia 12 vai ter uma coisinha pra vc no meu blog... >.<

    Bjs, Babi

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  2. Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh, to ansiosa agora! Muito obrigada, Babi!!! Beijinhos, StarGirlie.

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  3. Lindo! No meu caso eu uso o lápis para escrever poemas em meus cadernos...

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  4. Imagino que lindos eles devem ser! Beijinhos, StarGirlie.

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  5. Pena que a maioria deles expressam os sentimentos que tenho escondido. Ou tentado, não é mesmo?

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  6. Não esconda seus sentimentos, eles sempre vão arranjar uma forma de escapar.

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  7. Sim, sim. Eles ficam nos poemas, mesmo que escondidos neles. Mas tenho certeza, um dia, alguém, quem sabe, será capaz de ver e sentir o que sinto...

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