sexta-feira, 22 de julho de 2011

15° Capítulo Maldade Angelical

Décimo Quinto Capítulo
Samantha


           -Katy! – corri para fora da barraca e abracei minha prima que há tempos não via.
            -Senti saudades, Sammy! – disse ela.
            -Não mais do que eu!
            Rimos juntas, mas quando me dei conta, ninguém ria comigo. Todos pareciam muito assustados.           
            -O que foi? – perguntei.
            Austin e Dana correram para o meu lado, alarmados. Ben segurou a mão de Lizzie. Robert se posicionou na frente do casal e Tyle abraçou Júniper pela cintura. Emma foi a primeira a falar:
            -O que faz aqui, fada?
            -O que? – dissemos eu e minha irmã surpresas.
            -Você não vê? – falou Ben para Lizzie, e senti o olhar de Petrus com a mesma intensidade para mim. – As asas, a pele azulada?
            -Não, o quê? – falei, incrédula. Sim, ela era linda, mas não tinha asas, muito menos uma pele de uma cor estranha.
            -Não consegue enxergar? – perguntou Petrus.
            Olhei novamente Katy.
            -Acho que elas não podem vê-la como é. – disse Emma. – Um monstro.
            -Não me chame de monstro! – pronunciou minha prima.
            -Katy, isso é verdade, você é uma fada? – disse. – Porque não me contou quando éramos pequenas?
            Ela abaixou a cabeça.
            -As pessoas não gostam de fadas.
            Continuei boquiaberta, assim como Elizabeth e os outros do acampamento. Quando era criança, a única amiga que tive foi Katy, a única que me entendia. E agora descubro que é uma fada?
            - O que veio fazer aqui? – disse Austin, calmo. Ele também a conhecia há muitos anos.
            -Um recado. Um recado de Merlin.
            Fez-se um silêncio profundo, até Elizabeth quebrá-lo.
            -Espera, Merlin, o bruxo de contos de fadas?
            Katy rio.
            -Sim, o bruxo. Só não sei se de contos de fadas, mas é o bruxo. Ele tem um recado para quatro pessoas que eu gostaria que se apresentassem quando ouvirem os nomes. – Ela puxou um pergaminho de não sei de onde e começou a lê-lo – Elizabeth Marrie Bloom, Samantha Cherrie Bloom, Benjamin Fillingan e Petrus Felton Júnior.
            Lizzie olhou para Robert e Emma, que acenaram com a cabeça e foi, junto a Ben par o meio do acampamento onde Katy esperava. Petrus, que estava atrás de mim, segurou minha mão e juntos também fomos.
            -Vocês são, oficialmente, Bruxos do Empire State. Merlin lhes consagrou com tais poderes e vocês agora estão livres para usar magia. Ele me mandou dizer para que vocês, Samantha e Elizabeth, tomem cuidado. Merlin está apoiando vós e mandou seus cumprimentos.
            E, dizendo isso, Katy guardou o pergaminho, me deu um beijinho no rosto, acenou para todos e simplesmente sumiu.
            -Parabéns procês! – disse Júniper, minutos depois.
            -Eu não sabia que era bruxo! – disse Petrus.
            -Nem eu, cara! – falou Ben.
            A noite começara a cair e Petrus estava animado conversando com Ben, então achei melhor deixá-los a sós. Sentei-me em um canto afastado da fogueira, e logo Austin veio ao meu lado.
            -Vamos caminhar?
            Acenei com a cabeça e levantei. Precisava falar com ele.
            -Sam, tudo bem? – ele falou, assim que adentramos na floresta.
            -Há quanto tempo sabia? – disse.
            -Percebi há algumas semanas.
            -Por que não me contou? – falei gélida, e ele bufou.
            -Você precisa entender que eu estava tentando te proteger! E além disso, eu sabia que ela viria. Merlin não ficaria de fora.
            Respirei fundo. A última coisa que queria era brigar com meu melhor amigo.
            -Pare de me tratar como bebê.
            -Eu não te trato como bebê!
            -Ah, trata sim! – gritei. Naquele ponto da floresta em que estávamos, ninguém do acampamento ouviria.
            -Sam...
            -Que droga, Austin...
            Mas não acabei a frase. Meu amigo me beijou tão intensamente que senti minha alma pegar fogo. Fogo ardente.
            -AUSTIN! – disse, quando ele me largou.
            -Diga que não quer. Diga que não deseja. Eu sei que está buscando uma forma de fazer isso com Petrus, mas tem medo. Eu escuto você, eu vejo você sofrer... Sim, você é uma bruxa, mas tem poderes demoníacos. Não sabe se controlar. Mas comigo, não precisa. Eu também tenho esses poderes.
            E dizendo isso, ele me beijou novamente.
            -Não! – gritei, me soltando. Lágrimas rolavam pelo meu rosto. – Eu amo Petrus!
            -Mas ele não pode te dar o que eu posso te dar.
            Olhei nos olhos de meu amigo. Ele não estava realmente me prendendo. Ele estava me fazendo ouvir o que eu já sabia. E eu percebi que precisava daquilo, precisava sentir como era. Petrus, Petrus, Petrus...
            Ele começou a desabotoar minha blusa. Era uma sensação que eu nunca tivera antes. Era como.., ser desejada e querer ser desejada.

           -Mas...

           -Nada de mas. Só... me beije.
           Ele me puxou pela cintura e começou a tirar a roupa também, enquanto me beijava.
            Comecei a ouvir sua respiração acelerar. Ele me amava, sim, e eu queria me libertar do que sentia há tempos.
            -Petrus... – sussurrava.
            -Sim, sim. – respondia ele.
            Nos beijamos muitas vezes e as coisas aconteceram rápido demais. Quando acordei, ainda de noite, já havia feito a coisa errada.
            Olhei para a pessoa que estava deitada ao meu lado, cansada.
            -Austin. – me sentei e pus a mão na boca, chocada.
            -Sim, - disse ele, se vestindo.
            Comecei a me vestir também, mas enquanto fazia isso, lágrimas rolavam. Eu não fizera aquilo, não podia ter feito.               
            Sentei no chão da floresta e coloquei a mão no rosto, soluçando alto. Austin sentou-se ao meu lado e percebi que estava chorando também.
            -Desculpe. – disse ele, e desabou em soluções também. – Eu não devia ter feito aquilo, eu te amo, mas eu sei que você ama o Petrus...
            -Eu não te culpo. – falei. – Eu sou tão culpada quanto você.
            -Não, eu te seduzi...
            -Sim, e eu deixei-me ser seduzida. Mas o mais estranho é que eu queria. Eu precisava... você estava certo, não posso continuar com Petrus. E depois do que fiz hoje... ele nunca me perdoará.
            Comecei a chorar mais alto com minhas próprias palavras.
            -Um pacto. Proponho um pacto. – disse ele após algum tempo.
            -Como assim?
            -Eu não conto nada e prometo nunca mais me aproximar desta forma de você.
            -E o que eu farei em troca? – perguntei, ainda chorando.
            -Apenas... não chore.

           Respirei fundo e deitei no colo do meu melhor amigo. Ele era tão maravilhoso e doce, como poderia aceitar o pacto?
            Alguns minutos se passaram, eu deitada ali.
            -Obrigada. – sussurrei.
            -Pelo quê? – perguntou ele, em mesmo tom.
            -Você foi delicado comigo esse tempo todo. Hoje a noite foi bom, apesar do erro. Austin, você foi meu primeiro, e isso eu nunca esquecerei.
            -Mas você não me ama. Isso vale muito mais para mim.
            -Claro que te amo, como um irmão.
            Ele ficou em silencio durante segundos.
            -Não sei se fico feliz ou triste por isso.
            Levantei de seu colo e lhe dei um beijo nos lábios. Não, eu realmente não o amava como amava Petrus, e ele sentiu isso. O beijo foi como um modo de selar o acordo: aquela noite acabara ali, e ali para sempre ficaria.
            Levantamos e começamos a andar em direção ao acampamento. Em poucas horas o sol nasceria, e achamos melhor estarmos na cama quando isso acontecesse.
            -Austin? – falei quando estávamos próximos do nosso destino. – Eu fui sua primeira?
            Ele congelou por um momento, mas sacudiu a cabeça negativamente.
            Esperei algo mais, mas quando isso não aconteceu, continuei caminhando silenciosamente. Devia ter ido longe demais, pensei.
            Chegamos ao nosso dormitório.
            -Acho melhor ir para a cabana de Petrus. Ele está esperando.
            Concordei e o vi sair de perto de mim, para o lado contrário. Fui entrar na minha barraca, mas antes de abrir o zíper, olhei para trás e pude ver, de relance, lágrimas nos olhos do meu melhor amigo.
            E foi com aquelas lágrimas que pude perceber que doía mais em mim do que poderia algum dia imaginar. 
            By Babi


           

Um comentário:

  1. É! Agora sim to me entusiamando. Aquela coisa de "meu amado pra cá , meu amado pra lá" tava cansando, mas agora com esses novos acontecimentos(deste capítulo e do anterior) eu acho que agora vai. Só espero que a história nao fique melosa nem forçada.

    Bjs.

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