quinta-feira, 28 de julho de 2011

21° Capítulo Maldade Angelical

Vigésimo Primeiro Capítulo
Samantha


               Estava deitada no colo de Petrus, ao lado da fogueira. A noite caíra gelada, e depois de tudo que acontecera... nem sabia mais quem eu de fato era.
            Mamãe explicou as coisas, e eu, sinceramente, acreditei. Mas que escolha eu tinha, uma vez que fizera o mesmo com Austin? Sim, ela caíra nas tentações do anjo-demônio, traindo meu pai. Identifiquei-me tanto com Sandra, mas não comentei nada. Apenas sorri e disse que lhe entendia.
            Meu pai já era outra história... ele não entendeu mamãe como Petrus havia me entendido. Claro, eu não lhe tirava toda a razão, uma vez que ela mentira por tantos anos sobre sua gravidez. E se eu estivesse grávida, Petrus talvez tivesse aceitado de outra forma. Mas eu, definitivamente, não estava grávida.
            Então Pedro saiu correndo e deixou mamãe aos prantos. Claro que Damen a ajudou, ele era bom em seduzir. 
            Elizabeth voltara há pouco tempo, junto à Ben. Estava com a cara inchada, parecia ter chorado, mas apesar disso, sorria. E Ben... bom, Ben estava em estado deplorável.
            -O que será que aconteceu? - sussurrou Petrus em meu ouvido.
            -Não faço a mínima ideia.
            -E os outros? Já faz alguns minutos que sumiram.
            Concordei. Emma e Robert, os anjos (ou depois da tarde de hoje, Emma não tão anja assim) haviam ido para alguma árvore, mas dali não era possível vê-los. Dana e Austin também haviam ido para a floresta, e eu comecei a ficar preocupada. Estava escuro como breu, e Dana era bem capaz de matar Austin se quisesse.
            Comecei a levantar.
            -Aonde você vai? - perguntou meu namorado.
            -Procurar Austin e Dana.
            Petrus concordou e eu segui em frente. Entrando na mata, andei alguns passos até que ouvi sussurros.
            -Você sabe o que fez! - disse Dana.
            -Eu não consegui, você sabe, já te disse, e você sabe que a amo...
            -Mas você também sabe que ela ama Petrus!
            -Ele é um idiota! Ela estava sofrendo, sofrendo pela fraqueza dele!
            -Pelo menos agora entende porque odeio humanos.
            -Achei que odiasse porque seu pai era um. - sibilou Austin. 
            -Cala a boca! Você não pode contar pra ela.
            -Qual das duas coisas?
            -Oras, idiota! As duas, obviamente.
            -Mas ela vai descobrir, mais cedo ou mais tarde... - falou meu melhor amigo, meu coração já arrebentando o peito.
            -Melhor que seja mais tarde. - um segundo de silencio pareceu cortar o ar, e tentei fazer o mínimo de barulho possível.
            -Mas e a segunda... não suporto esconder isso dela.
            -Mas terá. Esse segredo envolve nós dois, e eu não quero. - falou Dana forte, mas ao mesmo tempo quase caindo em lágrimas.
            -Foi importante para mim.
            -Para mim também.
            Austin ficou em silêncio. Então recomeçou, abaixo do tom usado antes:
            -Você nunca disse isso.
            -E nunca vou repetir.
            -Dana, você foi a minha primeira. E eu nunca vou te esquecer.
            -Faça bom proveito disso, pois eu tento esquecer desde que aconteceu.
            Soltei um gritinho baixo. Não podia ter escutado o que escutei.
            -Quem está aí? - disse Austin, mas logo o garoto me viu. - Meu Deus! Eu estava tão preocupado... nem ouvi... céus...
            -Por que não me contaram? - disse, chocada. Não estava realmente brava. Só surpresa demais.
            -Lizzie, esqueça... - suplicou Dana. - Foi sem querer, ele estava mal, eu queria ajudar...
            -Não ligo para o que fizeram. - falei, rápido. - Mas podiam ter me contado. Já que foi assim, tudo bem. Mas nossa, eu nunca imaginaria vocês dois...
            -NÃO ESTAMOS JUNTOS! NEM NUNCA ESTIVEMOS! -berrou Dana.
            -Tudo bem. - falei. - Eu não ligo para isso. Mas eu quero saber o que mais vocês estão escondendo de mim. Nem adianta, eu ouvi quando disseram que haviam duas coisas "secretas" para não me contar. Se uma foi essa, a outra...
            Dana olhou para Austin, que olhou para mim.
            -Não posso. – sussurrou ele, abaixando os olhos.
            -Tem razão. - falei. - Você não pode. Você deve. Pode começar!
            -Não. Prefiro mil vezes que fique brava comigo do que te fazer ouvir aquilo.
            Olhei nos olhos do meu melhor amigo. Tão triste, tão sozinho, tão... eu sabia que ele não podia falar. Então pra que magoá-lo ainda mais?
            -Tudo bem. - falei, baixo. - Mas prometa que vai me contar quando for a hora.
            Ele concordou e eu sorri. Abracei Austin e logo depois inclui Dana no abraço. Melhores amigos para sempre.
           
            Voltamos ao acampamento. Logo que vi Petrus, corri para junto dele. Olhando bem, todos, incluindo os anjos que haviam saído voando antes e meu pai – que parecia mais afastado em um canto, estavam envolta da fogueira, muito preocupados.
            -O que aconteceu? – disse Dana, olhando para Tyle.
            Antes que alguém pudesse responder, Damen apareceu na cena.
            -Sam, Lizzie. – disse ele, usando nossos apelidos.- Eu vim para ajudar-lhes. Os demônios estão do vosso lado, mas apesar disso, Ângela está vindo com a sua tropa amanhã. É melhor se prepararem, e, se possível, juntar o máximo de gente para o nosso lado.
            Olhei para Petrus, assustada. Amanhã? Como assim já amanhã? Não haveria tempo para nada.
            -Mais ocê tá di acordo im chamá todus us demônios? – perguntou Tyle, com seu sotaque indescritível.
            -Sim. Todos estarão aqui de manhã. Mas receio que muitos dos nossos melhores foram perdidos na Primeira Batalha, que aconteceu, de fato, há dois dias; quando vocês sabem, revelei a minha escolha.
            -Espera. – disse Lizzie. – Já houve uma guerra? Quem venceu?
            Damen abaixou a cabeça.
            -Infelizmente, - disse ele. – os anjos.
            -E quantos eram exatamente? – falei, ainda muito confusa.
            Damen levantou o rosto, respirou fundo, e disse:
            -Duzentos para um. E acho que nesta batalha não vai ser muito menos.
            Minha cabeça começou a doer, Júniper soltou um grito, Liz abraçou Ben e mamãe olhou para papai, que retribuiu o olhar. Estaríamos mortos na tarde seguinte.
            -Eu te amo. – falei para Petrus, logo que entendi isso. – E se morrermos amanhã, saiba que sempre te amarei.
            Petrus olhou-me nos olhos, que por sinal já estavam lotados de lágrimas, e disse:
            -Amanhã vamos vencer. Pelo menos nunca iremos perder enquanto estivermos juntos.  E ficaremos assim, pois nem a morte vai nos separar.
            Ele secou uma lágrima minha e eu o beijei, mesmo no meio de todos que estavam ali. Ele estava certo. A eternidade era nossa.
By Babi

Um comentário:

  1. OMG Eles não podem perder!! Ansiosa pelo próximo capitulo *-*

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