quinta-feira, 19 de maio de 2011

16° Capítulo Fofoqueira Fina 2

Luna estava correndo com o carro. Não sabia mais por onde olhar. Tudo que via era chuva e mais chuva, além da noite que a cercava, claro.
         De repente, um cervo surgiu em seu caminho.
         A luz.
         A escuridão.
Algumas horas antes...
         -Droga! – disse Erik. – Ela não está em lugar nenhum.
         -Hum. Procure por Elisabeth Raimond Harris. – falou Luna.
         Após alguns cliques no computador, o garoto bufou.
         -Não, não é esse também.
         Luna dirigiu-se até a janela e sussurrou:
         -Onde você está, mãe?
         A garota não estava se sentindo muito bem neste dia. Era um sábado nublado. Pensou em seus amigos.
Anne já estava em casa, e parecia muito bem com Cabe. Era o que imaginavam...
Julie estava, provavelmente, em algum passeio com seu “amigo novo”, Thiago. Monica e Daniel pareciam felizes.
Hevangeline estava viajando. Por algum motivo, fora para a cidade natal há uma semana. Logo quando Anne saiu do hospital. Luna não entendera o motivo, mas pensou ser saudades da família. Bobinha.
         Bella e Gabriel estavam se dando cada vez melhor. Os dois viviam juntos para cima e para baixo. Luna achava que havia um romance entre os dois. Não chegara nem perto.
         -Luna, Luna? – disse Erik, retirando a menina do transe. – Tudo bem?
         -Ah, sim, sim... O que foi?
         -Olhe.
         Erik lhe mostrou o site que ela conhecia muito bem: fofoqueirafina.com
         A garota chegou mais perto da tela e leu a manchete. Seus olhos se abriram e sua boca formou um perfeito O. Ah, como eu adoro suspense.
         -Não pode ser! – disse. – Precisamos ir.
         Erik acenou com a cabeça e levantou-se da cadeira. Sem pensar muito, pegou as chaves do carro e saiu com a namorada.
         Dentro do veículo, já em movimento, Erik olhou por um momento as mãos trêmulas de Luna e disse:
         -Luna, não falamos muito disso ultimamente. Quer dizer, é tanta coisa, que nosso amor está ficando apenas entre um beijo de “oi”, e outro de “tchau”. Preciso te falar uma coisa...
         A garota ficou mais tensa e prestou atenção apenas na estrada, esperando-o continuar.
         -... Te amo demais. Nunca, nunca, me esqueça. Eu gosto do seu jeito de sorrir, de amar, de fazer gracinhas, de parecer esperta, quando está orgulhosa, quando está brava, quando está feliz... eu te amo muito.
         Luna sorriu, aliviada.
         -Erik. Preciso que entenda que amo seu jeito quieto, amo suas roupas gastas, amo seu jeito de ficar nervoso, sua vida sombria, suas escolhas diretas, seus sonhos guardados... eu te amo muito.
         As lágrimas rolavam do rosto dos dois. Sim, eles estavam mais distantes fisicamente, mas neste momento, era possível ver: estavam mais perto do que nunca interiormente.
         Erik segurou a mão de Luna e continuou a dirigir. Tudo estava complicado, mas com ela, seria melhor.
         Ao olhar para o rosto da amada, tão sereno, tão delicado... Erik esqueceu-se por um momento da rua. Quando viu o que iria acontecer, freou bruscamente.
         Quase atropelara uma mulher. Por sorte, nada a atingira. Mas algo o surpreendera.
         -Wandy?
         A mulher, assustada, olhou para o banco do motorista, e logo Luna percebeu que ela segurava um bebê muito pequeno no colo.
         -Erik?
         Wandy correu para a porta do motorista e a abriu. Sem pensar duas vezes, segurou o rosto do garoto em suas mãos e o beijou.
         Luna sentiu como se sua alma estivesse saindo do corpo, a deixando antes mesmo da morte. Ou aquilo era morrer?
         Erik se desviou do que Wandy lhe oferecia.
         -O que faz aqui? – disse ele. – E me solte. Esta aqui é Luna. Minha namorada.
         Wandy piscou algumas vezes e olhou diretamente para ele.
         -E este aqui é Yuri. Seu filho.
         Nem Luna, nem Erik conseguiam se mover. Os dois estavam chocados.
         Sem nenhuma palavra, Luna saiu do carro. Muitas lágrimas rolavam enquanto a garota corria. Erik a seguira até perdê-la de vista.
         Luna percorreu muitos caminhos, até que, em certo momento, chegou a sua casa. Pegou o carro e o endereço em suas mãos. O endereço mais importante de sua vida, provavelmente.
         Ligou o carro e saiu de casa. Seus olhos estavam inundados. Não sabia nem ao certo onde estava indo. Era guiada por alguma força superior, só podia.
         Era tardinha, a noite estava chegando. Cada vez, a chuva caia mais densa.
         Chegou uma hora em que não podia ver mais nada.
         Só o cervo.
         A luz.
         A escuridão.
         “L foi encontrar sua mãe? Qual delas, porque pelo jeito, foi a mãezinha do céu. – Fofoqueira Fina”
         By Babi

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