terça-feira, 31 de maio de 2011

27º Capítulo de Fofoqueira Fina 2

                Todos estão mentindo. Ou, pelo menos, mentiram recentemente. Os piores do grupo, com certeza, são Hevangeline e Erik. Como os dois puderam trair Luna a este ponto? Nem mesmo se Julie, ou Bella, estivesse com Daniel a situação seria tão grave.
                -Como ela pôde? – Luna estava caída no chão sendo consolada pela única pessoa que entendia aquela dor. Monica. Apesar de tudo, nós sabíamos que ela ainda se lembrava que Julie engravidara de Cabe e que, provavelmente, aquele relacionamento ocorrera pouco tempo depois do fim do namoro dos dois. Ou pior, durante o namoro dos dois.
                -Lu, por favor, acalme-se – sussurrou Bella, causando o efeito contrário ao que pretendia.
                -NÃO VOU ME ACALMAR! Você por acaso foi traída pelo seu namorado e sua melhor amiga? – berrou Luna no auge de sua raiva.
                -Não, mas… - Bella estava com medo. Era possível ver isso em seus olhos verdes. Ela realmente não sabia o que era aquela traição, mas eles deviam considerar, ao menos, sua tentativa.
                -É melhor sairmos daqui, Bella – disse Julie. Ela tinha razão. Como sempre. Ou quase isso.
                Quando a sala se esvaziou por completo, Monica abraçou Luna. As duas choraram. Ambas estavam passando por épocas difíceis em suas vidas. Não importava o que fosse dito, a dor ainda permanecia em seus corações.
                -Sabem, garotas, eu nunca pensei que iria querer consolar vocês, mas eu sinto agora que devo – uma voz no fundo da sala confessou. Elas se viraram. Era Natalie.
                Ela estava com o cabelo pintado em um rabo-de-cavalo, sem maquiagem e vestindo moletom. Não estava no seu comum. Aquela não era a Natalie que Monica e Luna conheciam. Definitivamente, nem eu conhecia.
                -Não fiquem com medo. Eu não vim fazer nada. Só queria falar com vocês. Dizer o que eu penso sobre a ideia de eu e Jane irmos para uma clínica. Eu concordo. O mundo está muito difícil para mim. Ou é isso ou a morte.
                Natalie se sentou na frente de Monica e Luna. Não havia maldade em seus olhos. Ela estava falando a verdade. Do fundo do coração.
                -Nati, você está falando sério? – perguntou Luna espantada. Fazia mais de seis meses que ela não tinha uma conversa civilizada com sua prima.
                -Sim. Mas se vocês querem nos levar, tem que ser enquanto a Jane dorme. Ela não está preparada pra tudo isso – avisou Natalie.
                -Infantil demais – ressaltou Monica.
                -Isso mesmo – concordou a amiga de Jane.
                As três começaram a planejar como tudo ocorreria. Era claro que ninguém ia ficar totalmente satisfeito com o plano. Eles queriam que Jane e Natalie fossem presas, mas Luna e Monica entendiam que Spencer destruiu a capacidade de ambas de ver o mundo claramente.
                A porta da sala se abriu. Daniel surgiu carregando Jane nos braços. Havia lágrimas em seus olhos. Os dois foram amigos em um tempo muito distante. Doía ver a garota com quem praticamente crescera daquele jeito. Só que não existia outra opção.
                -Amor, você ouviu tudo? – disse Monica, levantando-se.
                -Sim, desculpe-me. Só que desta forma é mais fácil. Ela já está aqui. Vamos embora – Daniel parecia prestes a chorar, o que fez sua namorada convencer Gabriel que ele carregasse a adolescente, para que um abraço entre os apaixonados fosse possível.
                Lágrimas molharam o casaco de Monica, mas ela não se importou. Só queria consolar Daniel acima de tudo. Enquanto os dois tentavam se acalmar, Luna, Gabriel, Natalie, Jane e David partiram para a clínica. Tudo tinha que ser o mais rápido possível.
                O casal apaixonado se sentou no sofá de frente para Bella e Julie. A primeira logo se levantou e partiu para a varanda, mesmo com o vento gelado. A segunda, porém, ficou em seu lugar, decidindo que era o momento de uma conversa séria. Felizmente, Cabe, Anne e Thiago estavam assistindo TV em outra sala.
                -Monica e Daniel, vocês precisam se decidir.
                -Como assim, Ju?- perguntou surpresa, Monica. Até o momento a única dúvida de sua vida era quem realmente amava.
                -Vocês acham que dá pra continuar assim? – Julie apontou para a porta por onde Bella havia saído, segundos antes, como David.
                -Nós não podemos mudar os sentimentos deles – disse Daniel. Ele sabia que Bella estava apaixonada por ele, como Monica sabia que David a amava. Os dois não podiam controlar aquele amor não-correspondido.
                -Não, mas podem parar de ficarem só nesse romantismo enorme – Julie praticamente cuspiu as palavras. Monica se sentiu ofendida. Achava que a melhor amiga entendia o quanto ela e Daniel precisavam um do outro.
                -Você acabou de nos ofender, Julie Nek. Pensa que eu e Monica ficamos juntos para magoar os outros? – Daniel se levantou, puxando sua namorada – Achei que você era melhor que isso. Pena que era só um pensamento.
                Monica pegou sua jaqueta, que havia sido colocada em uma cadeira, e a vestiu. Daniel abriu a porta. Julie ficou estática no meio da sala. Estava vendo seus dois melhores amigos partindo e não conseguia fazer nada. O casal saiu da casa.
                Bella estava na varanda, olhando para o horizonte. Nem ao menos se virou quando os dois passaram. Não queria que vissem suas lágrimas. Monica e Daniel acabaram encontrando apenas uma bicicleta e decidiram dividi-la.
                Com o vento frio cortando seus rostos, os dois pareciam irreais. Ambos eram bonitos, mas aquela tristeza que os dominava, estava tornando sua beleza inumana, como se tivessem saído de um filme qualquer.
                A bicicleta freou. Um carro estava parado no meio da estrada. Era o carro de Luna. Dois corpos estavam estirados sobre o chão. Três pessoas estavam em sua volta. Sangue estava espalhado pela estrada.
                Monica pulou da bicicleta e correu na direção dos feridos. Era já sabia quem eram sem nem ao menos precisar chegar ao local. As balas certeiras perfuraram os corações de Jane e Natalie.  Elas nem ao menos chegaram à clínica. Como Natalie dissera, a única outra opção era a morte.
                -Não, NÃO! Elas não podem morrer! – gritava Luna. Ela ainda tinha esperanças de que as duas recuperassem o caráter.
                Daniel se aproximou dos corpos e mediu os batimentos cardíacos. Os dois haviam parado. Uma lágrima caiu em seu rosto, enquanto ele dizia as palavras mais definitivas:
                -Jane e Natalie morreram.
                Monica começou a chorar. David e Daniel tentaram acalmá-la, mas sabiam que era impossível. Já haviam visto a primeira vez que aquilo acontecera. Só que desta vez era realmente o fim. Não haveria um ressurgimento. As coisas estavam acabando.
                Luna foi abraçada por Gabriel. A ambulância chegou. Era tarde demais, todos sabiam, mas a prima gostaria que elas fossem bem cuidadas. Porém, nada mudaria a realidade. Elas estavam mortas. Para sempre.
                Conforme os corpos foram levados acompanhados por David, Monica decidiu perguntar a Luna o que havia acontecido.
                -Eu estava dirigindo quando dois tiros perfuraram o carro. Quando parei Jane e Natalie estavam atingidas – respondeu a amiga.
                -Você viu quem atirou? – perguntou Daniel.      
                -Não, mas nós sabemos quem foi – respondeu Gabriel.
                -Spencer – disse Monica, sem nenhum pingo de dúvida.
                “Oh! J e N partiram dessa para a melhor definitivamente. S foi o assassino, como M disse. Será que alguém conseguirá parar esse maníaco? – Fofoqueira Fina”
Escrito por StarGirlie.

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